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terça-feira, 30 de setembro de 2025

" Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente " OU Anos 80/90 e a AIDS no Brasil


 E mais uma boa estreia na HBOMAX:" Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente " , a minissérie tem direção de Marcelo Gomes e Carol Minêm.

Com músicas dos anos 80, vida dos anos 80, e os problemas dos anos 80, como vírus do HIV, um grupo de comissários de bordo é o foco dessa minissérie, que através da FlyBrasil, voa do Rio de Janeiro para Nova York.

Fernando ( Jhonny Massaro) e Léa ( Bruna Linzmeyer) fazem parte dessa empresa e aprontam em todos os trechos, além de trazerem muita muamba de Nova York para o Brasil para eles e os amigos e familiares.

Nando e Lea frequentam a boate Paradise, que tem show de travesti, e o Raul ( Ícaro Silva) que trabalha de faz tudo lá.

Na boate já podemos ver Pantera, uma travesti que fecha o show da casa com sintomas respiratórios e que precisa ir ao hospital pois está piorando.

Ao mesmo tempo, um cafetão casado que fica com outra travesti, chega em casa e vê a mulher costurando, que também tem uma tosse que não para de jeito nenhum.

Na aeronave, o comandante Barcelos ( Júlio Machado) passa as noites em Nova York com a aeromoça Lea.

No Rio, tem mulher e filho e é super família. Faz voos de paraglider e vai à praia com o filho que já leva namorada para casa.

A mãe de Fernando cobra uma namorada, e acha que o filho está na hora de ter um compromisso.

Ele, por outro lado, até tem , com um jogador de futebol famoso do campeonato carioca, Caio ( Igor Fernandez), que passa noites tórridas com ele na cama.

Os casos de AIDS começam a aparecer e depois de Pantera, Fernando é a próxima vítima. Mas ele decide continuar voando, tocar a vida, seguir o tratamento médico com a Dra Joana ( Hermila Guedes) e quem sabe se safar dessa maldita doença.


Mas como?

O AZT é lançado nos EUA e pode ser a salvação para os milhares de doentes de AIDS, mas o Brasil ainda ele não é liberado.

O que eles vão fazer?

Comprar o que podem lá e trazer contrabandeado para cá para se tratarem e terem uma sobrevida maior.

O problema?

A alfandega.

Bom, as primeiras vezes deram um jeito, mas depois o negócio foi ficando um babado, e perderam dinheiro, passaram o dia preso, e ficaram sem o AZT enquanto vários amigos e conhecidos morriam sem a medicação, inclusive o filho do próprio comandante Barcellos, Paka ( Matheus Costa) que teve um trágico fim ao  saber que estava infectado.

A minissérie é tão forte e os personagens tão intensos que não me sinto no direito de escrever muito e sim somente admirar essa superprodução.

Isso pra mim é Oscar !

Um serviço para todos aprenderem de como foi essa história nos anos 80 e 90 e como o governo tratou desse tema.

Parabéns demais para Bruna Linzemeyer, ela é foda demais como atriz e tudo que ela faz é verdade demais.

Preciso falar também da atriz Rita Assemany , que fez o papel da crente Sônia e que era casada com um homem que frequentava a boate Paradise e tinha um caso com Francesca ( Kika Sena) com quem se infectou com o vírus HIV e passou para a mulher.

Ela simplesmente dá um show de carisma e interpretação. Dá vontade de apertar de tão bonito o papel representado por ela. Show !



E as músicas !

Fullgas, Uma Noite e Meia, À Francesa e muitas outras e no capítulo final " What 's Love ? " d Haddaway pra fecha com chave de ouro e nos perguntar onde está o amor ? 

Lembrei demais de minha passagem no último ano de medicina no hospital universitário em Uberlândia onde os pacientes já com AIDS padeciam até a morte chegar.

Era simplesmente horrorosa a situação deles, muito sangue saindo pelos orifícios por baixa plaqueta, uma magreza extrema, fraqueza, cor amarronzada e só esperando a luz se apagar. Isso foi em 1992.

Que venham mais produções como essa com tanto poder e história, apesar de triste.

Na HBOMAX.




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