"Cromossomo 21" OU Em Algum Lugar Fora Desse Mundo

Outro filme que há muito tempo queria assistir era " Cromossomo21 ", com a direção de Alex Duarte, disponível na Amazon Prime.

O filme que tem a querida Porto Alegre de pano de fundo, conta a história de Vitória ( Adriele Pelentir), que tem a síndrome de down, mas, que é uma mulher de 23 anos incrível.

Independente, toca piano, canta no coral, participa de ONG , faz faculdade e muito mais. Estava namorando Kiko, outro rapaz com síndrome de down, quando por um destino da vida, conheceu Afonso ( Luis Fernando Irgang), na rua, que fazia -se de cego, era um personagem, já que faz teatro.

Foi paixão à primeira vista, e Afonso proporcionou muitas coisas para Vitória que ela ainda não tinha conhecido. Ela se encantou.

O problema foi a mãe de Afonso, Dona Antônia ( Suzy Aires ), uma empresária pretensiosa, viúva, e que por incrível que pareça financiava a ONG que Vitória fazia parte.

Antônia, arrogante e preconceituosa não aceitou, claro , o namoro do filho com a menina e o filme se desenrola nesse imbróglio.

Por parte da Vitória, a mãe ( Deborah Finocchiaro), sempre apoiou a filha e confia plenamente em suas decisões.

O filme tem uma bela fotografia, nos apresenta alguns cartões postais de Porto Alegre e também nos ensina a tratar do nosso preconceito com o diferente.

Ensina- nos a amar mais o próximo, seja ele quem for. O filme virou um projeto mundial, destacando o discurso final de Deborah Finocchiaro  em defesa do diferente, do especial.

Parabéns !

Recomendo !

" Alaska" OU A Que Causa Dedicar a Vida ?

Assisti a um filme que há muito tempo queria assistir e agora o vi na Amazon Prime.

"Alaska", com a direção de Pedro Novaes, se passa na Chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás e conta a história mal resolvida de Fernando e Ana.

Fernando ( Rafael Sieg), está meio abalado pela morte do pai, e recebe um telefonema de Ana ( Bela Carrijo), sentindo pela notícia e perguntando como ele estava.

O casal tinha se separado, em um fato não mencionado, mas, tudo leva a crer que Ana o deixou sem explicações .

Fernando, que estava em Goiânia, se preparava para ir para a  região da Chapada, ver a fazenda do pai e outros negócios, já que estava a fim de vendê-la.

Como ele demoraria umas 2 semanas para fazer esse percurso e resolver suas coisas, Ana pergunta se pode ir com ele, e os dois vão juntos fazer essa viagem .

Conversam um pouco, nada do relacionamento e do fim dele, e já têm um primeiro obstáculo, que é um pneu furado e o estepe murcho.

Segue viagem, e a estrada não é boa, é complicado pois você não sabe se está no caminho certo, mas, chegam na fazenda do pai.

Depois seguem para um outro local, comem com o pessoal do vilarejo, sem frescura, dormem dentro do carro, tomam banho em cachoeiras, fazem xixi ao relento, enfim ...

Chega um ponto, que a paciência acaba para ambos e a coisa parece desandar. A cabeça de Fernando parece não dar conta de tantos assuntos a resolver ao mesmo tempo.

Chegam à rodoviária . Fernando trota no cavalo Alaska, o favorito do pai.

Gostei demais da fotografia, é também um tipo de road movie, gostei dos atores e de toda a simplicidade.

Deu vontade de fazer uma viagem para a Chapada dos Veadeiros que eu ainda não conheço.

Valeu a pena !

Eu recomendo !   

 

" Uncle Frank" OU Proibido Amar

Que ótima indicação e ótimo filme para o final de noite no domingo, foi esse " Uncle Frank", com a direção de Allan Ball, que tem uma  Carolina do Sul e um pouco de NY, como pano de fundo.

O filme começa nos apresentando a família de Frank ( Paul Bettany), um professor solteiro, de mais de 40, que mora em NY, e leciona na Universidade de Nova York, sendo muito querido pelos alunos, e que passa uma data comemorativa na casa dos pais em uma cidadezinha da Carolina do Sul.

Lá estão todos os irmãos, cunhados, sobrinhos, e uma gentarada só, que sempre tem alguma encrenca ou algo que alguém fala e machuca um ou outro. Vocês sabem do que estou falando .

