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terça-feira, 31 de março de 2020

"A Tropa " OU Peça Imperdível com Otávio Augusto e Elenco.


Assisti a esse espetáculo imperdível, disponível para a internet nessa quarentena, que vale a pena ver .

A peça é " A Tropa ", com o texto de Gustavo Pinheiro e direção de Cesar Augusto, conta a história de um ex-militar reformado, que foi  muito atuante na época da ditadura militar e está internado em um hospital após um traumatismo craniano.


Em um cenário de um quarto de hospital, Otávio Augusto, um homem durão e autoritário, começa a receber a visita de seus filhos.

Pouco a pouco os quatro vão chegando e acabam se reunindo, em uma cena rara entre a família. Alexandre Menezes, Daniel Marano, Eduardo Fernandes e Rafael Morpanini , fazem os papéis dos filhos.


O nome dos filhos coincidentemente era o nome de 4 ex-presidentes da ditadura militar : Humberto, Ernesto, Arthur e João Batista.

O que era para ser uma visita para o pai doente, acabou sendo uma sessão de lava roupas, um cair de máscaras, revelações nunca dita anteriormente.


Fatos da mãe que faleceu, problemas com o filho mais novo que está envolvido com drogas, problemas com a operação Lava-Jato, com outro filho, o mais velho que é um dentista militar que não se decide , não faz nada, e o outro que vive viajando, trabalha com turismo e sonha em realizar o seu filme.

Assuntos diversos, que dão uma boa discussão são abordados na peça . A atuação de Otávio Augusto é perfeita.


Gostei muito !

Obrigado por disponibilizarem !

Eu recomendo !

segunda-feira, 30 de março de 2020

"Entrega Para Jezebel" OU Peça de Teatro com Valéria Barcellos



Que legal terem liberado o vídeo da peça da Valéria Barcellos, que é uma excelente atriz e cantora, que tive o prazer de conhecer no Cabaret da Cecília em São Paulo e que hoje, é um dos pontos importantes da cena cultural de Porto Alegre.

A peça " Entrega para Jezebel" , escrita por Roberto Muniz Dias e com a direção de Rodolfo Lima, tem na transgênero Valéria Barcellos,  o seu protagonismo.


Jezebel é uma travesti, negra, que precisa se virar nas ruas, mas, mesmo assim ficou com o filho da amiga, que não o queria parir para cuidar, já que tinha o sonho da maternidade.

Nesse meio tempo, conhece seu bofe, entre tantos outros, que fica sempre na dúvida, se ele está ali por conveniência e para tirar o dinheiro dela o u por carinho e amor, sentimentos que tanto faltam para uma travesti.


Jezebel chora suas mágoas, conta suas angústias e reprovações por toda a vida, mas, nunca deixa de   dar amor ao filho que agora é seu e cuida muito bem .

A amiga chega certo dia e vem com uma história para tirá-lo, dizendo que ali não era ambiente para ele.

A peça conta ainda com as trans Bibi Santos e Clodd Dias, além do Daniel Sapiência que fazia o cafajeste que andava com Jezebel.


Peça para reflexão, de como vivem as trangêneros, suas angústias, dificuldades e decepções .

Valeu muito a pena !


Tem que conhecer essa excelente artista gaúcha !

Eu recomendo !

"Velinhas" Ou Curta de Gustavo Spolidoro



Mais uma escarafunchada pelos curta-metragens, e encontrei uma vasta coleção de Gustavo Spolidoro.

E um dos mais comentados do diretor é " Velinhas ", com a participação de Júlio Andrade, Evandro Soldatelli, Letícia Liesenfeld e Rochele Sá .


O curta conta a história de dois casais que estão comendo e bebendo em uma noite, quando a luz se apaga.

As velas foram logos acesas nos cômodos da casa, e as conversas mudaram totalmente de rumo, indo para um lado mais caliente digamos assim.


Bem interessante, chegando a quase um clímax, quando..... a luz voltou ! 

