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segunda-feira, 29 de junho de 2020

"As Cores do Divino" OU Documentário de Victor Costa Lopes



"...Fé : Quando Não se Tem, Se Inventa ..." Caio F.

Saiu do forno, o documentário do Cearense Victor Costa Lopes, " As Cores do Divino", disponibilizado online, onde todos podem aprender um pouco e se identificar com os entrevistados a respeito de fé, religião e orientação sexual ligada ao entendimento LGBT.



O documentário cearense conta com  9 conversas, 9 pessoas do universo LGBT, onde, todas já fizeram ou fazem parte de uma instituição religiosa.



Religião, fé e espiritualidade, onde todos os entrevistados são cearenses. O diretor tenta fazer tomadas em todas as religiões de nosso país.



Interessante cada participante abrir sua casa, e sempre algum detalhe nos chama a atenção, como as plantas de um entrevistado, que foi expulso da igreja, por causa de um chapéu que causou, as imagens afro em uma " casa", com uma participante do candomblé, que explicou bem as diferenças das vestimentas masculinas e femininas; Um outro integrante do candomblé, falando do corpo possuir uma identidade cômoda ou não na casa; a moça de personalidade forte, que atuava em encontro de jovens, na igreja, e teve que deixar a instituição por causa de um relacionamento com outra garota, onde a pastora foi conversar com a família para reverter a sua alma ; a felicidade uma outra mulher que mesmo em um convento, um espaço religioso, descobriu sua homossexualidade, saiu da instituição e foi sentir-se plena e outras histórias ...



De longe, adorei justamente a última entrevista, na casa do casal de homens, que adotam o espiritismo como sua religião, que foi muito natural, verdadeira e a que mais me tocou.


" A Cada dia, mais e mais pessoas estão se afastando da igreja e se voltando para Deus ..."


Valeu a pena !

Eu recomendo !

"... Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno..." Caio F.

"O Jovem Ahmed" OU Seguindo Fielmente o Alcorão





 Mais um filmes dor irmãos Dardenne, " O Jovem Ahmed", tem um grande apelo social e recente : O fanatismo religioso e suas conseqûencias.

O filme conta a história de Ahmed ( Idir Ben Addi), de 13 anos, que frequenta uma mesquita de um Imã local ( Othomene Mounon) bem firme aos preceitos do alcorão.



É nesse aprendizado, que o menino torna-se um fanático, em fazer suas rezas nos horários corretos, lavar as mãos, a boca e o rosto, e não aceitar por exemplo, que sua mãe beba bebida alcóolica, e que sua irmã tenha namorado e use roupas decotadas.


Mas, o que mais o incomoda, é sua professora Inês ( Myriem Akheddiou), que ele não dá á sua mão  à ela, e não aceita que ela namore um judeu e nem que dê curso de árabe sem  o corão como base, e ainda o ministre com músicas.


O que ele faz ?

Tenta matá-la, e com isso, vai para uma instituição educadora, como se fora uma prisão, tentar recuperar pelo erro cometido, com um instrutor, com aprendizado na fazenda, com regras e tudo mais.


Lá, conhece Louise ( Victoria Bluck), a filha do fazendeiro, que se interessa pelo garoto, e depois de algum tempo o beija. Isso foi a morte para Ahmed, que diz ser pecado, ainda mais ela não sendo uma muçulmana.


Ahmed foge da instituição e vai tentar novamente achar a professora Inês. Será que ele quer o seu perdão, ou novamente vinga-la dos preceitos do Alcorão.



Gostei do filme, e fico de certa forma chocado com tanta rigidez. Não vou julgar, mas, acho muito sofrido.


Vale a pena assistir,

Eu recomendo !

domingo, 28 de junho de 2020

"Ninguém Sabe Que Estou Aqui" OU Filme Chileno da Netflix



Então, o que poderia ser uma boa história, me pareceu um pouco cortado tudo o que vi, sem muitas respostas ou evoluções.




De qualquer forma, vamos ao filme chileno da Netflix,  "Ninguém Sabe Que Estou Aqui" , com a estreia do diretor Gaspar Antillo, que acabou ganhando o prêmio de diretor revelação do Festival de Tribecca 2020.


