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quinta-feira, 5 de maio de 2022

" Você Não Estava Aqui " OU Mais Uma Crítica Social e Trabalhista de Ken Loach


O que eu esperava por esse filme era uma loucura. Via sempre suas críticas construtivas demais e ansiava mesmo em assisti-lo, já que seu diretor Ken Loach me agrada bastante.

Falo de " Você não estava Aqui", onde Ricky (Kris Hitchen), desempregado, aceita um emprego, onde ele é o próprio gestor e autônomo, tudo isso com uma certa  falsa aparência.

Ele aceita a fazer entregas diárias com o próprio carro, mas tem que atingir um determinado número de entregas em certo tempo e não tem descanso. Apenas dois minutos são tolerados, e eles carregam um aparelhinho onde tudo isso é monitorado pelo chefe dessa empresa.

É uma loucura !

Montando a família de Ricky, ainda temos Abby (Debbie Honeywood), uma ótima e sensível cuidadora de idosos, que teve de abrir mão de seu carro para que Ricky comprasse a van e vai de ônibus trabalhar todos os dias se sacrificando, também quase não parando em casa e falando com os filhos pelo telefone para dar recados diários importantes.

O casal tem dois filhos: Liza Jane ( Katie Proctor), de 11 anos, e seu irmão mais velho, Seb (Rhys Stone), de 16 anos, rebelde, e puto da vida com a vida que seu pai leva, tendo altos conflitos com o mesmo. 

O filme mostra a falsa ilusão de liberdade, e o distanciamento de pessoas que vivem no mesmo teto e não têm tempo de conversarem tudo por causa do capitalismo, da ganância, e claro, também da necessidade de sobreviver.

os filmes de Ken Loach sempre mostram para mim, algo relacionado ao trabalho, as dificuldades das pessoas em viverem com mais facilidade, sem burocracia, sem depender muito da tecnologia e parece que hoje estamos exatamente vivendo às custas da tecnologia.

Em um final de semana, fui à São Paulo e ao entrar em um teatro para assistir à uma peça, o rapaz que ali estava me disse que somente era possível comprar o ingresso pelo site.

Tudo bem. Fui tentar comprar e deu erro. Não consegui. Pedi que ele me vendesse dois ingressos e ele disse não ser posssível, que era somente online mesmo.

Mas, eu estou aqui, tem doze pessoas na fila para assistir a peça. Será que não seria legal vender mais dois ingressos?

Não!

Fui embora inconformado com essa atitude e fato, principalmente se falando em arte e cultura no Brasil tão desgastados e com serviços e salários defasados.

Acho que é sobre isso que o diretor tenta nos advertir. Essa tal tecnologia.

O filme está no telecine. Imperdível !

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