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quarta-feira, 22 de maio de 2019

"Contrações" OU Assédio e Perpetrada Relação de Trabalho



Mais uma vez um trabalho de Grace Passô cruza meu caminho. Essa coincidência foi a peça " Contrações", em que ela dirige e é encenada pelas atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes.


O Teatro Municipal de Sertãozinho, foi o local, em uma Mostra de teatro que acontece na cidade todos os anos, proporcionando casa cheia a preços populares. Muito legal!



O título da peça Contrações, soa um pouco genérico, vago, mas, pode-se dizer que vem de contratos, de dor, de repetições , de ondas que se intensificam cada vez mais, a medida que o tempo passa, e outras subjeções mais .


A peça é uma adaptação do texto do inglês Mark Bartlett, que fala sobre assédio no trabalho e todas as relações de desequilíbrio no processo de trabalho, entre patrão e empregado.


Como sendo um tema comum ao mundo todo, não deve ter sido difícil adaptar para o nosso Brasil.


O cenário : Uma estrutura que lembra as repartições de um escritório , com ar condicionado, escrivaninha, cadeiras, tubulação, assim como uma bateria e outros instrumentos musicais atrás de tudo isso , que seria usado para a própria sonoplastia da peça.


Assim, Emma ( Débora Falabella) é a funcionária de uma hipotética empresa de vendas e é chamada pela gerente ou uma mulher da diretoria para uma conversa.


A superior quer realçar a parte do contrato onde aos funcionários não é permitida nenhuma relação sentimental ou sexual entre os colegas de trabalho. Qualquer alteração dessa cláusula deve ser imediatamente comunicada.


As perguntas e a forma como são feitas pela gerente à funcionária acabam com qualquer um que vê a ação, de tanta arrogância e prepotência, fazendo com que o funcionário se sinta numa situação bem desconfortável.


A repetição da cena vai angustiando a empregada e também o espectador e a cada vez que é chamada na sala para questionamentos ela já vai apresentando sinais de desgaste.


É evidente o assédio e o quanto isso faz mal à saúde de quem o recebe. Lembramos de várias situações em nossa jornada com colegas e conosco mesmo e sentimos na pele toda essa doença.
Nota-se também que a mulher sofre muito mais nessa relação do que o homem, notando perfeitamente o preconceito ainda existente no mercado de trabalho.
Com o tempo e a repetição, nota-se que vai esfriando o ambiente, e a relação entre patrão e empregado, representado pelo ar condicionado e pelo gelo seco saindo de um compartimento, assim como os casacos de pele usados pelas personagens.



A atuação das atrizes é perfeita, os jogos de palavras são ótimos, fazendo com que até a plateia tenha vontade de responder, tudo funciona perfeitamente, menos a relação de trabalho entre o empregador e  o empregado.


Ótimo tema, ótima pela, tudo muito bom , em mais uma noite de teatro, de cultura e conhecimento para os que lá estiveram.
Não esquecendo de reverenciar o Grupo 3 de Teatro, responsável por essa encenação perfeita.


Valeu a pena!


Eu recomendo !

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