"Sr Bonne- Uma Comédia de Norte ao Sul" OU Preconceito ao Nordestino



Mais um curta metragem pernambucano, dessa vez uma comédia "Sr Bonne- Uma Comédia de Norte ao Sul", com a direção de Lauro Ribeiro, que traz a história de Mauro Rosas ( Beto Soranso), um agente de viagens de uma operadora em Curitiba que trata muito mal um turista de Recife por telefone, e esse fato faz com que seu chefe o mande para o nordeste por três meses para aprender um pouco sobre essa região do Brasil e melhorar o seu relacionamento.


Na chegada de Mauro Rosas, ele estava intragável, reclamando de tudo e fazendo bico para tudo. Seus próprios colegas da agência no Recife não o aguentavam .

Foram almoçar em um restaurante e lá ele abusou do leite de dendê , dando um piriri, onde todos zombaram da situação.


Mas, nem tudo estava perdido para Mauro Rosas, já que conheceu um bofe pernambucano,Sr Bonne ( Flávio Leimig), que por coincidência era também dono do restaurante, e um dia na praia, jogando vôlei, acabou acertando uma bolada no curitibano e outras coincidências mais ...

No final, Mauro pede desculpas a todos e rende-se à hospitalidade nordestina.


Vale a pena !

"Eu Nunca" OU Curta Pernambucano sobre o bullying no Esporte



Perambulando pelos curta-metragens na quarentena, encontrei os pernambucanos . Esse, chamava-se " Eu Nunca", da CinedaVinci,, com a direção de Lauro Ribeiro, que trata de bullying no esporte .

O curta conta a história de Théo ( Jackson Nephew), um jovem que saiu do interior pernambucano e foi para a capital para se dar bem no esporte, e quem sabe ser um grande jogador de volei.

Só que não foi nada fácil sua adaptação na cidade grande, já que no próprio time, sofreu com humilhações de seu companheiro Jonas ( Victor Gorcinsky), assim como o técnico  Robson ( Lauro Ribeiro).


O único que podia contar e fora das quadras, era Felipe ( Flávio Leimig), que gostava do rapaz e o entendia.

Certo dia, Felipe foi ao apartamento de Theo e os dois passaram uma noite de revelações. Mas, isso ficou por ali, já que Felipe não se assumia perante aos amigos e ao seu time.

As coisas se complicam para Theo, que não aguenta a pressão e resolve voltar para o interior.

Vale a pena !

" Três João" OU Curta na Praia



Muito bonito visualmente falando esse curta metragem que tem a direção de Rubel Brisolla e se passa na Praia de Ipanema, com 3 pares de pessoas e com relativamente as mesmas dúvidas de suas idades.

O curta chama-se " Três João" e começa mostrando possivelmente dois namorados, onde ela acaba de falar para ele, que foi aprovada em um curso em Viena e que iria para lá.


Na outra cena, dois amigos conversam sobre uma futura viagem de barco, mas, um deles reluta sobre a mesma e diz não ser esse o momento.

Na terceira situação, um amigo estimula o outro a ir atrás da garota que ele gosta a poucos metros na areia e se declarar. Esse vai e não sai como ele esperava .


Acho que cada um já viveu uma dessas situações e somente agora, depois de uma certa maturidade , sabe com um pouco mais de argumentos qual seria a melhor saída .

Valeu a pena !

Eu recomendo !

"A Casa" OU Mais Um Filme Sobre Classes Sociais da Netflix



Outro filme muito comentado na Netflix, depois de O Poço, é "A Casa", também espanhol, dos diretores David e Alex Pastor.

O filme, conta a história de Javier Muñoz ( Javier Gutierrez), um rico e influente publicitário, com várias campanhas gabaritadas no meio em Barcelona, que é demitido, e perde o chão por não conseguir mais empregos ,por causa de sua idade.


Javier, que é casado com Marga ( Ruth Diaz), e tem também um filho adolescente, mora em um luxuoso e amplo apartamento, com uma vista belíssima e todo o conforto dos grandes poderosos da cidade.

Com a sua derrocada, é obrigado a vender o apartamento, o carro, e morar num bairro simples .


Javier tenta emprego em vários escritórios e empresas, mas, não consegue se colocar, devido sua idade.


O que faz ?

