" A Menina Que Matou Os Pais " OU O Caso Segundo Daniel Cravinhos

 Todo mundo está falando, e já assistindo os dois filmes da série Suzane Von Richthofen, a respeito do crime cometido em São Paulo, em 2002, na casa dos pais dela .

A direção dos dois filmes fica a cargo de Maurício Eça e o roteiro de Ilana Casoy e Raphael Montes.

Os filmes estão na Prime Video, pois sua estreia nos cinemas coincidiu justamente com o início da pandemia.

Manfred ( Leonardo Medeiros ) e Marisia ( Vera Zimmermman) segundo Daniel Cravinhos, desde o início do namoro dele com Suzane eram contra, pois o rapaz era de família pobre e não tinha uma carreira. Vivia de bicos ( Era Instrutor de Aeromodelismo).

Com o tempo, Daniel (Leonardo Bittencourt) foi percebendo algumas atitudes dos pais e que isso era relacionado às atitude de Suzane na hora íntima, do sexo propriamente dito.

Suzane ( Carla Diaz) aparecia às vezes com algumas marcas nos braços, uns hematomas, e depois confessou que o pai quando ficava alcoolizado, batia nela e passava a mão em suas partes íntimas.

Segundo Daniel, Suzane disse também que a mãe, que bebia muito , ficava com uma amiga dela dos tempos de escola, tinha um caso homossexual.

Ou seja, a família de Suzane era bem disfuncional. Vivia sob pressões de estudar e passar na melhore faculdade, para ser alguém importante, ganhar dinheiro e manter o conforto que tinham na casa dos pais.

Era essa pressão que segundo Suzane estava incontrolável, e assim tinha pensamentos em acabar com tudo isso, e viver em liberdade com o namorado, já que os encontros passaram a ser raros e proibidos pelos pais ao longo do tempo.

Daniel, a cada dia internalizava esse sentimento de Suzane e captava toda essa raiva e desprezo pelos pais dela, levando a também compactuar de seus pensamentos mais vis.

Nessa história, desde o início, temos o irmão mais novo de Suzane , o Andreas ( Kaun Ceglio), que foi por sinal o intermediador do encontro de Daniel com Suzane, já que a Dona Marisia o levou para aprender a aeromodelar com Daniel.

Temos os pais de Daniel, a família Cravinhos ( Augusto Madeira- Astrogildo e Débora Duboc- Nadja), e o irmão de Daniel, mais despojado e independente, que morava sozinho e fazia sabe lá o quê ? Cristian ( Allan Souza Lima), que no final dessa história foi emocionalmente envolvido para participar do ato final por Daniel.

Daniel, assim, no dia do julgamento dá essa versão ao juiz e no fim é condenado a  39 anos e 6 meses de detenção , assim como Suzane, e Cristian a 38 anos e 6 meses de detenção.

Gostei da atuação de Leonardo Bittencourt, e com relação à Carla Diaz, não me passava verdade em todas as cenas. Tudo bem que Suzane parecia ser meio que dissimulada, fria e calculista, mas, continuo mantendo a opinião da atuação da Carla.

A trilha sonora deixa sua marca, e as cenas de tribunal e pós cena do crime poderiam ser um pouco mais digeridas e aproveitadas. Ficaram meio que suspensas, faltando algum elemento, assim como de algum comentário do único inocente da turma : O irmão de Suzane.

Agora, veremos a versão de Suzane ao juiz no outro filme ...

" Glory" OU Terror e Desejo na Terra do Reich

 Era um dia entediante em sua casa, então, ele resolve se vestir e ir para um cinema pornô, com cabines de glory hole.

Esse é o enredo do curta metragem " Glory", do diretor Roberto Anjari Rossi . Um curta metragem alemão, marcado pelo desejo e também pela violência, já que em uma das cabines, há um homem que não está ali para fazer e experimentar o sexo entre os homens.

Uma vingança ? Algo enrustido ? Uma doença ?

O problema é que o nosso personagem está em apuros, já que foi parar justamente ao lado de sua cabine.

Como será o fim disso ? 

