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sexta-feira, 31 de maio de 2019

"A Voz do Silêncio " OU Não Existe Amor em SP



Assisti ao filme de André Ristum " A Voz do Silêncio", que tem a enorme São Paulo como cenário para essa trama com vários personagens, todos eles cheios de problemas, angústias, e principalmente solidão.

Lembrei muito do filme " Magnólia", que por sinal é o meu filme favorito, e assim, o filme de Ristum, também me interessou.


Gosto desse entrelaçamento de personagens, vidas, histórias, e principalmente quando existe uma problematização nisso tudo.

Assim, podemos ver a senhora Maria Cláudia ( Marieta Severo), que mora num apartamento alugado com a filha Raquel ( Stephanie de Jongh), e que com a idade avançada, uma certa demência ou esclerose, ferida na perna que não cicatriza, e a sempre presente depressão como uma dessas figuras.

Maria Cláudia recebe os postais de todas as capitais do mundo, do filho Alex ( Arlindo Lopes), mas, ele não viaja para nenhum lugar. Mora num muquifo , trabalha de telemarketing para sobreviver, e convive com o vírus do HIV, motivo esse que fez com que a mãe o mandasse embora de casa.


A dona Maria Cláudia ainda tem na TV, o programa do pastor ( Augusto Madeira), que parece conversar com ela sobre as mazelas da vida e o quanto a igreja pode salvar esses pecadores.

Raquel, também é uma perdedora. Quer ser cantora, busca por cantar, mas, acaba por ser dançarina de pole dance em uma casa noturna de segunda.

Vejo a placa da rua Luis Coelho com Rua Augusta .É a São paulo, onde tudo pulsa, não pára ...


Num outro momento, temos Odilon ( Claudio Jaborandy), que trabalha como porteiro num prédio durante o dia, e à noite é sushizeiro num restaurante de um argentino grosso e petulante, Carlo,( Nicola Siri), que o humilha diariamente.


No prédio onde Odilon trabalha, temos o Sr Nestor  ( Ricardo Merkin),um argentino, fanático por música clássica e de qualidade, que tem sua rádio para compartilhar essas eternas canções, mas, que não está bem de saúde. Tem um câncer no pulmão e que já se espalhou para o fígado,diagnóstico feito quando foi ao seu médico ( Milhem Cortaz).


O Sr Nestor também tem uma filha, Julieta ( Marina Glezer), que trabalha em uma imobiliária e está prestes a ser demitida por não vender e o seu netinho Rodrigo( Enzo Barone), que pede para que a mãe o leve para vê-lo.


Ainda no longa, um homem viciado em sexo e traição,e Oficial de Justiça,Luis Gustavo( Marat Descartes), que vê sua mulher ruir em uma cama de hospital por algum problema neurológico.

Para fechar, o eclipse da lua, que dessa vez é chamada de lua de sangue e que todos terão a oportunidade de ver depois da 01 hora da madrugada.


Fico apaixonado pelas cenas de São Paulo, me atrai demais. Quanto aos atores, destaque para Marieta Severo, que tudo o que faz fica muito bom.

Valeu a pena!


Eu recomendo !
 


"Minha Fama de Mau" OU A História do TREMENDÃO Erasmo Carlos



Baseado na obra do livro com o mesmo nome, " Minha Fama de Mau" tem a direção de Lui Farias, e tem o Rio de janeiro na década de 60 como ponto de partida para a história do TREMENDÃO.

Erasmo ( Chay Suede), morava em um casarão antigo, compartilhado por várias famílias, e junto com sua mãe (Isabela Garcia) viviam timidamente, ele sem trabalhar, e ela passando roupa, trabalhando em hospital , e dando um duro para sustentar os dois.


Erasmo, tinha os seus amigos Tião Maia ( Vinicius Alexandre), que tocava e cantava bem e vendia marmitas para sua mãe , além de Trindade ( João Vitor Alexandre).

Eles sempre se reuniam e combinavam alguma coisa para fazer, ou algum lugar para irem, mesmo sem dinheiro, o que fazia com que tivessem pequenos delitos e malfeitorias para conseguirem.


Na chegada de Bill Haley ao Rio de Janeiro, os rapazes, que eram loucos por rock precisavam arrumar um jeito de ir ao show, mas, como ?

Foi nesse momento, que Erasmo conheceu outro garoto que já estava inserido no cenário da música e já apontava como um grande cantor : Roberto Carlos ( Gabriel Leone).