Na família de Frank, chamam a atenção o pai ( Stphen Root), aqueles toscos, grosso mesmo, ranzinza e impaciente , a tia ( Lois Smith), irmã do velho, que sempre faz perguntinhas indelicadas a Frank, o irmão Mike ( Steve Zahn), que puxou o pai, e é meio inconveniente e a graça da sobrinha Beth ( Sophia Lillis), filha do Mike, que conversa muito com o tio e o adora.

Aliás, é Frank quem dá alguns toques para Beth e a auxilia em questões de personalidade, sexo, e tudo mais.

Ela passa na Universidade de Nova York e vai para a cidade do tio. Já arruma um namoradinho rápido e participa de uma festa descolada do tio, onde descobre várias coisas que não estava acostumada.

Nessa festa, entra o personagem Wally ( Peter Macdissi) , companheiro do Frank há uns 10 anos.

Beth e Wally têm uma empatia muito grande, e um telefonema da casa da mãe faz com que Frank e Beth tenham que ir urgentemente para a Carolina do Sul.

Eles vão de carro, e aí vão se conhecendo mais e mais, como por exemplo, quem foi o primeiro caso do tio, e aí entra no filme, as cenas do passado, e esse flashback vai e volta com tudo, pois é muito influente na vida de Frank.

As cenas são belíssimas, e me lembram um outro filme de jovens que assisti que parecem pular do mesmo deck desse filme no lago.

Não esquecendo que estamos nos anos 70, e que o preconceito e a cultura é pesada na Carolina do Sul, assim como em outros estados dos EUA.

A dramaticidade aumenta quando Frank chega na casa dos pais novamente e o sofrimento do rapaz com tudo isso só piora.

O assunto é sério, mas, o filme tem alguns escapes com a sobrinha Beth e com o Wally, um pouco fora do contexto.

Finalizando, gostei do filme, e principalmente das atuações de Paul Bettany e Sophia Lillis.

Valeu a pena !

Eu recomendo ! 

"Monsoon" OU Abrindo as Janelas do Tempo.

 Assisti ao tão comentado filme " Monsoon" do diretor Hong Khaou, que traz como pano de fundo o exótico Vietnã , com suas cidades Saigon e Hanoi.

O filme conta a história de Kit ( Henry Golding), que saiu com 6 anos do Vietnã com os pais, fugidos da reunificação pós guerra, e foram para a Inglaterra.

Os pais morreram, e agora, traz suas cinzas para o país natal e estuda um melhor lugar para deixá-las.

Kit, 30 anos depois, aluga um flat, não fala mais o idioma, fala o inglês, visita os amigos de infância, tem um encontro que já havia programado com Lewis ( Parker Sawyers), já que é gay e vive bem demais com sua sexualidade.

É um rapaz bem discreto, calmo, com passos curtos, fala mansa, carinhoso, muito observador, sorridente, que o conquista ao longo do filme.

Kit faz amizade também com uma local que faz tour sobre a parte cultural, e tem na família a tradição da produção do chá de lótus.

Kit faz várias observações, sai com outras pessoas, conversa até a chegada do irmão com a mulher e os sobrinhos, onde juntos terão a missão de entregar as cinzas dos pais em um local mais adequado.

Filme leve, com aspectos históricos e culturais, que nos abre discussão sobre a própria Guerra do Vietnã, o pós guerra, o renascimento do país e as marcas que ficam para sempre naqueles que passaram por esse momento.

Valeu ! 

"Narcissus And Goldmund " OU Ora Hóstia, Ora Biscoito .

Assisti ao filme Austríaco "Narcissus And  Goldmund ", do diretor Stefan Ruzowitzky, baseado no romance de mesmo nome do famoso escritor Hermann Hesse, escrito em 1930.

O filme conta a história de Goldmund (( Jannis Niewohner), que é mandado desde muito pequeno ao mosteiro Mariabronn, por causa da vadiagem de sua mulher.

Lá, ele é pupilo de Narciso ( Sabin  Tambrea ), que entrou ali exatamente para tornar-se um monge e servir a Deus. 

A amizade dos dois abalará algumas dessas crenças e levará para o resto da vida deles algo bem forte, confrontando os valores cristãos com pagãos .

