Logo que fiquei sabendo que " Belén : Uma História de Injustiça " de Dolores Fonzi, filme indicado pela Argentina a concorrer por uma vaga ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2026 , estava disponível no Prime Vídeo, já fui conferir.
O início do filme para mim, que sou médico foi revoltante, fiquei muito puto !
Uma jovem com uma dor abdominal baixa insuportável é ajudada pela mãe em casa que a leva de carro ao hospital público, em Tucuman, na Argentina.
Chegando lá, a mãe entra com sua filha carregada, anda pelos corredores vazios e escuros e chama por uma enfermeira.
Essa sai de uma sala, escuta a queixa e a leva para o médico mais uns corredores à frente.
Quando chega, ela é colocada na maca e o médico só escuta a queixa de dor abdominal forte, pede que ela levante a blusa e abaixe a calça.
Não satisfeito, ele arregaça a calça mais pra baixo evidenciando os pelos pubianos da moça deixando -a constrangida apesar da dor que sentia.
Pergunta há quanto tempo apareceu a dor, se estava grávida, e vê uma cicatriz no lado direito do abdome evidenciando que já havia sido operada de uma apendicite e diz à enfermeira: - Ela ja teve apendicite, corre um soro com dipirona e manda pra casa sem ao menos encostar a mão na paciente.
Nesse tempo, a paciente pede para ir ao banheiro, a enfermeira pergunta se ela tem condições de ir sozinha , e ela vai.
Como demora, a enfermeira vai ver o que aconteceu: Ela está com a calça toda ensanguentada, sugerindo um aborto.
Chegando à maca, ela reporta ao médico que encaminha à ginecologia para fazer uma curetagem.
Dentro da sala, já em procedimento, entra uma policial com uma caixa e algemas para prender a paciente, dizendo que ela teria cometido um homicídio ao provocar o aborto de um feto já avançado.
A policial mostra a caixa com o feto encontrado no banheiro segundo ela.
A paciente nega e mesmo assim é levada para a delegacia.
Após um período preventivo, há o julgamento e ela pega 6-8 anos de prisão.
Nisso, uma advogada renomada e em congruência com as causas das mulheres, vê o caso e resolve assumi-lo.
Entra em cena Soledade Deza ( Dolores Fonzi), que agora será a advogada de Belén ( Camila Plaaté).
Bom, agora o filme vira aqueles de tribunal, mas de muita burocracia e falcatrua para que os fatos sejam encobertos e dificultem o processo de Belén, por causa de questões morais e éticas em relação ao aborto.
Ou seja, Belén foi presa como se fosse o " Bode expiatório" da vez e da questão do aborto.
Bom filme para discutirmos o aborto e as legislações em países como Brasil, Argentina, EUA, países europeus, etc.
A minha revolta do início do filme foi com o médico que nem colocou a mão na paciente, explicando o início do texto.
No Prime Vídeo.






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