O objetivo desse blog é poder compartilhar o que foi visto em espetáculos e shows , os filmes assistidos , os lugares visitados , cidades, Países , além da vida noturna e muita música ilustrando tudo isso .
Vendo a página do ator Irail Rezende , que tive a oportunidade de conhecer em São Paulo , vi alguns curtas em que ele participou e comecei assistindo " O ENCONTRO " , baseado em um conto do escritor Eduardo Galeano .
O curta que tem a duração de uns 9 minutos, e que tem a direção de Diogo Moreira , conta a história de uma mulher negra que chega em um bar de periferia toda ensanguentada no seu rosto ,com um grande hematoma no olho esquerdo .
Pedi um cigarro e um café , mas, o atendente pedi a ela que fume lá fora, que não queria confusão com esse tipo de gente no bar dele . Que ela devia ter aprontado bastante para estar daquele jeito.
Depois de várias ameaças, a mulher vai ao chão, pelo cansaço e fraqueza mesmo da situação e é socorrida por um cliente , que é técnico em enfermagem e leva pra casa, faz toda a limpeza da área , e conversa com a senhora.
Ela diz que mataram o filho dela !
E o técnico de enfermagem , também relata que há 2 meses perdeu o pai assassinado tragicamente .
Um ENCONTRO que leva o mesmo sofrimento entre as pessoas . Seria uma coincidência ?
O elenco conta com Tatiana Godoi como a mulher negra , que também era cega ,Alison Falconeres, o técnico de enfermagem , Wilton de Cali, o atendente do bar e também Irail Rezende,o Capitão .
Destaque da imagem da produção , do roteiro e também dos atores .
Filme de Doris Dorrie , Cerejeiras em Flor surpreende, toca na ferida de muita gente , e quem sabe , faz a diferença .
O filme me foi recomendado e realmente é bem tocante, denso , valendo muito a pena as duas horas de duração dele, que passam sem nossa percepção .
A história começa numa cidadezinha do interior da Alemanha , com um casal :Rudi ( Elmar Wepper) e Trudi ( Hannelore Elsner).
Eles têm a vidinha deles , onde Rudi, todos os dias pega o trem , vai trabalhar e volta no final do dia para casa .
Trudi o espera, faz sua comida e começa toda a rotina novamente .
Interessante o fato de Trudi preparar um lanchinho e uma maça para Rudi , dizendo que a maçã era muito boa pra saúde e fazia bem à vida .
Mas, Rudi todos os dias dava a maçã para um colega de trabalho ...
Mas, a cena inicial do filme, mostra Trudi indo buscar os resultados de uns exames do marido no médico que explica a ela uma doença terminal que o seu companheiro tem .
O que fazer agora com o tempo que resta a Rudi ? Passear, viajar, rever os filhos ...
Sem falar nada com o marido , Trudi que era apaixonada pelo butô japonês e pelo Monte Fuji , convence o marido a ir visitar dois dos três filhos em Berlim. O caçula mora em Tóquio.
Ao chegar em Berlim , o primeiro enrosco: Ter que acomodar os pais e mudar toda a rotina da casa.
É isso que fica bem claro e enraizado no filme : Os filhos não querem ter o trabalho de ficar com os pais, nem que fora apenas por alguns dias .
Muito triste a cena , de um filho jogando os pais para o outro e no final, quem os leva para conhecer a cidade é a namorada da filha .
Aliás , foi muito solícita a moça em sair com os pais da namorada , e ter toda a paciência com os mesmos.
Já cansados de serem um estorvo , resolvem ir à praia , vão para o Báltico passar um final de semana .
E é aí que temos a primeira surpresa do filme : Uma morte !
O que fazer depois da morte da pessoa que amamos ? Como seguir a vida sozinho sem a pessoa que sempre o acompanhou ?
Essa é a pergunta que quem fica mais faz e não sabe a resposta ...
Mas, através de algumas coisas não resolvidas e finalizadas, podemos ir atrás de alguns desejos do outro...
E como nos transformamos para satisfazer isso , como se fora a própria pessoa , é muito forte o desejo de fazer mesmo pós morte o que não fora feito em vida .