Os irmãos do mosteiro logo do início não gostavam de Goldmund, achando que ele não deveria estar ali, que era um pecador, e assim se foi logo que tornou-se adolescente, fugiu e foi levar sua vida fora dalí, com muita fornicação e uma vida cheio de altos e baixos.

Goldmund também tinha o objetivo de encontrar sua mãe, que segundo o pai, havia fugido.

No final, Goldmund retorna ao mosteiro, e há o encontro com Narciso. Creio que exercita-se muito o ato de livre arbítrio, força, perseverança e fidelidade .

Uma bela fotografia, gosto de filmes que retratam esses mosteiros e as vidas simples e precárias dessas pessoas.

Valeu a pena !

Recomendo !  

"Hurricane Bianca : From Russia With Hate " OU Filme B/Netflix

 Assisti ao filme "Hurricane Bianca : From Russia With Hate " , com a direção de Matt Kugelman, que está no catálogo da Netflix, e sinceramente, esse não gostei. 

É difícil eu não gostar nada de um filme, mas esse, realmente, será uma perda de tempo você assistir.

Não te traz nada de útil, é sem graça, uma história boba, personagens que não acrescentam, e uma produção a mais de montagem de drags em algumas cenas.

É isso. 

" República" OU Curta Metragem de Grace Passô

Assisti ao curta metragem " República" , com direção e atuação da fodástica Grace Passô, que acontece no 24º forumdoc.bh , que é o Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte.

O curta foi filmado de um apartamento, no período da pandemia, com toda a carga política e polarizada vivida no Brasil, além da pandemia que veio para dar uma nova ordem a tudo e a todos.

Nesse clima de tensão, a personagem de Grace recebe um telefonema, que algo está acontecendo, e na TV ela constata o fato.

A verdade com que ela passa a cena, sua expressão facial, sua voz é de tamanha representatividade, que tudo que essa mulher faz é muito bom e de se elogiar sempre.

Assistam ao curta metragem !

Eu recomendo !

"Nasce Uma Rainha " OU Teu Nome é Mulher !

 

Assisti a 1ª Temporada de "Nasce Uma Rainha ", programa de Reality da Netflix, comandado por Gloria Groove e Alexia Twister.

Gostei muito do que vi nos 06 episódios, muito mais pela capacidade de aprender algo com os colaboradores de cada episódio como : Tiago Abravanel ,Johnny Hooker, Silvero Pereira e outros , assim como com a própria direção que Glória Groove/Daniel dá em seus encontros com a pedra no sapato de cada candidato, e a forma de lidar com tudo isso.

Gostei das músicas escolhidas para os shows, e vi histórias realmente de cada um deles para chegar até aquele momento.

O reality é muito colorido, o figurino é espetacular, os poucos segundos que Gloria Groove ensina o candidato a se maquiar é um aprendizado para quem gosta disso, os toques dado pela experiência de Alexia Twister nos ensaios também são importantes.

Além do mais, tem aqueles pequenos trechos das músicas da Gloria Groove que também dão um UP no programa e te faz ter vontade de ouvir todas elas depois no youtube.

Com relação aos shows na finalização de cada candidato, uns foram melhores e outros mais fracos.

Creio que o objetivo do reality é mostrar a qualidade e a dignidade em ser uma drag queen, mostrando vários exemplos de profissionais muito bem inseridos na sociedade e no mercado de trabalho. Que nos apresente muito mais dessas drags !

Ou seja, desmistificar que ser Drag Queen é uma furada, pelo contrário, primeiro, que é muito difícil o tornar-se uma drag. É trabalhoso, não é barato, demanda tempo, e experiência em vários aspectos. Definitivamente, é uma arte . A Drag é uma artista !

Parabéns pela experiência e desafio de vocês e que venha a segunda temporada !

Valeu!

Eu recomendo ! 

"Welcome To Chechnya" OU O Esgoto Político no Sul da Rússia .

 Já fazia algum tempo queria assistir a esse documentário tão comentado nas redes sociais, e óbvio que já sabia o que iria encontrar.

"Welcome To Chechnya", com a direção de David France, é digno de documentário vencedor de Oscar, devido a enorme urgência do que se  trata.

O filme, conta a barbárie, o assassinato, a tortura e o levante de todos os gays descobertos na Chechnya, no sul da Rússia, onde o seu Presidente Ramzan Kadirov, líder e aliado a Putín diz que não existem gays no seu país.

