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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

"O Irlandês" OU A Máfia Segundo Judas



Eu tinha que estar preparado para encarar 3 horas e meia para assistir ao filme " O Irlandês" da Netflix, e chegou essa noite, em que direto, sem paradas e sem ser cansativo assisti a um dos melhores filmes do ano.


Com a direção de Martin Scorsese, o filme traz a máfia e as gangues novamente como tema principal.

O longa traz o caminhoneiro Frank ( Robert de Niro) como ator principal do filme, que por ora é narrado em primeira pessoa, outra, o diretor nos apresenta um flashback, e por fim, o tempo real do filme .


Frank é casado, tem 4 filhas, e está sempre envolvido com o sindicato dos caminhoneiros. Em suas andanças, conhece Russell ( Joe Pesci), um homem poderosíssimo, que manda em tudo ali na região da Philadélfia .

Com a amizade de Russell, ele começa a trabalhar para ele, e também para os indicados de Russell, todos da máfia italiana, e o que acontece: É serviço atrás de serviço que Frank faz com a maior naturalidade de matar pessoas que estão no caminhos dos mafiosos.


Conhece nesse meio Jimmy Hoffa ( Al Pacino), o Presidente do Sindicato, um homem também muito forte, que tem uma empatia muito grande com Frank, a ponto de frequentar sua casa e ter uma boa convivência entre as famílias.

Frank acaba por andar bastante com Jimmy, que tem um temperamento forte e não leva desaforo para casa, nem mesmo dos mafiosos.


Após uma cilada, Jimmy Hoffa, que detestava os Kennedys é colocado na cadeia, e passa uns 5 anos em reclusão .

Quando sai, quer voltar ao posto de Presidente do Sindicato, mas, a coisa não está boa para o seu lado .

Frank que recebe ordens de Russell, acaba servindo de mensageiro entre Os mafiosos e Jimmy .


Ele não consegue intermediar , e essa relação vai ao extremo, acabando com Jimmy.


Os mafiosos vão presos, Russell vai preso, Frank vai preso, e muitos deles morrem.


Frank é o único que ainda pode contar realmente a história para as autoridades , principalmente agora que não há mais ninguém .


Frank perdeu a esposa com câncer, e também o respeito das filhas , que não aceitavam o seu tipo de trabalho.

Terminando a vida numa casa de repouso, ele reflete sobre sua passagens, seus erros, crimes e o sentimento amargurado de perder o amor de suas filhas e também de acabar com seu melhor amigo .


Filmaço, que ainda contou no elenco com Harvey Keitel e Anna Paquim .

Valeu a pena !

Eu recomendo !

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

"Sol Alegria" OU Uma Viagem Psicodélica e Alucinógena


Fazia tempo queria ver esse filme, que em uma das listas de melhores do ano, algum crítico tinha resenhado sobre ele.

Foi então nessa semana de final de 2019, que assisti ao filme " Sol Alegria" de Tavinho Teixeira , que além de dirigir, também atua como o pai da trupe que sai loucamente em busca de balbúrdia ...


O filme, é do jeito que José Celso Martinez gosta: Bem Dionisíaco !, com cenas de nudez, tabus, freiras com plantação de maconha, incesto,um verdadeiro caos em busca de alguma coisa .

De um jeito bem subversivo, essa família que tem a mãe ( Joana Medeiros), como uma grande matadora ( Matara um senador e roubara sua mala de dinheiro para levar às freiras ), e um casal de filhos. Ele ( Mauro Soares), de cabelos vermelhos ou pink sei lá, e ela( Mariah Teixeira), uma ninfeta que se descobre.

O filho é bem despojado e topa sexo por qualquer coisa. Piscou ele está beijando e trepando, geralmente com homens .


O filme é bem colorido , tropicalista digamos assim, em que ao chegar no convento, as freiras recebem os amigos com metralhadoras e uma grande putaria .


Nesse, aparece também um trovador ( Ney Matogrosso), e alguns outros personagens bem caricatos, como a madre Superiora ( Everaldo Pontes).


É um bacanal esse local com as freiras, para chocar mesmo os mais conservadores .


Passando toda essa orgia, a família pega o carro e vai em direção à alguma coisa . Chegando ao final, não encontrando nada, dá uma ré e retorna ...


Citando uma frase de um filme nacional : "Quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha e se esculhamba " ...

Esse é Sol Alegria ...

Propício ao movimento de resistência dos dias de hoje e com certeza bem inovador e arrojado .


domingo, 29 de dezembro de 2019

"Era Uma Vez Em Hollywood" OU Tarantino Mudando a História



Então, é um filme de Quentin Tarantino, e sempre teremos algo a comentar , às referências, às mudanças no caminho, à violência .

