Finalmente entrei na lista dos que assistiram ao filme " The Seed Of The Sacred Fig " , do diretor Mohammad Rasoulof, que inclusive teve que pedir asilo à Alemanha, e esse país pela edição final e conclusão do filme o submeteu à indicação de Melhor Filme Estrangeiro na corrida para o Oscar 2025.
"O título do filme faz referência à metáfora das figueiras, que lançam suas sementes perto de outras árvores e as sufocam quando crescem. No filme, essa metáfora representa o governo autoritário do Irã, que semeia intriga e destruição entre os cidadãos." (Google). Iman (Missagh Zareh), promovido a investigador em um difícil e complexo sistema jurídico iraniano, tem a oportunidade de subir com o novo cargo e segundo ele mesmo sonha, chegar a ser um juíz.
Najmeh (Soheila Golestani), a mulher de Iman, segue tudo o que o regime quer e apoia o marido em tudo, inclusive indo ao contrário do pensamento das jovens filhas Rezvan (Mahsa Rostami) e Sana (Setareh Maleki), que com as redes sociais, com o conhecimento, a universidade e as mudanças do mundo querem também que as coisas sejam diferentes em casa.
Acontece que ele se desaponta com os primeiros casos que lhe chegam e que nem dão tempo de analisá-los e por ordem direta ele tem que assinar e arbitrar a favor do Estado e à pena de morte do acusado.
Isso lhe traz alguns sentimentos de consciência, mas que logo passam com a frequência que os mesmos acontecem.
O Irã passa por momentos de repressão sócio política e mulheres vão às ruas contra o Estado pedindo e implorando liberdade, por terem o desejo de serem independentes, por não mais quererem usar o hijab e mais preceitos enraizados na machista e teocrática política iraniana.
Najmeh pede as filhas que não usem celular, não entre em redes sociais, não tirem fotos e não exponha a família do pai que agora é um investigador. Em troca, ela disse que ele com o dinheiro do trabalho comprará um apartamento com um quarto para cada uma e todas terão um conforto maior.
Só que Rezvan está cansada dessa história e inclusive coloca a amiga Sadaf (Niousha Akhshi), militante da libertação em casa para dormir uma noite, mesmo com a proibição da mãe.
Rezvan e Sana estão atentas aos sinais e aproveitam para se unirem. Sadaf inclusive foi ferida em um último confronto das ruas.
Um outro problema e que acaba sendo o mote principal do filme em termos de enredo propriamente dito, é que Iman, leva uma arma para casa, e essa arma desaparece.
Ele terá que falar quem pegou essa arma mesmo que seja a sua família senão perderá o emprego e poderá ser considerado um inimigo do Estado Iraniano.
Iman só pensa nisso dia e noite e nada de descobrir quem pegou essa arma.
O cerco vai se fechando e pessoas comuns acabam descobrindo a identidade do novo investigador, e acabam ameaçando -o junto com sua família, fato esse que o faz mudar de casa e ir para um lugar afastado.
Mais parece um bunker e ele ameaça a mulher e as filhas para entregarem a arma ou quem a pegou.
O filme parte para o final com essa definição e a certeza de que nada vai mudar, o tempo apagará esse caso e essa revolta popular até uma outra, e outra e outra e quiçá nem veremos um novo Irã.
O filme é bom para trazermos esse assunto à tona, mas cansativo e arrastado nas suas 2h 45 m de um investigador querendo saber quem pegou sua arma.
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