Como ficou com as chaves do apartamento, que agora pertence a Tomás ( Mario Casas ) e sua esposa Lisa (Bruna Cusí), ele entra descaradamente no apartamento que foi seu para desfrutar e ainda vasculhar coisas para uma futura ação contra os atuais proprietários.


Javier fica totalmente paranóico e psicótico com isso e vai se transformar . A gente pensa que não existe uma pessoa como ele...

O filme irá te prender até o final, terá reviravoltas e com certeza te levará a algumas reflexões .


Valeu a pena !


Eu recomendo !

"Alair" OU Peça de Teatro do Dramaturgo Gustavo Pinheiro em Homenagem ao Fotógrafo Fluminense Alair de Oliveira Gomes.



Também disponibilizada em período de quarentena, a peça " Alair", com o texto de Gustavo Pinheiro e direção de César Augusto, vale muito a pena ser vista.

O texto conta um pouco da vida de  Alair de Oliveira Gomes, engenheiro, filósofo, estudioso, crítico de arte, e um grande fotógrafo especializado na arte homoerótica..


Alair, através da janela de seu apartamento, tirava fotos de corpos masculinos na praia de Ipanema.

A peça tem Edwin Luisi, como Alair, que tira as fotos dos rapazes e depois os leva ao seu apartamento para mostrá-las. Será que é só isso mesmo ?


Alair fala de suas dores, solidão, de seu amor platônico, de seus casos e viagens pelo mundo inteiro, divagando sobre cada lugar que passou e os homens que fotografou e a vida sempre em risco que levava pelo tabu de seu trabalho.


André Rosa ( o loiro alto) era um dos fotografados, assim como Cláudio Andrade ( O moreno ), com quem o fotógrafo se dizia apaixonado .


Muito triste a vida dele, a forma com que sempre desconfiava dos garotos que levava em seu apartamento, dos riscos de tudo isso ...


A atuação de Edwin Luisi é soberba. A luz é belíssima. O espetáculo vale a pena ser visto.

Depois, lendo um pouco sobre o assunto, vi que Alair foi encontrado estrangulado em seu apartamento em 1992, aos 71 anos e que o episódio ainda não foi elucidado.


Mais triste ainda ...

"Vestido de Azul" OU Mudanças na Terceira Idade



Assisti ao curta metragem "Vestido de Azul", que com a parceria do Instituto Querô, a direção de Diany de Jesus, falam um pouco do universo drag e a transexualidade na terceira idade.

O avô, depois de um bom tempo, tem a sua neta em casa, após a mesma ficar sem os pais.

O avô ( Eduardo Chagas), já não está mais acostumado em lidar com crianças, mas, faz tudo ao seu alcance para agradar a menina e tem no seu namorado Inácio ( Luiz Fernando Almeida) uma grande ajuda, principalmente, porque às noites, ele trabalha em uma casa noturna, fazendo seus shows performáticos como drag . Isso mesmo, uma drag na terceira idade, por que não ?


O tempo passa, e o avô não queria que o seu segredo fosse revelado à neta, mas, com o dia a dia, não tem como não perceber.

A menina ( Juliana Freitas), tem que apresentar um trabalho na escola sobre sua família, e não é que os dois têm uma grande surpresa ...

De uma forma tenra, a diretora pôde levar as mudanças de entendimento na terceira idade com relação ao sexo, ao gênero, tornando possível para alguns esse grande tabu.

Valeu a pena!

Eu recomendo !


"A Bacia de Proust" OU Monólogo com Atuação de Márcio Gomes



Aproveitei o período da quarentena, para assistir ao vídeo da peça monólogo "A Bacia de Proust", escrita por Roberto Muniz Dias, com a direção de Edinho do Monte e atuação de Márcio Gomes.

O vídeo foi disponibilizado, e claro, que temos que assistir e prestigiar o corajoso trabalho do ator Márcio Gomes.


Márcio, através de uma bacia, e de banhos de assentos, faz uma reflexão de toda a sua vida, lembra da infância, de momentos de humilhação, do primeiro beijo, e do romance atual com Maurice.

Tudo é muito doloroso, e ele vai se lembrando a cada banho, num ritual de tenra beleza.

O texto e a atuação de Márcio Gomes é de uma beleza ímpar. O trabalho do ator fica em primeiro plano, e não há como não transferir algumas passagens para as nossas vidas.


