Assisti ao filme francês " Deception" de Arnaud Desplechin, baseado no livro " Engano" de Philip Roth de 1990.
O longa traz dois adúlteros, que têm seus casamentos, fracassados digamos assim, onde Philip ( Denis Podalydes), casado, que omite seus casos à sua esposa e a jovem inglesa ( Léa Seydoux), casada com uma filha pequena, que tem em seu casamento abertamente que o seu marido tem outra mulher e vive infeliz, também traindo -o com o escritor americano que vive em Londres, onde já leu todos os seus livros e acha chic a relação com esse tipo de homem, que aliás, tem 58 anos e ela 35.
A relação dos dois se dá em seu escritório, e geralmente na parte da tarde. Os dois falam de casamento, de sexo, de literatura, do tédio, da vida, da depressão e claro, transam loucamente, como se fossem dois adolescentes.
O filme é rico em diálogos e o seu texto é brilhante. Você não consegue tirar o ouvido no que o casal fala, ou seja, não é um filme visual.
Philip coleciona mulheres por onde passa, tendo uma amante bem jovem, aluna de um curso seu, uma mulher madura que hoje vive à beira da morte com um câncer , uma que conheceu em Praga e todas essas traz anotações para enriquecerem os seus livros.
Além disso, Philip que é judeu, tem um hobby de ter somente livros para e sobre judeus, estando ali em Londres para também analisar o quanto a sociedade londrina é antisemitista.
A impressão final é de que Philip usa todas essas mulheres para seu benefício profissional, e depois as deixa onde estão negando que teve algo com as mesmas, principalmente para a sua esposa.
A curta cena onde ele está em um tribunal respondendo questões sobre misoginia, sexismo e outras mais nos leva a pensar sobre esse fato.
Mas, o que as mulheres vêm em um homem " feio" de 58 anos que a enfeitiçam tanto? Será que apenas ser gentil preenche toda essa lacuna que as deixam fascinada por Philip?
Não espere sentir emoções, apenas curta os diálogos e faça uma reflexão sobre tudo isso.
No MUBI.
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