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quarta-feira, 30 de junho de 2021

" A Bela e Os Cães " OU Masculinidade Tóxica em Filme Tunisiano.




Excelente o filme tunisiano " A Bela e Os Cães " da diretora Kaouther Ben Hania, exibindo um péssimo exemplo do que acontece em um país árabe como a Tunísia no trato com a mulher.

É de você assistir e ficar com o filme na cabeça por até um dia, pensando na situação vivida por Mariam ( Mariam Al Ferjani), que organiza junto com seus colegas de turma, um festa da faculdade em uma boate próxima à praia para que consigam recursos para a turma.

Lá, ela conhece Youssef (Ghanem Zrelli), um rapaz bonito, saem para conversar ao ar livre, se aproximam da praia, e aí, o que vemos é uma sequência já ocorrida, horrível, com Mariam mancando, inconsolada, ensandecida, apoiada por Youssef tentando ir até um hospital privado.

É que ela foi estuprada por policiais no carro deles, e além disso ficou sua bolsa, com documentos e celular.

No hospital, não conseguiu ser admitida pois não havia documentos. Um absurdo. Procurou outro, agora um público, um caos, uma desatenção aos menos favorecidos. No final, conseguiu um médico forense, mas, não pôde examiná-la pois deve ser encaminhada pela polícia.

Foram à delegacia, conseguiu ser atendida por uma mulher, grávida, que a mandou de volta ao médico forense, que realmente constatou o estupro.

Nesse tempo todo, ela foi ameaçada, jurada de prisão, seu amigo Youssef foi preso por desacato, pediram que ela retirasse a queixa, para ir embora para sua casa, bateram mais nela .

Não dá !

Triste demais você ter que denunciar um fato que fora feito pelas próprias pessoas a quem você está relatando.

Excelente o filme tunisiano. Vale a pena ver no MUBI.


" Looking : O Filme " Ou Prá Frente, Divertido, Alto Astral


 

Finalmente assisti ao filme  " Looking - O Filme ", na HBOMAX, com a direção de Andrew Haigh. Esse é o meu primeiro filme desse streaming.

Apesar de travar umas 4-5 vezes, ter que retornar , desligar, coloquei em outra TV e consegui finalizar. Vamos dar um desconto por ser o primeiro dia do streaming no Brasil.

E o filme ?

Gostei. Não esperava tanto. Achei que fosse morno, igual aos outros, principalmente por ser mais antigo, mas, me surpreendi com o alto astral, com as festas entre os amigos, com os próprios amigos e as discussões entre eles sobre casamento, relacionamento, amor, sexo, traição, morar em São Francisco ou não, trabalho, ter filhos, ganhar dinheiro e outras mais .

Patrick (Jonathan Groff), estava morando em Denver, pois foi embora de São Francisco devido algumas desilusões no amor e também no trabalho.

Agora, ele está de volta à São Francisco para o casamento dos amigos Augustin( Frankie J. Alvarez) e Eddie (Daniel Granzese).

Os dois casos que Patrick deixou para trás e mal resolvidos em S.F, foram com Richie (Raul Castillo) e Kevin(Russell Tovey).Os dois estão com novos companheiros.

O filme tem algumas brigas, desentendimentos entre os amigos e ex namorados, mas sempre de forma leve e no máximo ácida.

O final é agradável e todos terminam com uma boa mensagem de amizade e carinho, que mesmo com essa fórmula de relacionamento tudo pode dar certo. Ou não .


" The Warm Money" OU Filme Noir de Christian Petzold


 

Assisti ao filme " The Warm Money",  em curta metragem do diretor Christian Petzold, que se passou na Alemanha, todo em preto e branco, que conta a história de duas amigas, que estão sem dinheiro, duras no topo, e que arrumam um jeito para ganhar uns trocos e recomeçarem, ou pelo menos comerem.

Tudo começou com Vera, a mais extrovertida, agitada, que tem um pequeno trabalho, começando a beber em bares com homens e roubando suas carteiras.

As coisas iam bem, quando Heike quis fazer a mesma coisa e se deu mal, sendo pega em flagrante e correndo da polícia.

Valeu por ter conhecido uma faceta de Christian Petzold, alemão também diretor do filme " Bárbara ".

Confiram no MUBI.

terça-feira, 29 de junho de 2021

" Morrer Como Um Homem " OU Será no Cemitério dos Prazeres.




 

Assisti ao filme " Morrer Como Um Homem ", clássico português , dirigido por João Pedro Rodrigues e protagonizado por Fernando Santos, no papel de Tónia.