É claro que não existe, pois eles matam todos, e higienizam a raça e a cultura dos grandes que ali moram. E o pior, é que as famílias dessas pessoas, concordam com isso, e elas mesmas matam seus filhos de vergonha ou pela imposição e ameaça política da família inteira ser morta.

Salvação ? Um pouco. Graças a ativistas e ONGS russas ligadas à comunidade LGBT, que se localizam em Moscou e fazem o trabalho boca a boca, ajudando a tirar essas pessoas da Chechênia e posteriormente da própria Russia.

Olga Barnova e David Isteev são dois dos colaboradores dessa rede de proteção à pessoas LGBT, que se desdobram, conseguem voos, transporte clandestino, táxis, apartamentos e um abrigo secreto em Moscou para dar um pouco de segurança aos gays da Chechnya.

Um deles, que por incrível que pareça, não é Chechnyo, mas, foi para lá a trabalho e foi torturado e quase morto, será o responsável por denunciar toda essa barbárie.

Maxim Lapunov, que tem um relacionamento de 10 anos, e toda a sua família em risco, com muita coragem vai à Moscou denunciar essa criminosa associação.

O filme, toma o cuidado para alterar o rosto das pessoas envolvidas devido a segurança, pois se forem encontradas serão devolvidas á Chechnya e possivelmente mortas.

Tudo é muito complicado, mas, todos sabemos que não é somente na Chechnya, e que a Rússica também tem problemas com relação à população LGBT.

Documentário imperdível e obrigatório a todos que precisam saber o que se passa ainda em alguns lugares do mundo em pleno 2020.

Esse é o Presidente da Chechnya   

Recomendo !

"Rosa E Momo " OU Abre a Janela e Deixe Entrar o Ar e o Sol da Manhã .

 Bem, vamos aos filmes da Netflix . Começo por "Rosa E Momo ", com a direção de Edoardo Ponti, que tem a região da Puglia, no sul da Itália, seu pano de fundo.

Lá, vive a Madame Rosa ( Sophia Loren), uma ex prostituta, já com mais de 80 anos, cansada de fazer seus programas, agora vive com suas economias e com algum dinheiro de algumas prostitutas lhe pagam para cuidar de seus filhos.

No momento, 2 crianças estão com ela, apesar de que a mãe do menorzinho, faz programa durante à noite e volta pela manha. Lola (Abril Zamora), ajuda no que pode Rosa, no tempo que está na casa.

O Dr Cohen ( Renato Carpentieri), tem a guarda de Momo ( Ibrahima Gueye), um senegalês, que é de difícil comportamento, já foi expulso da escola, teve sua mãe morta pelo pai, e não é de fácil convívio.

Certo dia, ele aparece com 2 candelabros roubados exatamente de Madame Rosa, e Dr Cohen vai devolver e também fazer com que o garoto peça desculpas.

Na oportunidade, pede à Madame Rosa que cuide do menino. Ela hesita, mas, com 750 euros mensais acaba aceitando o garoto.

No início, não foi fácil a vida de Momo e Rosa na casa, já que ela impõe suas regras, mas, aos poucos eles vão se acertando .

Momo quer a vida fácil, como de alguns que conhece e pede para o traficante ( Massimiliano Rosie) que lhe dê trabalho.

Ele éo campeão de vendas de maconha e haxixe no pedaço, ganha seu dinheiro, celular e até compra uma bicicleta.

Madame Rosa pede ajuda ao Sr Hamil ( Babak Karimi), que é muçulmano como Momo, tem paciência e experiência, podendo ser útil na educação de Momo.

Ele tem uma loja ,e Momo vai ajudá-lo uns dias da semana.

A história vai tomando seu rumo, fatos acontecem, e o amor acaba por fazer aproximar pessoas tão diferentes, de raças diferentes, religiões diferentes, que é o que fica de mais belo para nós, expectadores.

O filme, é baseado no romance " The Life Before Us", de Romain Gary, e tem na sua trilha sonora: " Malandro", cantado por Elza Soares, e a música final, por Laura Pausini.

Vale muito a pena ver a atuação dessa maravilhosa atriz, que com seus 86 anos ainda dá um show de interpretação, além do Ibrahima, que com sua simpatia, dança e manejo, também entra de cabeça no elenco.

Valeu  a pena ! Eu recomendo !