Finalmente assisti ao filme " O Evangelho Segundo Mateus" , de Pier Paolo Pasolini, de 1964, todo remasterizado em preto e branco que estreou no MUBI esses dias.
Até tinha o filme em DVD, mas nunca tinha visto. Aproveitei o streaming para finalmente ver essa obra prima do maior diretor italiano.
Nada mais é que a história de Jesus Cristo, do nascimento à ressurreição, a partir do texto de São Mateus. As parábolas, os primeiros discípulos, a revolta, a determinação, os milagres, a intolerância, a solidão e a impaciência. Assim Jesus conseguiu uma legião de seguidores e também muitos inimigos.
A diferença é a própria direção de Pasolini que traz pessoas do povo para a filmagem, lugares bem crus, sem quase nada, como se a vida realmente estivesse iniciando, muito provincial.
O Jesus de Pasolini é duro, com palavras firmes, às vezes até raivosas, que se vê a todo momento proferindo o que aprendeu nas escrituras, como versículos e parábolas e também fazendo seus milagres conforme sabemos, porém de forma discreta, sem ser muito floreado e carregado de emoção.
Aliás, o filme todo passa uma naturalidade imensa sendo a palavra o teor mais importante das mais de 2 horas de exibição.
Nem o final, com a crucificação, vem carregado de emoção e dor, e termina da maneira que o diretor mais se apresentou: Com as palavras.
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. – Mateus, capítulo 28, versículos 19-20.
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