Tónia é um travesti, que brilha às noites na boate, mas, a idade faz com que novas travestis sejam mais aplaudidas do que ela, e isso não lhe é aceitado facilmente.

Em casa, tem Rosário ( Alexander David), um rapaz viciado em heroína, que vive com Tónia, chama-a de namorada, mas quer sua redesignação sexual completa.

Tónia, certo dia, tem o retorno de Zé Maria (Chandra Malatitich), um filho que teve e abandonou em um relacionamento heterossexual.

Zé Maria está regressando fugido do exército, depois de cometer um ato ilícito, e se perder na homossexualidade igual ao pai.

Tónia descobre um problema em um de seus seios e dia após dia vai se complicando.

Eles fazem uma viagem ao interior para fugir da droga do Rosário e dos problemas de Tónia, e parece que foi nesse tempo em que Tónia decide seu rumo.

Gostei do filme, teve um aspecto indie, sem deixar de focar nos problemas dos personagens, gostei das músicas cantadas pelos personagens e do modo como o diretor trabalha com a câmera.

Valeu a pena ! Mais um filme do MUBI.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

" Circumstantial Pleasures" OU Filme do Mestre Vanguardista Lewis Klahr





 Assisti ao filme de Lewis Klahr, " Circumstantial Pleasures" , no MUBI, para conhecer o trabalho desse vanguardista no cinema.

Era uma mistura de vários objetos, coisas sem sentido, cores, tamanhos e formas, em uma velocidade alucinante fazendo com que você não tenha muito tempo para associar algo com outro algo.

Achei um pouco cansativo e repetitivo, porque 60 minutos nessa toada é muita coisa, e mesmo com algumas palavras proferida, que também não fizeram muito sentido para mim, mais para o final do filme não me convenceram em dizer que foi interessante o que vi.

E olha, que sempre tenho algo para elogiar, ou falar da trilha sonora, da fotografia, da atuação de algum ator, mas, nesse caso, eu não tive muita opção e nem alternativa.

De verdade, não é um filme para qualquer pessoa, mesmo cinéfila, posso estar enganado.

Assim, quem tiver a curiosidade de assistir e provar que estou errado, veja no MUBI. 

" Manhãs de Setembro" OU A Que Causa Dedicar a Vida ? / Minissérie Prime Vídeo


 Esperava ansioso por essa minissérie. Adoro a Liniker, já assisti a um show seu ao vivo, tenho um cd, e gosto de sua presença musical.

Chegou na PrimeVídeo  " As Manhãs de Setembro", que tem como slogan também falar sobre a vida e obra de Vanusa.

Cassandra ( Liniker) é motogirl, e à noite trabalha em uma casa noturna como cantora para ganhar mais uns trocos.

Agora que conseguiu alugar sua kitinete, e ter seu próprio canto. Tem um caso com Ivaldo (Thomas Aquino), que é casado, tem uma filha e trabalha de garçom em um restaurante.

Os dois são felizes mesmo com essa condição. Encontram-se quando dá e assim seguem a vida.

Certo dia, Cassandra é surpreendida por sua ex mulher Leide ( Karine Telles) e com um menino, Gersinho (Gustavo Coelho).

É que o menino, agora com 10 anos, queria conhecer o pai. Sim, antes de ser Cassandra, era Clóvis e em uma bebedeira teve esse filho com a trambiqueira Leide.

É o fim da linha para a motogirl que começava a ser feliz.

A partir daí, sua vida virou um forféu, não sabendo o que fazer, já que Leide e Gersinho dormem em um carro, vendem salgadinhos no sinal e não têm renda e nem lugar para tomar um banho e dormir em uma cama decente.

O menino adorou o pai, ops, a mãe, e Cassandra odiou essa ideia.

O casal de amigos Aristides ( Gero Camilo) e Décio ( Paulo Miklos) até davam uma força para Cassandra abrigando Leide e Gersinho uns dias em sua casa.

Roberta ( Clodd Dias) era a dona da casa noturna onde Cassandra trabalhava e que também ajudava a motogirl quando se apertava financeiramente.

Os episódio se desenvolvem em um vai em vem do menino e sua mãe na vida de Cassandra e também do relacionamento de Cassandra com Ivaldo que também teve suas rusgas e deu uma esfriada.

Destaque para as canções de Vanusa, que dão um charme especial na minissérie.

Me decepcionei um pouco, é verdade. Achei pobre o roteiro, não deu muita sequência, profundidade, parece que do jeito que começou, ficou. 

Mas, de qualquer forma está valendo. Esperamos a segunda temporada, se ela vier ...