E foi em Tóquio , na casa do filho caçula que tudo isso acontece , onde uma terceira pessoa aparece na história , trazendo tudo aquilo que faltava no contexto de quem se foi .
E mais uma vez , a autora nos mostra como é um pesar para um filho receber um familiar em casa e " atrapalhar" sua vida pessoal .
Mas, e as cerejeiras quando estão floridas ? Que paisagem bonita ! Que significado importante tem esse tempo para os japoneses .
E o butô ? Uma representação teatral solitária , onde parece que o artista está só, e mesmo com todos em sua volta , ele continua só , apenas no seu mundo .
Assim, Cerejeiras em Flor é tudo isso . Vai te tocar, pois é uma história de dor , mas de amor também .
Fico contente por duas coisas antes de comentar sobre o espetáculo :
1- De a Fundação Pedro II fomentar e produzir um espetáculo local e para Ribeirão Preto .
2- Da oportunidade que artistas e cantores locais têm de poderem participar desse projeto .
Então parabenizo toda a Fundação Pedro II pelo esforço e aos belos espetáculos apresentados para os apreciadores da ópera.
Outro fato interessante, é que assim podemos conhecer mais uma ópera , saber quem a escreveu , de onde era, da época apresentada , os temas envolvidos e assim, colocar uma mais em nosso humilde currículo de conhecimento .
Assim, aconteceu " O Morcego" de Johann Strauss Filho, que foi apresentada na Viena de 1874 .
A história , que é uma comédia , fala de mal entendidos , prisão , baile de reveillon , de vexame revidado , enfim ...
O espetáculo que contou com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto , teve a regência de Roberto Minczuk.
Com um figurino moderno, mas com uma apresentação popularesca, o que facilita e muito o entendimento da ópera , O Morcego , foi um sucesso entre as pessoas que puderam assistir.
Destaque para o II ato , onde entra o coro , com muitos integrantes, com um figurino todo colorido , dando corpo ao palco do PedroII.
Lembrando que o diretor cênico do espetáculo foi José Maurício Cagno .
Os solistas :
Thayana Roverso como Rosalinda ; Wladimyr Carvalho como Dr Falke; Vinicius Atique como Barão Einsenstein ;Cleyton Pulzi como Alfredo ; Graciela Araya como Príncipe Orlofski ;Karen Stephanie como Adele; Camilo Calandreli como Frank; Sasha Ganade como Dr Blind e Snizhana Drahan como Ida .
O figurinista foi Evaristo Moura e a coreógrafa Luciana Junqueira .
Parabéns aos bailarinos,ao coro, à Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e também à coordenadora geral do espetáculo : Dulce Neves.
Um amigo que trabalha comigo me recomendou o filme " De Porta em Porta " do diretor Steven Schachter , que fala das pessoas com deficiências.
O filme que tem sua ordem cronológica, fala de Bill Porter ( Willian H. Macy) , que teve problemas no parto e ficou com sequelas de paralisia cerebral , como a não movimentação do braço direito , problemas na fala , a coluna encurvada e outros , que tenta de todas as maneiras arrumar um emprego .
E ele conta com a ajuda de sua mãe ( Helen Mirren ), uma eterna incentivadora , que lhe impõe como métodos a paciência e a persistência .
Não é fácil algúem aceitar como empregado algúem com o tipo físico de Bill.
Mas, depois de várias tentativas , ele consegue um emprego de vendedor na companhia Watkins .
Ele vendia de tudo , e andava de porta em porta para vender seus projetos.
Foi muita porta na cara, muita cara feia de quem atendia e muitos insultos frente à deficiência de Bill.
E ele, humildemente , era muito pacencioso com todos , não desanimando de seu intuito maior, que era trabalhar, vender e produzir como uma pessoa normal .
Aliás, ele se achava uma pessoa normal e não queria ajuda de ninguém. Queria fazer tudo sozinho , pois sabia que era capaz.
Numa certa etapa da vida, sua mãe começa com problemas mentais e acaba sendo internada em uma casa de repouso , o que deixa um pouco abalado .