O filme, conta a história de um garoto, com uma voz incrível, limpa e potente, que ao passar alguns dias em um estúdio, foi feito a proposta ao pai dele, sei eles vendiam apenas a voz do menino, e o resto eles faziam, já que o menino era gordo e feinho.

Essa frustração levou Memo ( Jorge Garcia), depois de um tempo que não sabemos , a se isolar em uma fazenda de suínos no sul do Chile, com seu tio ( Luis Gnecco), onde trabalhava com esses animais, quase não abria a boca para conversar, e vivia o seu mundo.



Às vezes pintava suas unhas, às vezes colocava uma capa linda colorida e ia soltar a voz no meio da floresta, e às vezes tinha momentos de explosão e escapismo.

Certo dia, Marta ( Millary Lobos), começou a levar mercadoria do outro lado do rio para o Tio, ao invés do funcionário que sempre levava , mas estava adoecido. E não é que a moça se interessou pelo tipo de Memo.



Com curiosidade, instinto e interesse feminino, ela começou a se aproximar do rapaz e parece que queria ajudá-lo.



Não temos muitas informações de como ocorreu, mas, de repente, consegue-se um frente a frente, um bate papo, entre o famoso cantor, que lhe foi emprestado a voz de Memo e hoje se encontra em uma cadeira de rodas e o próprio Memo. 

Seria um pedido de desculpas, de ambas as partes, já que Memo parece ter sido o culpado do cantor estar naquele estado e o cantor, o culpado por roubar a voz de Memo para ser um sucesso .



Lembrando que nos anos 90, tivemos várias dessas fraudes na Euromusic.

A fotografia é fantástica, mas, o diretor não dá muito tempo para a gente contemplá-la, ele corta e muda de cena. Aliás, foi isso que me irritou um pouco no filme.



Confiram, se tiverem interesse ...

sábado, 27 de junho de 2020

"Blue" OU Último Filme de Derek Jarman



Mais uma indicação, e bem diferente dessa vez. Tratava-se do documentário " Blue", de 1993 de Derek Jarman.


Derek Jarman, foi um cineasta britânico, e que em 1992 passou a apresentar problemas de visão, ficando parcialmente cego, enxergando somente o azul, devido à complicações da AIDS.

Então, o tempo inteiro, você verá um tela azul, que é o que o diretor enxergava, e ele faz poesia, conta relatos, faz exposições sobre a doença, fala do tempo , da morte ,tudo isso acompanhado de uma trilha sonora fantástica, ou seja, é um filme sensorial, para você sentir, tudo o que passa na cabeça do diretor, que está praticamente cego, e que sabe que sua hora vai chegar em breve.

Pensei em uma amiga oftalmologista, que iria gostar e achar interessante esse documentário, por se tratar de uma doença na retina, e de ver como o paciente enxerga a vida através somente do azul.



Depois, também pensei, como existem relatos, documentários e filmes, que a gente não tem noção dessa existência e mostra de uma forma rica como essa algo novo ainda pra gente. Pois se foi lançado em 1993, somente agora eu fui conhecer essa obra.

Não é um filme para qualquer um, é mais uma forma de poesia, reflexão, calmaria, que aliás, faz muito bem nesses momentos de pandemia que estamos vivendo, abaixar a guarda e ver o que o outro que sofre tem para nos dizer.

Valeu a pena !

Eu recomendo !

"Mr And Mrs Adelman" OU Uma História de Amor na Netflix



Essa foi mais uma indicação que gostei e recomendo também: "Mr And Mrs Adelman",do diretor Nicolas Bedos, e que você encontra na Netflix.

O filme fala de um relacionamento bem íntimo e completo do casal  Victor Adelman (Nicolas Bedos) e Sarah Adelman (Dora Tillier), através de uma entrevista dela a um jornalista no pós morte de Victor, já que ele gostaria de escrever uma biografia do escritor, mas, com foco em sua esposa, para fazer algo diferente do que tinha no mercado, que seriam muitas biografias do escritor.