Falo de "Era Uma Vez Em Hollywood", que retrata a Hollywood dos anos 60, seus estúdios, cenários, TV, atores e tudo que gira em torno do cinema naquela década.


O atore em questão é Rick Dalton ( Leonardo DiCaprio), que é um sucesso na TV e seu dublê a amigo inseparável Cliff Booth ( Brad Pitt).

Com algumas referências à filmes do ator Rick Dalton, o filme mostra certa decadência do mesmo, que até recebe proposta de um diretor/produtor ( Al Pacino), mas, seria para fazer filmes de Bang-Bang na Itália.


Os dias passam, e Rick Dalton entra para mais uma produção nacional, com uma chance de se erguer, mas, com dificuldades de encaixar seu amigo e dublê Cliff.

Dalton vive em uma mansão no bairro dos ricos e milionários de Hollywood, em uma casa ao lado do casal Roman Polanski (Rafal Zawierucha) e Sharon Tate ( Margot Robbie).


Cliff, apesar de ficar a maioria do tempo na casa de Rick, tem a sua casa e sua cadela bem obediente, mas, muito faminta .

Nesse novo set de filmagens, Rick faz cena com uma garotinha muito inteligente e carismática ( Julia Butters).


O filme tem vários pacotes de encenações e histórias, e Cliff vai por exemplo ditar uma das melhores do longa, quando ela pega nas ruas de Hollywood uma Hyppie que está sempre por ali com seu bando e dá carona até o Rancho Spahn, que aliás, foi um dos cenários de filmagem de um filme antigo em que ele foi dublê .

Chegando lá, vendo que não é bem recebido e vendo toda aquela galera sem fazer nada se apoderando do local, quer investigar mais aquilo ali, e pergunta por George Spahn ( Bruce Dern), seu amigo e dono do local.


Demorou muito para chegar até ele, e com seus próprios olhos tirar uma conclusão de tudo isso . No final ainda teve problemas com um dos hyppies, que furou um pneu de seu carro e pagou muito caro por isso .

Outra cena que chamou a atenção foi a de Sharon Tate indo assistir a seu próprio filme no cinema e gostando da reação do público nas cenas que aparecia.


A cena final em que os hyppies vão à casa dos ricaços para matar todo mundo foi o ápice e claro teve a assinatura de Quentin, fazendo alusão ao assassinato na época de Sharon Tate, que chocou os EUA, já que estava grávida .

Você até torce pela cena ser favorável aos atores por não querer a violência e morte gratuita de um grupo de hyppies, que não fazem nada na vida e têm uma provável obsessão em tirar proveito dos homens ricos e brancos.


É ver para tirar suas próprias conclusões sobre mais um filme de Tarantino.

Eu recomendo ! 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

"Segunda Chamada" Ou Precisamos Falar dessa Série da Globo



Mais um acerto da Globo com suas séries. Estou falando da ótima "Segunda Chamada", escrita por Carla Faour e Júlia Spadaccini, com a direção de Joana Jabace.

O tema principal é a educação daqueles excluídos, dos que não tiveram oportunidade de estudar na idade certa e trabalham ou fazem uma atividade durante o dia e estudam à noite, tentando recuperar o tempo perdido e principalmente a dignidade.


Cada história ali vale um livro, uma dissertação. A começar pelo diretor Jaci ( Paulo Gorgulho), que é casado , tem um filho adolescente muito problemático, que não cabe em nenhuma escola e nenhum trabalho e tem um caso com a Prof. Lúcia ( Débora Block), que é casada com Dr Alberto ( Marcos Winter), que depois do trágico falecimento do filho adolescente Marcelo ( Artur Volpi), que era apaixonado pelo Prof Paulo ( Caio Blat), teve um AVC e nunca mais falou, dependendo diuturnamente de cuidados especiais .

A Prof. Sônia ( Hermila Guedes), é outra com uma série de problemas em casa, pois é casada com o violento Carlos ( Otávio Muller), tem 2 filhos pequenos e usa remédios fortíssimos para aguentar a sua dor, comprando de um atravessador, seu próprio aluno .


A Prof.Eliete ( Thalita Carauta), é solteira, e aparentemente é a que menos tem problemas na escola, mas, está sempre na linha de fogo auxiliando os problemas de todos.

O Prof. Marco André ( Sílvio Guindane), chega para dar aulas na escola, fica encostado, e acaba por apresentar as artes para o aluno, fazendo do teatro uma grande abertura na vida de muitos ali.

Marco André se apaixona por Sônia e a ajuda em várias situações críticas em que ela se meteu .


Os alunos ? Nossa, todos têm problemas ...