Depois de alguns exames de rotina , Bill também precisa de um ajudante , pois sua saúde não lhe permitia muitos exageros.
É aí que contrata a loira Shelly ( Kyra Sedgwick ) que o ajudava na contabilidade , nos negócios , nas entregas, enfim , uma verdadeira amiga .
A mãe de Bill parte para uma outra vida, ele fica sem chão, mas, continua sua labuta , pois a vida não pode parar.
Sua companhia tem um novo chefe ,que não vê Bill com bons olhos , mas, com o tempo o reconhecimento irá chegar.
Bill está cansado , sofre um acidente automobilístico e tem que vender sua casa para pagar as despesas do hospital .
Resolve então se demitir , briga com a amiga e funcionária Shelly e nas ruas vê ainda como pode ser útil com seu trabalho.
Pede então de volta o seu cargo para fazer o que mais gosta na vida : VENDER !
Filme que mostra bem as diferenças e o preconceito das pessoas com deficiência .
Destaque para a trilha sonora que tem You're so Beautiful , Hot Stuff , Holding Back The Years .
Associado ao tema, meu amigo também me indicou o livro "Longe da Árvore" de Andrew Solomon , que fala de pais tentando educar crianças complicadas .
Desde quando eu vi o anúncio de que a peça " A Banheira ", com o texto de Gugu Keller e direção de Alexandre Reineche, eu já queria me preparar para assisti-la.
Anderson Muller e Wilson de Santos
Isso porque , fazia parte do elenco Wilson de Santos , um ator excepcional , de quem aprecio muito seu trabalho .
Sara Freitas e Carol Mariottini
Bem, como eu iria à São Paulo no mesmo final de semana , mas, a peça ficaria sexta, sábado e domingo , deu certo de eu chegar no domingo à tarde em Ribeirão, e ainda assistir à noite o espetáculo.
A Famosa Banheira ( Com tampa )
Retorno garantido !
Primeiramente vamos ao título da peça : BANHEIRA : É um nome muito interessante, que remete a varias coisas na minha imaginação , e sempre cheia de situações ímpares.
As Irmãs ...
Lembrando que banheira é um recipiente sanitário em forma de uma grande cuba, de ferro esmaltado, louça, mármore e outros, para água fria ou quente usada para banho de imersão .
E o recipiente visto no palco correspondeu bem às minhas expectativas , e tendo como diferencial uma tampa !
A atuação de Wilson de Santos é impecável no papel de Melissa , uma transex , que tem um caso com um pai de família casado ( Anderson Muller ) e aparece no apartamento dele justo no dia em que o ladrão também resolve aparecer e faz os dois reféns presos , juntos no banheiro do apartamento .
Mário Félix e Romis Ferreira
E a história se desenrola a partir desse fato , com situações engraçadíssimas envolvendo o "machão " que paga uma transex , a própria , a esposa de fato ( Carol Mariottini ) , o ladrão ( Romis Ferreira ) , a amiga e vizinha Carol ( Sara Freitas ) e o outro ladrão ( Mário Félix ) .
Tudo isso dentro do apartamento e também dentro da BANHEIRA , que aliás, tem tampa , abre e fecha .
A linguagem da peça é muito boa e atual , com tiradas de Wilson de Santos de referências políticas e outros assuntos midiáticos .
O figurino de Melissa é perfeito, o que nos faz sentir que o ator está à vontade dentro do seu modelo , mesmo dentro de uma banheira apertada e depois com outro personagem junto .
O cenário é composto de luzes coloridas , um lugar onde é referenciado o banheiro , a banheira , uma chaise , um telefone e uma chave .
O celular de Melissa é um outro personagem da peça, pois o seu toque é engraçadíssimo , e o que o personagem fala ao atender , mais ainda .
Destaque também para as nuances de voz de Carol ( Sara Freitas ) e de todo o elenco, afinado com o texto .
No final de quase 1 hora e meia , resta a sensação de um quero mais , pois passamos com certeza, momentos ótimos assistindo a esse espetáculo.