Então, através de um flashback, vemos desde quando Sarah vê Victor pela primeira vez, bêbado em um bar, arrasado por causa dos críticos e editores literários, e fica apaixonada por ele. Foi amor à primeira vista.

Mas, não foi tão fácil Victor aceitar esse amor, e Sarah teve que inventar um namoro com seu melhor amigo e depois com seu irmão, entrar na casa da família de Victor, para finalmente levar o rapaz embora definitivamente para sua vida.



O empenho foi todo de Sarah, que aliás, que mulher obstinada, batalhadora, focada, vencedora, olha, meus parabéns ...

O filme mostra toda a trajetória do casal , a busca incessante de Victor em escrever seu livro, agradar e ganhar o Prêmio Goncourt.



Sarah esteve com ele em todos os momentos, nasce o primeiro filho, com um pouco de retardo mental, digamos assim grosseiramente, e que é excluído literalmente pelos pais, que esperavam um super dotado, depois vem a filha, numa gravidez marcada pelo uso de cocaína por Sarah, que temia que Victor a largasse, então se reinventou através das drogas.



O momento da separação, o segundo casamento de Sarah, o retiro de Victor com sua filha, a volta de Sarah para Victor, a morte do filho precocemente, e finalmente a morte de Victor.

O filme permeia momentos alegres, cômicos com muita dramaticidade. Tem coisas muito íntimas, complexas, fortes, nesses diálogos muito fortes entre o casal, que aí sim mostra todo o valor do filme.



Você fica atônito com a resposta dos dois à diversas situações, que te deixa constrangido, sem graça, sem saber o que falar numa situação dessa. Aliás, os filmes franceses, são mesmo os melhores em retratar o relacionamento entre duas pessoas. Eles são foda !



O filme tem uma fotografia belíssima no final, e também uma revelação, que me lembrou dos filmes " A Esposa" e também " As Palavras ". Achei desnecessário, e em certo momento me perguntei se já havia assistido a esse filme ...kkkk



Muito bom mesmo , vale a pena assistir ,

Eu recomendo ! 

PS: Os dois são marido e mulher na vida real .
PS1: Ela é muito bonita !

sexta-feira, 26 de junho de 2020

"Boy George - A Vida É Meu Palco" OU Worried About The Boy



 Mais uma ótima indicação, dessa vez foi o filme, meio que biográfico de Boy George, intitulado "Boy George - A Vida É Meu Palco" ou Worried About The Boy, com a direção de Julian Jarrold.



Douglas Booth é o ator que faz o papel de Boy George, e vai muito bem. É bem parecido, a caracterização é excelente e o figurino idem.


O filme, mostra George desde a casa dos pais, onde ele sai, pois o pai não concorda com seus modos, suas roupas e estilo de vida, e ele vai em busca de seu sonho : Ser um artista, ser famoso !


Mora com um pessoal todo alternativo, numa casa de dois andares, meio que abandonada, e consegue trabalho na Blitz Club, onde tem o mal humorado gerente/dono, que escolhe quem entra ou não à noite na boate.



Só tipos bem exóticos mesmo, pessoas normais não têm vez, e lá, George fica na chapelaria, observando tudo e a todos.

Lá, desperta um amor por um aspirante a cantor, que pegar todas as mulheres da cena, mas, que tem uma certa atração por ele, e isso se confirma.



Lá na Blitz é que tudo acontece, onde conhece o pessoal do meio artístico e de repente, um rapaz o convida para cantar na sua banda .

George tem outra decepção com um heterossexual, o cara da bateria, que também se enrosca com ele, mas, parece que era só uma curiosidade... sempre assim, né ...


O filme, mostra flashs do passado, com a atual vida de sucesso de Boy George, em meio aos paparazzi que nâo saem da porta de sua casa, esperando um novo escândalo.

Boy George está totalmente envolvido com drogas, com brigas, e sua carreira corre o risco de afundar pela sua instabilidade.

Muito triste, ver a vida e o início de todos esses artistas sempre com a mesma história, do mesmo jeito, com decepções, amores não correspondidos, drogas, solidão e tudo de mais negativo ...



