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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

" La Bête " OU A Fera


 E vamos para o faladíssimo filme " La Bête" de Bertrand Bonello, disponível no MUBI, que mistura passado, presente e futuro, fala de inteligência artificial, de um amor impossível que não deu certo, e de uma premonição misturando alguns elementos profanos e mundanos que dão um tom de suspense no filme.

O longa de Bonello é vagamente baseado no livro de Henry James, The Beast in the Jungle.

Léa Seydoux é Gabrielle e ela está presente em todos os momentos do filme dando ao mesmo uma atuação impecável, um minucioso trabalho de ator merecedora  de prêmios com muita certeza.

Gabrielle é musicista, modelo, atriz, e casada com um empresário que fabrica bonecas.

Acontece que o filme nos leva e devolve aos anos 30, 70, 80, 2045 e nessas todas datas temos Gabrielle e um outro homem que sempre a segue:  Louis (George MacKay), um aristocrata inglês de passagem em Paris.

Ele em  um momento diz que conheceu Gabrielle em Roma, mas ela disse que foi em Nápoles, e foi aí que ela lhe confessou seu grande segredo: Que ela viveria uma grande tragédia em algum momento, e haveria morte.

Em um outro reencontro, Paris sofria com alagamentos e enchentes que destruía a cidade e até os negócios do marido de Gabrielle. 

Mas segundo uma vidente que foi procurada por Gabrielle, não seria essa a tragédia.

O que Gabrielle sente é que ela sempre está na iminência de que algo ocorra, e ao mesmo tempo que Louis a atrai, ele também a repele.

Seria ele a Besta?

O diretor também brinca com os filmes contemporâneos como vemos na cena de abertura com Gabrielle fazendo ensaios em um estúdio todo emparedado de verde, simulando uma cena que seria editada posteriormente.

Temos também uma boneca que fala e acompanha Gabrielle, a outra que fica no sofá da casa dela meio parecida com Chuck, além da figura do pombo que segundo a vidente, se ele entrar dentro de casa é sinônimo de que uma morte ocorrerá.

O filme não é palatável, mas já aprendi que não devemos tentar desvendá-lo, nem entendê-lo por inteiro.

Temos que senti-lo, absorver o que der, ter o nosso próprio entendimento de uma gama de possíveis versões de cada cena e parte do mesmo. Isso é cinema.

Cada vez mais gosto dessa atriz. Ela é fantástica. Para mim, por esse filme, deveria ser indicada a todas as premiações.

Na MUBI.

 

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