Eles se esbarraram nos corredores de um estúdio de programa de auditório, e trocaram algumas conversas, onde Erasmo tocou no assunto que era compositor e tocava música.

Nessa época, Erasmo pedia acordes no violão, e ao mesmo tempo, criava suas letras. Não é que uma delas deu certo para uma música que Roberto cantou e até um disco foi gravado.


Nesse caminho, surge Carlos Imperial ( Bruno de Lucca), com toda sua imponência, já que era o cara da vez no Rio, lançava sucessos, tinha programa de rádio, enfim ...

Não deu muita bola pra Erasmo na primeira vez que o encontrou não. Já numa segunda, prometeu um emprego na sua rádio ( mas era de secretário dele), e Erasmo foi crescendo, aprendendo, até que um dia, substituindo Carlos Imperial, que se meteu em confusão, se promoveu na rádio, lançando seu nome : ERASMO CARLOS.


Foi aí que Erasmo se juntou a Roberto e à Vanderléia ( Malu Rodrigues), já na música, e os 3 formavam um trio, que cantava no Programa Jovem Guarda e fizeram um enorme sucesso .

Erasmo lançou muitas músicas e todas caíram no agrado das pessoas. Agora sim ele era famoso, tinha dinheiro e podia dar um prédio na frente do mar para sua mãe.


Com o sucesso, bebida, e ciúmes, teve um mal momento, quando Roberto Carlos deu uma afastada, caindo num ostracismo muito grande.

O filme faz menção também às mulheres, mas, de uma forma bem sutil, podendo simplificar em Nara ( Bianca Camparato) esse detalhe.

O filme tem também a participação de Paula Toller como Candinha, que fazia a fofoca dos artistas na época .

Traz imagens da década de 60 do Rio em preto e branco, faz também uma pop art com algumas informações, conversa com o público e pra quem gosta das músicas da jovem guarda é um prato cheio, pois até os créditos, muita  música você vai ouvir.

Valeu a pena !


segunda-feira, 27 de maio de 2019

"Na Sua Companhia" OU Quando Vale Tudo ...




Estava eu dando uma passada no " Porta Curtas", quando vi um curta com um ator que acabara de conhecer no elenco de um filme.

Fui logo abrindo e conferindo o trabalho. O curta metragem era "Na Sua Companhia" e o ator, Ronaldo Serruya do Teatro Kunyn.


Com a direção de Marcelo Caetano, o curta começa em um canto, onde um maker pede ao convidado para que tire a camisa, e depois a calça, filmando-o e trazendo ao expectador uma cena bem sensual.

Vamos para um outro ambiente, escuro, com uns caras procurando algo que não têm, uns buracos onde pessoas colocam suas mãos e outras partes ...desejo ...sexo .


Um novo par se forma, se conhecem, vão pra casa, há uma câmera de vídeo, conversas e cama.

Já indo para o seio familiar, um pagodinho, mais gente se fitando, restabelecimento das posições. 


Até um sósia de Maria Bethânia encontramos, dublando a música " Maldição " .

Cai a noite, vem o dia e para quem não está só, que arrume uma companhia .


Valeu a pena!

Eu recomendo !

sexta-feira, 24 de maio de 2019

"Dizer E Não Pedir Segredo" OU Peça do Grupo de Teatro Kunyn



Dessa vez foi o Grupo de Teatro Kunyn que foi apresentar a sua peça no SESC Ribeirão.

"Dizer e Não Pedir Segredo" com a direção de Luiz Fernando Marques, o Lube , em quase 2 horas de espetáculo, pudemos com certeza, sair de lá, com um pouco mais de responsabilidade social.

A peça, começa com a chegada da plateia, que se dispunha em círculo, e que lhe era oferecido água, coca cola ou guaraná, além de amendoim e gomas.

Uma gentileza, que logo de cara, os atores já ganhavam a simpatia de todos, com essa intervenção .

 A peça fala de homofobia, desde os tempos da Carta de Pero Vaz de caminha até os dias de hoje, aliás, foi com cartas que o espetáculo se iniciou, onde uma pesquisa dos atores, mostrou algumas desde essa época até os nossos dias, de como as pessoas falavam dese delicado assunto umas para as outras.

Algumas esquetes vão acontecendo e quase sempre com a participação do público, numa interação que dá certo nos dias de hoje.