Valeu a pena !

Eu recomendo !

"O Poço" OU Além da Crítica Social Que Faz, É Inusitado !



Eita que filmaço esse " O Poço", do diretor Galder Gaztelu Urrutia, que está disponível na Netflix.

Vi muitos que gostaram e também os que odiaram, mas, eu gostei muito, tanto da mensagem, quanto da estética do filme.


O longa se passa todo o tempo mostrando os 333 andares de um poço, e uma plataforma cheia de comida que desce a cada andar com os restos dos andares anteriores.

Cada andar existem 2 pessoas, e elas podem pegar o que quiserem para comer, obviamente quem está nos andares mais superiores têm a chance de comer melhor que os que estão embaixo.

E essa é a toada, o mote do filme . Essa luta de classes .


O poço era uma prisão? E as pessoas iam mudando de andar a cada período . O filme, claro, traz toda essa problematização da estratificação social.

Os personagens ?

Goreng ( Iván Massagué), entra no andar 48 se não me engano, juntamente com Trimagasi ( Zorion Eguileor). Goreng, é novato e fica abismado com tudo aquilo. Trimagasi é veterano de poço, e já tem todas as artimanhas do sistema.


Goremg acaba tendo um aprendizado com Trimagasi, e cabe a ele fazer igual ou ir de acordo com seus princípios.

Goreng conhece Baharat (Emilio Buale), e os dois acabam por ter a mesma posição: Querem ir até o fundo do poço para tentarem entrar em um acordo comum.

Mihani ( Alexandra Nasangkay) é uma mulher que aparece nas plataformas em busca de sua filha, a única criança do poço.


Há também Imoguiri ( Antonia San Juan), funcionária , que tenta também ter um equilíbrio entre as camadas .

A pana cotta ? Seria a mensagem ? Ou a criança ?

O filme tem vários sinais e simbologia muito rica, podendo levar o espectador a ter várias interpretações .


Fala-se em céu e inferno ; No Messias ; Na luta de classes, No apóstolo, Nos pecados capitais ....

Vale muito a pena !


Tire suas próprias conclusões ! 

quarta-feira, 25 de março de 2020

"Quem Vai Me Amar Agora?" OU Ótimo Documentário da Globoplay



Mais uma pérola da Globoplay, assisti ao documentário "Quem Vai Me Amar Agora?" com a direção de Barak Heymann e Tomer Heymann, com a produção israelense e britânica, que conta a história de um homem prestes a fazer seus 40 anos, que mora em Londres há uns 12 anos, fugido de seu país, por ser homossexual, e não compactuar com o preconceito de sua gente e sua religião.

Ainda bem jovem, em Londres, se relacionou com um rapaz, tiveram um relacionamento, mas, não durou muito tempo.


Após esse seu primeiro relacionamento, conheceu um comissário de bordo, e aí, entrou na orgia, o sexo desenfreado, sem compromisso, com 01, 02 ou 10 pessoas e aí contraiu o vírus da AIDS.

Contou logo para a sua família, que o condenou anda mais, tendo muito medo de que ele passasse aos seus familiares, sobrinhos, passando uma fase ainda maior de rejeição .

Entrou para um coral em Londres belíssimo, só de homens, e possivelmente homens com HIV, o que lhe dava uma condição humana mais digna, nessa associação .

As canções apresentadas pelo Coral são uma mais bonita que a outra, e vocês as reconhecerão ...


Morava sozinho, trabalhava numa loja da Apple e viajava de vez em quando para ver sua família em Israel, assim como o pai e a mãe também o iam visitar em Londres, tendo uma relação amigável.

Numa certa fase, pensou em voltar definitivamente para sua terra, conseguiu um trabalho em uma associação , mas, teria que se expor, e isso faria que todos no Kibutz onde mora sua família soubesse de sua situação .

Foi uma decisão difícil, mas, Saar Maoz entendeu que era o momento de finalmente assumir tudo isso.


Uma triste jornada ,onde nem a religião diminui o preconceito e a ignorância das pessoas com relação à sexualidade de outras.

Valeu a pena !

Eu recomendo !