Destaque para Karine Telles que está sempre ótima em seus papéis !

" Dedalus " OU Cinema do Estranhamento/Brestiano?


 Bem interessante o filme " Dedalus" de John Greenstein, que eu havia visto uma crítica em um blog de filmes, e marquei em minha lista .

O filme, na verdade é um tríptico, ou seja, tem três partes independentes digamos assim, pois parecem três. filmes em um só.

Não queira entender o que se passa na primeira parte e associa-la na segunda e/ou na terceira, que você irá gastar energia. Ou não ?

Adorei esse estranhamento brestiano se assim posso denominar isso que assisti. E ainda mais a segunda parte das três, onde um michê, heterossexual, sem teto, para comer, ter um abrigo e sobreviver, começa a sair com homens mais velhos para ter o seu sustento.

Nessa vida, conhece uma garota da sua idade, fica em seu apartamento por algumas noites, e vira sua família no momento.

Sai com muitos homens, e se vira, em uma normalidade divina. Como se nada tivesse acontecendo, vive seu momento, se entrega. 

Em uma dessas entregas, ele se apaixona por um homem, e faz com que esse seu trabalho possa ir água abaixo.

Todos sabem que michês, prostitutas não podem se apaixonar por seus clientes. 

Alexander Horner é o michê bem novinho e bonito. Thomas Jay Ryan interpreta o  homem que ele se apaixona .

Vale a pena assistir . Veja no MUBI !

" The Female Closet" OU Electra com Creta/Barbara Hammer




 Gostei desse documentário de Bárbara Hammer, " The Female Closet", que conta a história de 3 artistas da fotografia dos anos 1890 -1920.

Alice Austen, de Staten Island, fez muitas fotos sobre ela mesma e suas colegas. Dizem que seu amor foi Gertrude Tate, e que as duas moraram juntas por muitos anos.

Hannah Hoch, reconhecida por suas fotomontagens, morava em Berlin, e morou 12 anos com Till Brugman, uma escritora holandesa.

Nicole Eisenman, uma pintora novaiorquina, também faz parte desse time de artistas dessa época, que através de sua arte deram um click na orientação sexual e na hipocrisia das sociedades em que viveram.

O contraponto do documentário é que em exposições contemporâneas dessas artistas em museus, as ativistas reclamam por não haver menção da homossexualidade das artistas, o que poderia ajudar a causa, mostrando mais pessoas geniais gays, e isso não foi aceito muito bem pelos curadores, e outros que organizavam  tais exposições.

Não sei qual a importância disso, porque as pessoas não deixam as outras em paz. Por que tem que remexer em histórias de 1890-1910. As coisas não podem funcionar a partir do momento em que vivemos, onde cada um decide o que quer e como quer, e com quem quer ...

De qualquer forma valeu o documentário e esse embate .

Vai ao MUBI conferir ! 

" A Fábrica " OU Como é Cruel Viver Assim /Aly Muritiba




 Assisti ao curta metragem " A Fábrica " de Aly Muritiba, baseado também na experiência de presídios brasileiros.

O curta te surpreende, deixando mais uma vez uma marca positiva do diretor, que já sou fã, a partir da minissérie O Caso Evandro.

Metruti ( Andrew Knoll) está preso, e pede à sua mãe que na próxima visita traga um celular.

Dona Lindalva (Eloina Duvoisin), prepara os sanduíches, os refrigerantes para levar para o filho no dia da visita, assim como prepara um celular e o embala com um preservativo e o coloca na vagina.

Chegando lá, a revista de sempre, de tirar toda a roupa, fazer três agachamentos, tendo um espelho no chão, mas, Dona Lindalva passou.

Encontra-se com o filho, os dois comem como se fora um picnic, e de repente ela pede para ir ao banheiro.

Tira o celular, volta e depois é o filho quem vai .

O final é bem marcante. Você vai gostar .

sexta-feira, 25 de junho de 2021

" Luca " OU Os Problemas de Ser Diferente/Novo Filme da Pixar/Disney




 Assisti ao novo filme de animação da Disney/Pixar, " Luca ", com a direção de Enrico Casarosa, que tem o fundo do mar e um vilarejo na Itália como pano de fundos nessa história de amizade.

Luca é um menino bom, que ajuda os pais trabalhando no fundo do mar, almoça e janta com eles, respeita-os e leva uma vida tranquila, até que encontra umas coisas no fundo do mar e fica intrigado.

Nessa de achar mais coisas, encontra Alberto, um outro menino como ele, mas bem mais arrojado, que não tem pai e nem mãe e construiu uma torre na superfície para morar com todas as quinquilharias que encontra no mar.

