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terça-feira, 28 de agosto de 2018
"Quando Eu Era Vivo" OU Ovo de Solitária na Cabeça
Assisti ao filme de marco Dutra " Quando Eu Era Vivo", adaptado do livro " A Arte de Produzir Efeito sem Causa" de Lourenço Mutarelli, onde o diretor o transforma num thriller de suspense e terror.
O longa, que se passa quase por inteiro em um apartamento, conta a história de Junior ( Marat Descartes), filho de Senior ( Antônio Fagundes), que volta para casa, após o término do casamento e de perder o seu emprego.
Como fazia muito tempo que o rapaz não aparecia, voltar para a casa do pai foi bem estranho, um lugar diferente.
Junior, que não tinha mais a mãe e o seu irmão estava internado em uma clínica psiquiátrica, fica remoendo a todo instante, memórias do passado.
Passado esse com seu irmão, sua mãe, onde a infância é o que mais lhe chamou a atenção.
Nesse apartamento mora também a inquilina Bruna ( Sandy), que não deixa de ser esquisita , estando no lugar certo.
O pai, tem suas manias, se envolve com as vizinhas, como Lurdinha ( Tuna Dwek) e também sua amiga de assuntos mórbidos, tarólogos, espirituais, candombleiros Miranda ( Gilda Nomacce), que sempre está presente no apartamento para dar uma limpada no ambiente.
A todo instante parece que o filho vai surtar e cometer algum ataque contra o pai ou contra a inquilina, já que sonha e se masturba quando a vê.
Seu semblante nos remete ao filme O Iluminado de Kubrick , pois o cara é totalmente três e meia , tanto é que ataca a vizinha num certo dia.
Vive atrás de coisas e objetos antigos de sua mãe, de partituras musicais, máscaras que ela fazia e queria visitar o irmão.
Adorei o dia que tocou " Pertinho de Você" da Elizângela , assim como o dia em que Miranda diz que o rapaz poderia ter um ovo de solitária na cabeça, que seria só retirar e ele se curaria de todo o mal.
Engraçado ... triste ao mesmo tempo. Não é fácil ter uma pessoa com problemas psiquiátricos em casa.
É isso , conflitando com o pai até o final, o filme dá uma outra cara ao cinema nacional.
Valeu a pena!
Eu recomendo !
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