" Panopticon " OU Ora Hóstia, Ora Biscoitos

E vamos para o filme da Geórgia, que aliás, adoro assisti-los, que é o " Panopticon " de 2024, dirigido por George Sikharulidze.

De início, um breve resumo do que é Panóptico :

Panóptico significa "o que tudo vê" e refere-se a um modelo de vigilância e controle em que um observador pode ver todos os observados, mas os observados não podem saber se estão sendo vistos ou não. Originalmente, é um projeto arquitetônico de prisão proposto pelo filósofo Jeremy Bentham, mas o conceito se estende a outras instituições e à sociedade em geral para descrever um poder que opera através do medo constante de ser observado, promovendo o autocontrole.

O filme traz aquelas vilas, aqueles lugares bucólicos que pra quem já assistiu filme da Geórgia sabe.

Sandro ( Data Chachua) é um adolescente de 18 anos, que mora com a avó e o pai ( MalkhazAbuladze), que está ausente pois está quase entrando para ser monge no monastério.

Ele passa por um momento de dúvida, mas vai acabar aceitando a proposição divina.

A mãe( Maia Gelovani) de Sandro mora em outro país e eles se falam por vídeo chamada.

Sandro estuda, é quieto, seus amigos e amigas são mais descolados, e ele mais reservado, mas tem um namorico.

Sandro tem em seu quarto a parede cheia de santos e é muito religioso, mas é muito sexualizado quando está a sós.

No ônibus se tem uma garota ao lado ele quer encostar o cotovelo nos seios dela. Nas ruas ao caminhar, quer passar a mão nas bundas das meninas, ao tomar banho quer ver pela janela outras mulheres de outros andares nuas ou seminuas e isso seguido de masturbação, mas nessa hora ele vira o retrato do santo.

Quando em uma festinha com o pessoal da idade dele, e com a sua namoradinha, a hora que ela quer avançar e passar a mão nele, ele recua. Então não entendo muito não.

Certo dia, um colega esqueceu um cordão com um pen drive no vestiário do colégio e ele pegou.

Viu as fotos e vídeos, com a mãe do mesmo. Não é que ele se masturbou pensando na mãe do colega.

Ele fez questão de ser colega do cara, Lasha (Vakhtang Kedeladze), ir na casa dele, conhecer a mãe, ir no seu trabalho, que era um salão de beleza, cortar o seu cabelo, apenas para sentir prazer.

E ainda participou de uma ação com esse Lasha, que era de extrema direita e outros quase indo preso.

Sandro não é o cordeirinho que todos pensam. O pai se matando de fazer o jejum para entrar como monge.

Mas é essa ausência do pai que tanto incomoda esse rapaz, perdido em sua identidade e sexualidade, querendo ser o vigilante de todos e não ser vigiado por ninguém.

Assim, Sandro nada mais é do que uma mentira moral.

A cena final é ótima.