Maicon Douglas ( Felipe Simas ) teve filhos na adolescência e sofre com a falta de comida em casa, levando ao desespero para conseguir algo . Tem um fim trágico .

Jurema ( Teca Pereira), foi impedida de estudar por causa do marido, que não permitia que a mulher fosse à escola .

Pedro ( Vinicius de Oliveira ) e Márcia ( Sara Antunes), é um casal de evangélicos que sofre por intolerância religiosa.

A travesti Natasha ( Linn da Quebrada), sofre de transfobia, e nem o banheiro tem o direito de escolher qual usar.


Os refugiados venezuelanos Javier (Gabriel Diaz) e Alejandra ( Rosalva  Vanessa) sofrem com a xenofobia .

Valquíria ( Georgette Fadel) é uma ex- presidiária e sofre preconceito com essa marca .


Sílvio ( José Dumont)é um morador de ruas sedento por informação e cultura, mas, não larga o seu cão companheiro de forma alguma .


Tem a turminha dos que traficam e são donos da quebrada ... Tem o martírio da mãe que não quer ver mais um filho morto ... e muito mais .

Cada episódio , um problema diferente e tudo isso ligado à educação ...


Muito boa mesmo !

Aliar o pessoal da educação( professores) que sofre para estar em uma escola pública, apanha, é xingado, ganha mal, não tem recursos para ensinar e vai por amor à profissão, aos problemas mais comuns da periferia de uma grande cidade como tráfico de drogas, aborto, gravidez na adolescência, machismo, homofobia, xenofobia, roubo, feminicídio, carceragem, mau comportamento, morador de rua, prostituição e muitos outros temas atuais e sempre plausíveis de se discutir é de suma importância para o crescimento de todos.

Quero destacar a atuação de Débora Block e Hermila Guedes que dão um show de interpretação .


Vale a pena !

Eu recomendo !

PS: Já estou aguardando pela segunda temporada !
PS1: Destaque para a música tema com a voz de Elza Soares : Comportamento Geral


"O Farol" OU Proteu e Prometeu ?



Espetacular, uma obra prima, o filme " O Farol" de Robert Eggers, todo filmado em preto e branco , que se passa num local isolado, num mar aberto e em um farol.

É chegado o novo assistente do marinheiro mais antigo do local, o Sir Thomas Wake ( Willem Dafoe), que conhece bem o farol e tem métodos bem ríspidos com quem o auxilia.


O novato da vez é Ephraim Winslow ( Robert Pattinson), que chega calado, obedecendo as ordens do "comandante", até que é obrigado a falar um pouco mais .

Ephraim não suporta as grosserias e humilhações de Thomas, e começa a ficar furioso com o velho.

Thomas força Ephraim a beber com ele, e assim, se solta mais, fala de seu passado , até de que seu nome verdadeiro não é Ephraim, e sim Thomas Howard, pois Ephraim era o nome de um colega que se foi ...

A solidão, a tempestade, e as condições do local fazem com que Ephraim fique cada vez mais louco, com alucinações, vendo sereias no mar ...

E o principal : O segredo do farol ! Por que Thomas não deixa Ephraim subir no farol? O que tem lá em cima ?

Essa é a obsessão de Ephraim, que tenta a todo custo descobrir . Os dias ficam longos, a tempestade acaba com o  lugar, junto com a bebida e a loucura ...


E a história de que matar uma andorinha traz má sorte ? Ephraim não se conteve ...

O velho e os seus ensinamentos ...Será que tinha razão ?

Coisas começam a acontecer e o fim está bem próximo ...


Filmaço, cheio de metáforas e claro , discussões bem acalentadas após o final.

Vale muito a pena !

Eu recomendo !

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

"Augusto Boal - Teatro do Oprimido " OU Fórmula Utilizada em Vários Países do Mundo



Outro filme essencial para quem faz teatro é o documentário "Augusto Boal - Teatro do Oprimido ", que sob a direção de Zelito Viana, mostra a trajetória do teatrólogo em várias partes do mundo .


O filme mostra vários depoimentos de Augusto Boal e também pessoas ligadas ao teatro mostrando os objetivos dessa técnica, que  consiste na democratização dos meios de produção, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo e do teatro.


Ele foca o problema que e, alguns lugares, com o países da África e na Índia, jamais poderiam estar falando no dia a dia .


Depoimentos de Chico Buarque, Cecília Boal, Julian Boal, Edu Lobo e outros enriquecem o longa falando de Augusto e de seu teatro .


Algumas esquetes, em grupo ao redor do mundo são apresentadas e de suma importância .

Pra quem faz teatro é uma forma de conhecer o trabalho desse grande teatrólogo.


Valeu a pena !

Eu recomendo !