Falou-se do menino que jogava futebol só porque gostava de outro menino ;   daquele outro que se vestia com as roupas da mãe quando ela saia; do pintor que teve um caso com um ricaço ; da abertura dos presentes no dia de natal ; e até de Jesus que tem uma conversa com sua mãe, Maria, falando de sua saída de casa.

No início, umas malas no centro do recinto com várias roupas e utensílios e acessórios, é o mote para que a plateia escolha o que tenha vontade, ou o que se identifique.

Isso será usado durante a peça pelos atores, na medida em que vão surgindo as cenas, o que achei inusitado, diferente e gostei da ação .


Uma intervenção no meio da peça, os atores falavam de alguma coisa que caracteriza ou não uma bicha - Tipo se falar que o pé da pessoa está sujo, do jeito que ela olha o pé a caracteriza de bicha ou não,dizem que bicha sempre usa roupa escura tipo preta, cinza, marinho e não sabe assobiar, de que quando se pede para alguém pronunciar o nome da imperatriz SISSI e esse faz uma boca tipo godê, é bicha ; de outras histórias/lendas muito engraçadas, que obviamente não têm nada de científico.

Falou-se também do número de gays que existem em uma cidade, o tal dos 11% da população, da parada gay, de AIDS e outros assuntos que permeiam sempre a homossexualidade.

De uma forma muito doce, tudo nos foi apresentado, com muito carinho e esmero, até a cena final.

A atuação dos três atores ( Ronaldo Serruya, Luiz Gustavo Jahjah e Paulo Arcuri) é digna de nota .

Como disse a eles após o final do espetáculo, dá vontade de ser amigo deles. Acho que a verdade passada é fundamental para essa observação .

Mesmo a peça sendo já antiga, ela se encaixa perfeitamente nos dias de hoje, tornando -se mais que atual.

Valeu a pena!

Eu recomendo !

" P O S E " OU A Melhor Série !



Eu sinceramente não sou de assistir à series, mas, nesse caso, foi uma indicação de um  amigo, que quando vimos a peça " Preto" de Grace Passô, ele disse ter enxergado as influências da dança VOGUE em uma das cenas e também um pouco do seriado " POSE".

Foi então que fui procurar e saber mais da série. Ela está em sua primeira temporada, tem 08 episódios de aproximadamente 50 - 70 minutos cada e é simplesmente fantástica.


Por que ?

Porque é ambientalizada na Nova York dos anos 80, muita música bom, que eu gosto, o som das pistas, a dança , o figurino, os negros, em contra partida tem o surgimento da AIDS e todo o medo da nova peste.


A série começa com Damon ( Ryan Jamaal Swain) ,que morando no interior, sonha em ser um dançarino, e ensaia em casa, sozinho. Só que ele vem de uma família de negros, conservadores e religiosos, que não aceitam esse propósito e muito menos o de ele ser gay.


O que acontece? O pai o expulsa de casa .

Damon, vai só com a roupa do corpo para Nova York, dorme nas ruas, ao relento, e aos poucos , conhece alguém que vai resgatá-lo para quem sabe tornar um grande homem e dançarino.


É que ele faz os seus números na rua e Blanca ( M.J,. Rodrigues) o vê dançando e o chama para morar com ela, já que está abrindo uma casa e precisa de seguidores para competir no mundo dos bailes com outras casas.

Blanca, é dissidente da casa de Mrs Elektra ( Dominique Jackson), uma imponente negra que domina o mundo dos bailinhos com seu luxo e poder.


Assim, surge a Casa dos Evagenlistas, liderada por Blanca, que leva também Angel ( Indya Moore), Papi ( Birmark Curiel)e Ricky ( Dyllon Burnside), completando o seu time.

O cerimonialista do baile é o fantástico Pray Tell ( Billy Porter), que comanda todas as competições com a famosa frase : "The Category is "

Paralelamente a essa história, corre uma outra, num mundo coorporativo, onde Matt ( James Van Der Beek), empresário de uma grande multinacional, contrata um jovem e ambicioso rapaz , Stan ( Evan Peters), casado com Patty ( Kate Mara) e com 2 filhos pequenos.


Stan é ambicioso, quer subir na empresa, precisa comprar eletrodomésticos para sua esposa e para isso joga com tudo o que tem .