" Um Ninho Para Dois " OU Os Pesadelos da Memória e Suas Implicações

 Filme bem comentado na Netflix e ranqueado entre os 10 mais," Um Ninho Para Dois " de Theodore Melfi.

É um filme sobre o luto, que começa no quarto de uma bebê recém chegada na casa do casal Lilly ( Melissa Mc Carthy) e Jack (Chris O'Dowd).

Vemos os dois pintarem uma parede e conversarem sobre o futuro de sua criança. De repente, o filme já avança para Jack em uma clínica psiquiátrica, onde Lilly vai visitá-lo.

Lilly trabalha em um supermercado e também não está muito bem. Parece passada, sem conexão com a terra.

E assim caminhamos um pouco mais, com Lilly tirando todos os móveis do quarto da bebê e também alguns outros de sua casa.

Jack fingindo que toma os medicamentos na clínica psiquiátrica.

E Lilly, após uma indicação de uma supervisora de grupos da clínica de Jack, procura um médico veterinário, que no passado participou de um programa de saúde mental.

Foram várias visitas no veterinário, e não é que falaram de sua saúde mental? Mas também de animais, como o passarinho que não a deixa em paz no quintal de sua casa, tentando bicá-la todos os dias.

Chega um momento que Jack pede uma pausa às visitas de Lilly. Ela fica desolada, mas, persiste, continua e segue a vida.

A causa da morte da bebê é mencionada. Jack se culpa e é por isso que está na clínica.

Lilly não vai bem em seu trabalho. O passarinho continua a  atormentando.

Há um ninho. Um ninho para o casal de passarinhos.

Um ninho para dois ...

 

" The Voyeurs" OU Fodástico ! As Visões do Ver e do Não Ver /Fábula Ética

 Sensacional o filme " The Voyeurs", do diretor Michael Mohan, na Prime Vídeo. É o tipo de filme que não me sai da cabeça, e fica me martelando por dias.

Adoro o voyeurismo, mas, como o próprio filme te adverte, ele pode ser lançado contra você em dobro.

No caso: Temos um jovem casal : Pippa ( Sydney Sweeney) e Thomas (Justice Smith) que se muda para um grande apartamento para morarem juntos finalmente. É o começo de um relacionamento.

Logo no primeiro dia, percebem que no prédio da frente, há um apartamento sem cortinas, onde um casal se mostra sensualmente fazendo sexo.

Eles acham interessante e veem a cena toda. No dia seguinte, Pippa já compra seu binóculo por 100 dólares para observar melhor o casal.

Eles ficam loucos por tudo que acontece do outro lado da rua e incrementam o voyeurismo com o som também através de um feixe de laser e a colocação de um espelho em uma escultura no prédio do casal , que eles aproveitaram e colocaram em uma festa à fantasia que foram.

A coisa vai se tornando perigosa, vai se intensificando quando a mulher do playboy e fotógrafo  que " come " todas, vai à ótica de Pippa para encomendar um óculos e faz amizade com ela, convidando para sair um final de semana em um spa.

O seu marido Seb ( Ben Hardy) é um fotógrafo famoso na cena cultural. Júlia ( Natasha Liu Bordizzo) é traída pelo marido e isso deixa Pippa desconcertada.

Ela precisa avisá-la de alguma forma que está sendo traída. Nessa parte Thomas não concorda com ela, pois acha que isso não é problema deles.

O clima esquenta e o final é sensacional.

Imperdível no Prime Video ! 

Destaque para versão cool de Angel Olsen para " Eyes Without a Face ".

"Cine Marrocos " OU O Silêncio e Muitas Vozes

 Fiquei louco para assistir o filme " Cine Marrocos ", do diretor Ricardo Calil, que estava passando no Canal Brasil.

Deu certo, assisti e gostei da história desse cinema que foi muito pomposo e famoso nos anos de 1950, onde sediava o Festival Internacional de Cinema, trazendo artistas famosos do mundo todo para o festival, como Errol Flynn.

Era conhecido como o melhor e mais luxuoso cinema da América Latina , e tinha um prédio de escritórios, de 12 andares do mesmo nome.

