Mais um espetáculo da brilhante Deborah Colker, agora inspirado em um dos primeiros poemas de João Cabral de Melo Neto , " O Cão Sem Plumas", publicado em 1950.
Alguns caixotes, fitas que caem do alto, e mais fitas, esse era o cenário que se compunha principalmente de uma projeção de vídeo em preto e branco ao fundo caracterizando todo o poema.
Os bailarinos todos com uma roupa de peça única, demarcando ainda mais os belos corpos, e não distinguido o branco do negro, do amarelo, enfim ...
Além do figurino, todos eles estavam embebidos numa espécie de lama, e também um talco que fazia perceber quando caiam ao solo.
Miséria, sofrimento, seca, trabalho escravo, aglomeração, fome ,e muito mais gritavam pelas expressões corporais representadas a nós expectadores.
Visceral !
Forte!
Lembravam caranguejos em algumas situações nos mangues pernambucanos , gente que não cabia nos barracos em região ribeirinha, e sempre aprisionados de alguma forma pelo sistema vigente do momento.
A música te angustiava, te deixava louco, agitado, atônito de tão forte, firme e vibrante.
Movimento!
O que você durante os 70 minutos de espetáculo, que não para em momento algum e te deixa encaixotado na cadeira .
Valeu Deborah Colker, você é poderosa !
Eu recomendo !
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