Mas, Stan, tem um probleminha : Ele vai ao subúrbio atrás de travestis, e nessa se apaixona por Angel , com quem mantém um romance.


Com uma segunda pessoa, e não sabendo muito bem o que quer, já que não se assume gay, ele é seguido por seu chefe Matt, que descobre que está traindo sua mulher.

Como Stan é uma ameaça para Matt, a coisa não ficará boa .


O glamour dos bailes é o melhor da série, com muito colorido, desfile, gongações e muita música.


O submundo dos travestis, o desejo da reorganização e cirurgia de gênero e suas consequências, as drogas, o sexo , o vírus da AIDS e várias mortes acontecendo dia a dia, a competição no mundo da dança com sua rigidez e sofrimento, a solidão de quem foi colocado para fora de casa pela família por ser gay, preto ou pobre .... enfim, são vários os motes para discussão nessa belíssima série .


Imperdível, tem que assistir !

Valeu a pena!

Eu recomendo ! 

quarta-feira, 22 de maio de 2019

"Contrações" OU Assédio e Perpetrada Relação de Trabalho



Mais uma vez um trabalho de Grace Passô cruza meu caminho. Essa coincidência foi a peça " Contrações", em que ela dirige e é encenada pelas atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes.


O Teatro Municipal de Sertãozinho, foi o local, em uma Mostra de teatro que acontece na cidade todos os anos, proporcionando casa cheia a preços populares. Muito legal!



O título da peça Contrações, soa um pouco genérico, vago, mas, pode-se dizer que vem de contratos, de dor, de repetições , de ondas que se intensificam cada vez mais, a medida que o tempo passa, e outras subjeções mais .


A peça é uma adaptação do texto do inglês Mark Bartlett, que fala sobre assédio no trabalho e todas as relações de desequilíbrio no processo de trabalho, entre patrão e empregado.


Como sendo um tema comum ao mundo todo, não deve ter sido difícil adaptar para o nosso Brasil.


O cenário : Uma estrutura que lembra as repartições de um escritório , com ar condicionado, escrivaninha, cadeiras, tubulação, assim como uma bateria e outros instrumentos musicais atrás de tudo isso , que seria usado para a própria sonoplastia da peça.


Assim, Emma ( Débora Falabella) é a funcionária de uma hipotética empresa de vendas e é chamada pela gerente ou uma mulher da diretoria para uma conversa.


A superior quer realçar a parte do contrato onde aos funcionários não é permitida nenhuma relação sentimental ou sexual entre os colegas de trabalho. Qualquer alteração dessa cláusula deve ser imediatamente comunicada.


As perguntas e a forma como são feitas pela gerente à funcionária acabam com qualquer um que vê a ação, de tanta arrogância e prepotência, fazendo com que o funcionário se sinta numa situação bem desconfortável.


A repetição da cena vai angustiando a empregada e também o espectador e a cada vez que é chamada na sala para questionamentos ela já vai apresentando sinais de desgaste.


É evidente o assédio e o quanto isso faz mal à saúde de quem o recebe. Lembramos de várias situações em nossa jornada com colegas e conosco mesmo e sentimos na pele toda essa doença.
Nota-se também que a mulher sofre muito mais nessa relação do que o homem, notando perfeitamente o preconceito ainda existente no mercado de trabalho.
Com o tempo e a repetição, nota-se que vai esfriando o ambiente, e a relação entre patrão e empregado, representado pelo ar condicionado e pelo gelo seco saindo de um compartimento, assim como os casacos de pele usados pelas personagens.



A atuação das atrizes é perfeita, os jogos de palavras são ótimos, fazendo com que até a plateia tenha vontade de responder, tudo funciona perfeitamente, menos a relação de trabalho entre o empregador e  o empregado.


Ótimo tema, ótima pela, tudo muito bom , em mais uma noite de teatro, de cultura e conhecimento para os que lá estiveram.
Não esquecendo de reverenciar o Grupo 3 de Teatro, responsável por essa encenação perfeita.


Valeu a pena!


Eu recomendo !

"Françoise" OU Curta Metragem com Débora Falabella





Aproveitando o gancho de ter assistido a peça "Contrações" com Débora Falabella, fui assistir um curta metragem, que ela fez, aliás, o primeiro trabalho no cinema, que lhe abriu portas importantes .


