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segunda-feira, 13 de junho de 2011

" Fernando Pessoa " ou Aniversário de 123 anos !!!

Em homenagem ao aniversário de  123 anos  de Fernando Pessoa, nesse  13 de junho de 2011 , resolvi postar alguns trechos de suas poesias , assim como um vídeo  com a voz de Paulo Autran recitando “ Autopsicografia “ .

“Autopsicografia “
Por Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Considerado um dos maiores poetas da língua Portuguesa e da literatura universal ,desdobrou-se em múltiplas personalidades, conhecidas como “ Heterônimos “. Através desses , Fernando Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade.


Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?

Ao tratar de temas subjetivos  e usar a heteronímia , torna- se enigmático ao extremo , sendo considerado por outros como “ O Enigma em Pessoa “

“Tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e trabalhar
quanto possa e em tudo quanto possa, para o progresso da
civilização e o alargamento da consciência da humanidade.”


Fernando Pessoa  – 13 de junho de 1888 a  30 de novembro de 1935

“ Se depois de eu morrer “
Por Alberto Caeiro

“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimento nenhum.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o unico poeta da Natureza.”






“Autopsicografia “
Por Fernando Pessoa


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