O documentário retrata a invasão dos refugiados e sem tetos nos diversos andares e dependências do cinema, já que não havia reforma, não havia projetos e nem nada, então por que não deixar quem precisa de habitação ocupá-lo?

Assim, pessoas de várias nacionalidades pertenceram a esse lugar e conviveram bem de certa forma. 

O documentário é riquíssimo, pois mescla momentos de filmes em preto e branco exibidos na época com os próprios personagens de hoje do Cine Marrocos.

É de enlouquecer!

Rico também os depoimentos dos moradores de diversas etnias, contando de como vieram parar no Brasil, e a luta para sobreviver.

Como tudo que é bom dura pouco, o documentário mostra também a evacuação dos moradores. Triste !  

Vale a pena conhecer a história desse marco da cultura da cidade de São Paulo. 

" Fabiana " OU Esconderijos da Aparência/ No MUBI

 Mais um filme nacional que estava de olho, e o MUBI me presenteou com a chegada em seu catálogo.

Falo de " Fabiana", uma caminhoneira trans, com seus 56 anos de idade, viajando de norte a sul nesse Brasil, que ela tanto ama, assim como ama as pessoas que encontra em cada posto, em cada parada e que de vez em quando leva na sua boleia por um bom tempo.

Adorei a Fabiana ! Muito espontânea, simples, verdadeira, ingênua e deslumbrada com as coisas novas que vão aparecendo na vida dela, como por exemplo um dia que foi ao aeroporto ver os aviões.

Nesse tempo, em que estava por terminar suas viagens, ela estava com  sua parceira já há uns 6 anos.

A direção do documentário é de Brunna  Laboissière que com a câmera no banco do passageiro, viaja com Fabiana estrada fora.

O respeito dos colegas de estrada, as discussões de Fabiana com sua parceira, o filho que ela teve com uma outra mulher, o cigarro que ela não para de fumar, o banho de rio, o passeio de barco, tudo faz com que a vida de Fabiana nos entrega com muito orgulho uma força extra , que mesmo sendo transexual, ela tira de letra e vive melhor que muitos por aí.

Valeu. Recomendo ! No MUBI.

" Cemitério do Esplendor" OU Vislumbres Epifânicos /No MUBI

 Outro filme que estava em minha lista fazia tempo. Eu até o tinha em DVD, mas, preferi assisti-lo quando saiu no catálogo do MUBI

Falo de " Cemitério do Esplendor", aliás, acho esse título chamativo, chique, e combinado com o seu diretor dá mais vontade de assisti-lo.

O diretor é Apichatpong Weerasethakul, de " Mal dos Trópicos ", e o filme conta a história de um hospital que foi improvisado em uma antiga escola, para receber soldados que tinham uma misteriosa doença do sono. Sim, eles dormiam muito, de uma hora para outra, eles apagavam aonde estivessem.

O lugar era acolhedor, com enfermeiras, voluntárias, e aparelhos tipo CPAP para uma melhor respiração durante o sono, e luzes de led de várias cores, que também auxiliariam na melhora desses pacientes.

Havia um paciente que não recebia a visita de ninguém da família, Itt ( Banlop Lamnoi), então, a voluntária Je ( Jenjira Pongpas), se apossou dele como se fora um filho, não largando dele, cuidando, dormindo no hospital, caminhando com ele, conversando sobre a vida .

Nesse espaço havia também uma vidente, que ajudava nos casos dos soldados e também dos profissionais que trabalhavam.

O filme é muito singelo, amoroso, tranquilo, que te dá uma paz muito gostosa, e dá também a oportunidade de conhecermos métodos de tratamento de países distante do nosso, assim como de sua cultura.

Não há como dissociar o espírito da matéria, e o filme retrata bem isso. Valeu ter conhecido o filme desse diretor.

Adoro o pôster do filme!

Recomendo ! No MUBI.

