Estava em São Paulo e vi na programação um musical que se encerraria no final de semana .
Fui logo ver a possibilidade de ir assistir ,já que se tratava num lugar diferente ( Galpão das Folias ) , próximo à Av. São João .
E deu certo : Ingresso comprado na hora , comer alguma coisa (pizza) antes, já que o espetáculo começaria às 22 horas .
Já gostei de cara do café do local, aberto 30 minutos antes, muito sui generis, com fotos interessantes , sofás, mesinhas e muitos livros .
Antes de entrarmos na sala , os atores saíram e vieram dar as boas vindas .
Um chegou até a nós e perguntou -nos o que esperávamos do cabaré ?
Levou a crer pela resposta que algo aconteceria lá dentro, como se houvesse uma participação artista -público...
E coemça a peça , já diferente, com um carro chegando no portão buzinando , abrindo suas portas e descendo 2 ou 3 atores já declamando suas falas.
Dentro do salão , um outro ator só na cena, fumava e também declamava seu papel.
O espetáculo nada é mais que várias esquetes , com falas retiradas das poesias de Roberto Piva, Glauco Mattoso e Horácio Costa .
A direção estava a cargo de Dagoberto Feliz, que foi bem feliz mesmo em dar a dinâmica que deu nesse cabaré de homens , alguns vestidos como mulheres , mas, todos muito sensuais e prontos para alguma cena mais carnal.
Muita maquiagem , calças e blusas apertadas, realçando os corpanzis fazem desse elenco um composto bem homogêneo..
O ator Helder Mariani dá um show de intensidade em sua interpretação ,além de ser o seu figurino muito bonito , dando um "up" a mais em seu personagem .
André Medeiros Martins , também tem uma esquete longa pra caraca , e a desenvolve perfeitamente , vociferando palavras fortíssimas e intensas , assim como o seu personagem .
Gabriel Muglia me pareceu o antagonista de todos , o anti alguma coisa , e dá o seu recado durante todo o espetáculo ,assim como no final , onde se despe em todos os sentidos .
Gostei muito da dinâmica do espetáculo, que não cai em momento algum , das inovações , das músicas cantadas pelos atores , o que nos dá uma vontade de quero mais .
No final, o nu de José Raul Molina dá nome e propósito à apresentação , fazendo do falo o instrumento de trabalho daqueles que ali estavam .
Valeu muito a pena !
Eu recomendo !
PS: Os vários beijos não pareciam técnicos !