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quarta-feira, 10 de julho de 2019

"A Casa de Todos os Santos" OU Roleta Russa e Sexo à Revelia



Me chamou a atenção o tema da peça e fui conferir no Satyros mais uma apresentação provocativa e que nos faz refletir sobre vários aspectos o comportamento humano.

"A Casa de Todos os Santos" com a direção de Kako Soares , traz um elenco grande da Cia Os Hypócritas e disposto a te fazer pensar sobre as liberdades e os limites de cada um.

Parece que começa coma orgia, uma família tradicional, um filho que não respeita e entende o pai, que bate na mãe e acaba por sair de casa.

Na rua, esse rapaz, conhece o sexo e invade-o em todos os sentidos, chegando a transar com dezenas, centenas de homens e mulheres ...

Época do HIV, e ele quer saber se está infectado ou não fazendo um exame após o outro, e se frustra por saber em inúmeras vezes que é negativo. Parece até que o legal é ser positivo, vitaminado como eles dizem.

Paralelo a essa história, temos um convento, ou mosteiro, onde há orgia entre os padres e mesmo com a chegada de um não corrompido ao sexo, as coisas insistem em acontecer.

Em toda a peça, destaca-se a presença das narradoras, anjinhas e diabinhas que desnudas ditam a história da casa.

Uma outra cena, mostra a apresentadora de um programa, e suas assistentes burras, que no meu ponto de vista poderia ser mais breve. Entendo a quebra,  contraponto que o diretor deve ter pensado devido ao tema pesado e permear com algo leve e nonsense, mas, chega a irritar a inteligencia do expectador.

Em um outro momento, uma cena atual com um flashback da mesma pessoa, é interessante e coloca frente a frente passado e realidade .

Assim, temos na mesma peça um pouco de Complexo de Édipo, o Clube do Carimbo e a Roleta Russa do HIV e a orgia na Igreja Católica.

Interessante ver essas pessoas a participarem dessa roda sem limites, querendo a infecção, e fazendo questão de serem positivos.

Como médico, não paro de pensar nos anos 90 no hospital onde fazia minha graduação dos pacientes soropositivos na enfermaria, todos detonados, caquéticos, saindo sangue por todos os orifícios e com a orientação de que se eles tivessem um parada cardio-respiratória não era para fazer nada ...

Será que essa geração da roleta russa se visse tudo aquilo, continuaria nessa roda ?

Sinais dos tempos ... só o que não mudou foi a permissividade dos padres e afins que desde quando começou a igreja praticam o sexo sem nenhuma vergonha .

Também o Complexo de Édipo pode ocorrer em qualquer tempo, sendo assim atemporal .

Bom assunto para discutirmos numa roda de amigos e também refletirmos tudo isso .

No elenco Renato Rosalem, Renata Fernandes, Chris Ferreira ( que faz o cara que quer se infectar) e Vinicius Andrade ( Odete).

Lembando que a peça ganhou em 2016 o prêmio de melhor peça LGBT.

Valeu a pena !



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