" O Último Vermeer " OU Quase de Verdade

 

Esse filme já estava na minha lista fazia tempo: " O Último Vermeer " do diretor Dan Friedkin, onde após a segunda Guerra Mundial, um soldado holandês e judeu Piller ( Claes Bang), tem a missão de investigar e pegar o pintor holandês Han Van Meegeren ( Guy Pearce), acusado de trabalhar para os nazistas e fazer um comércio paralelo de obras valiosas, principalmente do pintor holandês Vermeer.

O filme fica nessa toada de pegar o artista, forçá-lo a falar de outros integrantes dessa roda imoral, ir atrás um por um para ver se monta o quebra cabeças, enquanto outra parte da justiça holandesa também quer pegar o caso e compete com o soldado Piller pelo prisioneiro.

O drama tem uma breve separação da esposa de Piller, que vai para a casa do pai no interior, um envolvimento maior de Piller com sua secretária Minna (Vicky Krieps) e a fidelidade de Vesser ( Roland Moller) que estava com Piller em todos os momentos.

Piller desconfiava da inocência de Van Meegeren, e queria provar isso.

O filme é um deleite para quem gosta daquele tempo de festas serpenteadas pelo ópio, absinto e toda aquela liberdade para ir e vir .

O quadro em questão de Vermeer é " Cristo e a Adúltera", que foi encontrado em um dos caminhões do governo Nazi.

Além da história, poder rever um pouco do artista me fascina e me engrandece ainda mais na arte de ver filmes. Isso é o cinema!

Recomendo . No HBOMAX.

" Editing" OU A História Que Não Existiu

Assisti ao filme ( curta metragem ) " Editing", do diretor Dustin Guy Defa , com duração de 9 minutos, com sobreposições repetidas de telas escuras que eu nunca tinha visto e que na verdade me irritaram um pouco.

Parece que não sou muito de repetição, e é assim na minha vida também. Passou passou ...Acabou. Segue o fluxo.

Editing, conta a história de uma mulher jovem, que espera um amigo seu na porta de sua casa, ou em um ponto na calçada, e de repente é abordada por uma outra mulher jovem , chamando-a como se fossem amigas.

Mas não era isso que essa que aguardava o seu amigo sentia. Ela não lembrava dessa outra moça e nem das coisas que ela falava com tanto entusiasmo ao vê-la.

Situação desconfortante na verdade. Mas, a verdade, é que não deu match !

Gayle Ranking e Hannah Gross estrelam juntas esse encontro que estava mais para um distanciamento .

No MUBI !

" Sex Of Angels " OU Cada Um Tem O Anjo Que Merece /Relatos de Nós 3.

Após um comentário em um canal do youtube, e como já tinha esse filme fazia um bom tempo já listado entre os melhores, assisti ao filme " Sex Of Angels " do diretor Xavier Villaverde e ambientado na Catalunha.

Rai, Bruno e Carla são os pilares dessa história, com muito desejo, sexo e dor, até que os três possam chegar a um denominador comum no tempo do filme, porque depois, eu não acredito que isso dure por muito tempo.

Carla, que é fotógrafa e trabalha em uma revista que não está bem das pernas é Astrid Berges Frisbey, e namora com Bruno, que está estudando ainda, e mora com Carla na casa que é dos pais dela, é Llorenç Gonzáles, e Rai, que adora dança de rua, é professor de karatê, vive perambulando de um lugar para outro de favor, já que não tem apartamento próprio, é Alvaro Cervantes.

Rai conhece Bruno em uma apresentação de Street Dance, quando Bruno é atacado por trombadinhas que queriam roubar sua carteira e celular.

Os dois fazem um vínculo, e como Bruno se machucou um pouco, Rai o levou para sua casa.

Tudo começa ali, nesse primeiro encontro. Um magia, uma coisa inexplicável, quando as borboletas começam a se revirar dentro do estômago das pessoas.

Rai desperta em Bruno algo novo, que ele não conhecia. Carla também não. O pessoal da revista sempre antenado ao que acontece com a colega e seus homens.

Foi bom, superou minhas expectativas no final e valeu a pena ter assistido. Não acredito no comportamento apresentado como tema principal, mas, tem que ser mostrado e apreciado.