Alberto já é mais desenvolvido, fala maneira e acaba por influenciar Luca a também ir para a superfície, coisa que ele não fazia nunca.

Detalhe : Na superfície, eles passam de monstrinhos do mar para seres humanos, e Luca não sabe nada dessa nova vida, mas fica louco com uma vespa( moto italiana ) que vê em um anúncio na casa de Alberto.

Sonha em ter uma igual, e os dois constroem alguns projetos de vespa com os materiais recicláveis que têm e brincam de serem felizes.

Mas, Luca fica sabendo que na superfície, lá no vilarejo, tem vespa, e é um dos motivos que quer ir para lá.

A família dele fica ensandecida em saber que eles está descumprindo o acordo de não subir à superfície. 

Eles conhecem uma garotinha meio maluquinha na vila e vão com ela para cima e para baixo. Haverá um concurso de triatlo, e com o dinheiro da prêmio compra-se uma vespa meio retrô, antiga.

Alberto e Luca estão entusiasmado com essa história, mas, não podem se molhar, senão viram monstros do mar e aí viram isca , presa fácil para uma população que está louca atrás desses bichinhos do mar com arpão e tudo.

É tudo muito colorido, o mar é sempre bonito, com diversos tipos de peixes, e a vila italiana uma graça, que dá vontade de passar uns dias lá, mesmo com a pandemia.

Lucas acaba se desentendendo com Alberto, mas está com ideia fixa em participar do concurso que inclui: correr de bicicleta, nadar e comer macarrão.

O concurso foi uma farra, um circo, como tudo ali na Itália. Valeu a pena essa parte do filme.

Achei gostoso e bonito de se ver .

Valeu !

 


quarta-feira, 23 de junho de 2021

" Pink Narcissus" OU Excitante, Clássico, Atemporal



Esse filme é clássico em várias listas , e agora no MUBI, não pude deixar de conferir. Ele é de 1971, mas, poderia ser atemporal, ter sido feito mês passado. Bem ousado, excitante, chamativo, sensual e sexual também, não foi preciso nenhum diálogo entre os personagens para não tirarmos os olhos da TV.

A direção é de James Bidgood, com Bobby Kendall no papel principal, que faz um papel de um puto gay , que tem alucinações, sonhos eróticos, viaja no sexo com outros homens e resume a sua vida no puro prazer.

Muito colorido, cheio de panos, sedas, tapa-sexos, imagens escurecidas, o filme te leva aonde você quiser ir, ou seja, é muito sensorial.

Antes, não fora atribuído a ninguém a direção do filme, tanto é que termina com a assinatura de Anonymous.

Mais tarde, falou-se em Andy Warhol, mas, finalmente James Bidgood assumiu o seu projeto.

Interessante. Vale a pena conferir e tirar suas conclusões de um filme de 1971.   





Valeu a pena . Recomendo !

" António Um Dois Três" OU Falemos Sem Calças



Fazia tempo que estava na minha lista esse filme luso-brasileiro, " António Um Dois Três", do diretor Leonardo Mouramateus, e agora tive a oportunidade de assisti-lo no MUBI.

O filme tem uma leve inspiração no livro de Dostoievski, " As Noites Brancas " e mostra as três fases de António como se fora sua metamorfose, sua troca de pele, para quem sabe tenha uma evolução favorável em seu caminho.

Nessas três fases temos António (Mauro Soares), Debora ( Deborah Viegas), Tereza (Sandra Hung), Johnny ( Daniel Pizamiglio), Mariana ( Mariana Dias), João ( João Fiadeiro) e outros .

O filme é interessante, faz uma colcha de retalhos nessas três fases, desenvolve e prevê um fim, deixando ao expectador à sua vontade e gosto.

Com relação ao personagem António, às vezes sentia que ele tinha algum problema mental, que era lerdo demais, ou que era louco, bipolar, não sabendo qual era a dele, às vezes passava uma melancolia que parecia que iria se suicidar, mas, pode ser apenas a minha impressão, e ele não ser nada disso, na verdade , creio que não era não .

Gostei de ter amarrado o teatro na história, de ver uma atuação, de ouvir frases bonitas e de ouvir nome dos personagens de " As Noites Brancas " de Dostoievski no filme.

Achei sofrível a parte em que ele e o namorado da Tereza cantam " I Put Spell On You ". Me dava vontade de passar para frente .kkkk

Mas, gostei sim de ter visto uma produção portuguesa nesse meu caminho de cinéfilo.