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quarta-feira, 10 de julho de 2019

"Stonewall" OU Solo de Thiago Mendonça


Há 1 mês, estava eu no Satyros, para assistir à peça Mississípi, quando conheci pessoalmente o ator Thiago Mendonça, que muito gentil e simpático, trocou algumas ideias comigo com relação à sua peça que ainda não havia estreado e sobre temas em geral .

Como estava eu em São Paulo agora no feriado de 9 de julho, aproveitei com certeza a oportunidade de assistir à peça e ver a atuação do excelente ator.

Thiago Mendonça com a Cia. de Teatro Íntimo e a direção de Renato Farias, nos apresenta " Stonewall 50 - Uma Celebração Teatral "

Com um público grande, lotando todo o espaço e com a presença do ator Fabrício Boliveira entre os expectadores, o palco está tomado por bonecos e bonecas , miniaturas, uma mesinha , um muro com a inscrição de Stonewall e um telão que passava um vídeo de um boate.

Entra o ator todo produzido num traje preto, e começa a falar sobre o seu propósito, suas reminiscências, o poder da música, sua orientação sexual, sua trajetória, o seu gosto por bonecas,suas idas aos EUA, à boate Pulse, aos heróis daquele ano de 69 no Greenwich Village e a história  e resistência que fica com essa grande manifestação.

Thiago Mendonça cita claro Renato Russo, canta suas músicas, com a ajuda do karaokê, o público também pode soltar a voz, e sua musa desde sempre Judy Garland, que foi morta justamente no mesmo dia da Revolta em Stonewall.



Com uma mistura de experiências pessoais, documentário e analogias entre a Nova York de 69 e a Praça Roosevelt de hoje, Thiago incita a plateia com o jargão usado no dia : " Vocês Não Vão Fazer Nada? "

Gostei demais de seus bonecos e personagens, já que eu também tenho vários, e poderia com certeza competir com ele nesse processo de quem tem mais. Confesso que os dele são mais estilizados, representativos e famosos, mas, é o que temos para o momento e serviram de inspiração para eu adquirir mais e mais ...

Felizes as citações de Renato Russo, Vange Leonel e Judy Garland, Phedra D. Córdoba e Marsha P. Johnson e  por Thiago .

Não tem como não sair dali modificado com sua indignação, mesmo estamos 50 anos daquele dia. Será que mudou muita coisa ? Como a sociedade vê os gays, lésbicas, travestis, drags, transexuais e outros no dia de hoje ?


Será que têm a mesma oferta e possibilidade de trabalho que os chamados heterossexuais ? Não parece pelo olhar de Thiago , que mostra que existe uma repulsa aos que reafirmam sua orientação.

Também pudera, numa sociedade em que está pautada pela volta do armamento, não poderia ser diferente a mentalidade .

Talvez teremos que ter um novo Stonewall ... Não sei ...Será ?

Ótimo tema, atuação e percepção história no contexto do ator que traz toda as suas experiências para o palco.

Valeu a pena!

Eu recomendo !

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