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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

" Marinheiro das Montanhas " OU Linda Viagem à Argélia



 Muito oportuno e poético o documentário do sempre bom Karim Ainouz," Marinheiro das Montanhas".

No documentário, acompanhamos a viagem do diretor de Marselha à Argel para resgatar sua identidade, sua natureza vinda de seu pai.

O longa é inteiramente dedicado à sua mãe Iracema, e é bonito demais o amor que Karim tem por ela, que já não está mais entre nós.

Iracema, uma pesquisadora, que morava em Fortaleza, consegue uma bolsa e vai para os EUA trabalhar com algas marinhas.

Lá, ela conhece o pai de Karim, um argelino que também fazia uma especialização e que mantinha um relacionamento com Iracema principalmente por cartas, após se conhecerem.

Desse relacionamento, vem Karim, mas do pai, também não veio mais nada, e é esse nada que Karim quer resgatar nessa viagem.

Chega em Argel, tem seus primeiros contatos, depois viaja para o interior e mais ainda para um vilarejo onde seu pai vivia.

Lá, encontra um tio, e seus primos provavelmente. Foi muito bem acolhido e motivo de curiosidade para o povo local, um brasileiro em terras argelinas.

O filme é poético, tem tons vermelhos das algas de Iracema, tem as ondas de Fortaleza, os estudos nos EUA, um pouco do pai quando jovem ainda nos EUA e Karim na Argélia, em viagem solo.

Ele não queria a presença do pai que vive em Paris. Queria estar sozinho nessa trip e sentir o que viesse em seu coração.

Nada mais justo do que conhecermos nossa essência, nossa origem, e também nos sentirmos exclusos de tudo isso perguntando qual a razão.

O documentário nos desperta para voltarmos ao entendimento da história da Argélia, que teve seu período mais crítico quando se libertou da França, com um derrame de sangue intenso, de suas riquezas naturais como o petróleo e o gás natural e todos os impérios que por lá passaram em tempos outros.

Karim Ainouz sempre nos entrega algo bem feito.


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