O filme nos remete à uma região isolada na Galícia, Espanha, aliás nunca vi uma região ter um idioma tão parecido com o português do que nesse lugar.
Agora, a ignorância, a teimosia e a parada no tempo, ali ganha de muitos outros lugares, sem dúvida nenhuma.
Lendo sobre o filme, descobri que todos os anos, em várias aldeias próximas, é festejada “a rapa das bestas” – uma rude celebração popular que consiste em cortar as crinas dos animais selvagens para remover quaisquer parasitas antes de liberar os animais de volta para as montanhas.
A chocante e primitiva sequência de abertura de As Bestas é uma referência a esse costume local.
O problema é que um casal de franceses já de meia idade comprou umas terras nesse vilarejo, produziam seus próprios alimentos e os vendiam na feira.
Mas os vizinhos não aceitavam a convivência com eles. Não queriam estrangeiros na vila deles.
Tudo o que pudessem fazer para atrapalhar eles faziam, até colocar duas baterias no poço onde saía a água para toda a plantação de tomates do ano, que acabaram apodrecendo por causa do chumbo da bateria.
Os maiores rivais eram os irmãos : Luis Zahera ( Xan ) e Diego Anido ( Lorenzo).
Havia o problema da energia eólica também que se expandia no local e teria uma próxima votação para ver se o grupo investidor mantinha o empreendimento ali ou levaria para terras vizinhas.
Eu só me incomodei com uma passagem no roteiro antes da chegada da filha do casal francês Marie ( Marie Colomb), que acho que ficou muito pulado.
A filha do casal chega para passar uns dias e ficar com a mãe tentando colocar na cabeça dela que ali não era um bom lugar para se viver.
A polícia ?
Daquele jeito, protegendo os locais. Difícil estar em um país que não o seu. Parece que as leis são diferentes.
Ah, gostei da cena em que Antoine entra no rio pelado morrendo de frio .