Com o curta " Françoise", adaptado do livro homônimo de Luiz Vilela, o diretor Rafael Conde mostra uma cena em uma rodoviária( a de Belo Horizonte), onde um homem esperando o seu ônibus sentado em um banco tem a presença de uma moça jovem e bonita que senta ao seu lado e os dois começam a conversar...




Inicialmente falam sobe Lindoia, uma cidade, que a moça sempre ouviu sua mãe falar na infância. Falando em mãe, ela já não mais a tem, e nem o seu pai, que nem chegou a conhecer ...


Com respeito os dois trocam um bom diálogo, conversando coisas sobre a vida, idas e partidas, sobre a rodoviária, os ônibus, as pessoas, até que a moça sai e chega um senhor dizendo que é seu tio.


O mesmo faz algumas perguntas ao homem e se identifica como tio da moça, e fala que ela tem alguns probleminhas mentais .




Com esse curta, Débora Falabella abocanhou o prêmio de melhor atriz na categoria de curta metragem do Festival de Gramado de 2000.


Vale a pena conferir!


Eu recomendo !


terça-feira, 21 de maio de 2019

"Sauvage" OU Essa é A Minha Natureza "



Assisti ao ótimo filme francês " Sauvage" da diretora Camile Vidal Naquet, que deu o prêmio de ator revelação no Festival de Cannes para Feliz Maritaud, o Léo, que faz o protagonista do filme.

O filme conta a história de prostitutos, pois acho que garotos de programas soa mais ameno, então, tratá-los como prostitutos seria mais adequado, já que são jovens, geralmente de origem árabe, que não têm casa e vivem nas ruas da periferia , próximos a um aeroporto.


O filme mostra várias cenas deles nas ruas, sendo abordado por carros que passam por ali por algum programa. O boquete : 20 euros, mas, não é que tem alguém que chega a cobrar apenas 5 ?

Eles são sujos, se vestem mal, bebem água às vezes da própria rua, dormem na sargeta ou em algum prédio invadido, e fumam muito crack, usam muitas drogas pesadas para sobreviverem a esse mundo tão hostil e diverso do que acostumamos a viver.


Nessa caminhada dura e árdua, Léo se apaixona por Ahd ( Eric Bernard), que nem gay se autodenomina, apenas está ali para encontrar um velho para levá-lo para outro lugar e mudar de vida.

Ahd é bem austero, grosso, e não aceita beijos ou carícias nos encontros, nem mesmo de Léo, que tenta uma forma de carinho com todos que se relaciona.

Os dois vivem brigando, e Ahd que tem um velho fixo, acaba por se distanciar um pouco dessa vida e finalmente muda de vida, pois viajará com o velho para Espanha.


Léo sofre muito , parece frágil, que irá desabar a qualquer momento. Uma tosse que não pára. Socos e pontapés que recebe em algumas situações.

Vai à médica, que fica muito preocupada com sua situação, mas, nem ele mesmo entende o que tem .

Pneumonia ? Tuberculose ? Carência ? Amor? Teto ?


Em uma transa com dois homens passa o pão que o diabo amassou, sendo obrigado a se submeter a um consolo gigante , além de ser humilhado pelas suas condições de vestimenta e também pelo mau cheiro.


Além de tudo, não é pago ...

Encontra um outro amigo na rua ( Nicolas Diba), ue até gosta dele, mas, entende que o rapaz somente tem olhos para Ahd.

Outros encontros com pessoas mais velhas, e Léo perde a oportunidade de se recuperar, até que encontra Claude, um homem mais velho que quer cuidar do rapaz a qualquer custo.

Leva a um médico amigo, dá casa, comida e roupa lavada e ainda tenta levar o rapaz para o Canadá para uma nova vida ....


Mas, a natureza selvagem , de cachorro vira-latas, de bicho, não sai assim tão fácil do corpo e  da alma de Léo, que mesmo com todas as dificuldades, sente assim sua forma de viver e de ser livre ...

Dormir no mato, na rua, essa é a sua natureza ...


Filme forte , cenas mais fortes ainda , que não é para todos.

Fica bem claro a situação desconfortante desses que usam crack aliados ao sexo, o tudo por dinheiro, roubos, trapaças com idosos e violência, raiva ...

Essa é a vida que não desejaria a ninguém ...Que assim seja !


Valeu a pena!

Eu recomendo !

PS: Destaque para a música final "Sweat( & Mor Avrahami Remix) - Yinon Yahel