No final, somente na cena final, o filme nos contempla com Boy cantando " Do You Really Want Hurt Me ".

Valeu a pena !

Eu recomendo !

quinta-feira, 25 de junho de 2020

"Nômades" OU Peça Bem Atual Para os Dias de Pandemia








Tive a oportunidade e o prazer, claro de assistir a peça " Nômades", com a direção de Márcio Abreu, com a atuação de 3 excelentes atrizes e mulheres : Andrea Beltrão, Mariana Lima e Malu Galli, que tem o tema da morte, como principal.

Bem, primeiramente, gostaria de identificar, ou dar o significado de "Nômade" : Pessoa que não tem casa, que não se fixa em nenhum lugar, vive mudando, aquele que vaga, errante ...

Em um palco bem clean, com apenas um sofá, algumas cadeiras, microfones, portas vermelhas, as atrizes discorrem sobre a morte de uma grande atriz e amiga que se foi antes da hora, que saiu sem avisar, e falam entre si, como trabalhar com esse momento.



Não preciso nem falar sobre a atuação das três atrizes, porque seria chover no molhado, acho o mais importante é falar que o que elas discutiam entre si era o mais importante.

E não vá pensando que há uma história com começo,meio e fim. Não. É realmente discutir sobre o luto, a perda recente e inesperada de alguém que amamos, de alguém que não mais irá dar aquela risada que gostamos, de alguém que não irá sair com a gente, beber, viver bons momentos, e também no caso dela, de não atuar mais ...



Foi tentado homenagens à amiga, mas, nunca é a mesma coisa, a pessoa é aquela lá, não tem como imitar, trazer de volta outro corpo, sem aquela alma que se foi.

Nem só de tristeza reside o espetáculo, pois canções cantadas pelas atrizes nos fazem muito bem como : Close to Me ( The Cure) , Breed (Nirvana), I Feel Love ( Donna Summer), Um Índio ( Caetano Veloso), Valerie ( Amy Winehouse) e Billie Jean ( Michael Jackson).

"...É fácil morrer. A toda hora.Em todos os lugares, a morte está se oferecendo. Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo. Não sei se gosto, mas, tenho uma curiosidade imensa, pelo que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e  fazer e ainda não sei o que será ..." Caio. F.



Sabe, acho que elas estão dizendo isso, o que dizer uma para as outras, antes que a tal morte chegue, não deixar faltar nada, para que sejamos e estejamos plenos no dia em que isso acontecer .

Muito bom o debate, o diálogo , enfim, vamos conversar não só sobre a morte, mas, sobre qualquer coisa .

Valeu a pena !

Eu recomendo !

"Paris Is Burning" OU Vogue,Vogue,Vogue.





Finalmente assisti ao filme/documentário "Paris Is Burning" ,com a direção de Jennie Livingston, que fala das casas e disputas nos bailes, da comunidade negra e LGBT de Nova York nos anos 80.

Se você assistiu a série POSE, vai se identificar com o filme, que aliás, veio antes da série, nos anos 90.

Mostra como os gays e negros em Nova York, se divertiam com pouco, apenas com seu glamour, com seus desfiles e sua dança, indo aos bailes com gente que não iria te desclassificar, te humilhar e pelo contrário, ali era lugar de aumentar a auto estima, de levar um puta troféu para casa, de fazer irmãos, de ter outra " mãe" e um abrigo para morar .



Muitas categorias inventadas, para que todos participem dos bailes, e não só aqueles com roupas de alto padrão, caras , que chamam a atenção, via-se de tudo o que se podia imaginar.



Muitos depoimentos, principalmente das Mães de cada casa, falando de como é difícil manter esse status e seguir mantendo esse ideal.


Acho que para quem não conhece as batalhas VOGUE têm que assistir ao filme, e quem já conhece, tem que reforçar a ideia do que foi esse movimento nos anos 80 em NY.



Acho tudo muito válido a forma de construção, de agregar as pessoas, para que não se percam definitivamente no meio da bandidagem, das drogas e chegando até à morte.



Valeu a pena !


Recomendo !

PS: No final, a graça de " Go To Be Real" de Cheryl Lynn.