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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

" Kneecap " OU Hip Hop Irlandês Massa Pra C**




 Eu já tinha visto vários cinéfilos e críticos falarem bem desse filme, mas superou minhas expectativas.

 Falo do excelente " Kneecap" de Rich Peppiatt, que vem da Irlanda do Norte, querendo afirmar o seu idioma e jogar pra fora todo o ódio que eles têm dos britânicos naquele país.

o filme traz a ascensão do grupo de hip-hop irlandês que sem querer é formado por dois adolescentes marcados por vandalismo, por bandidagem, vadiagem, fichamento na polícia e tráfico de drogas e que ao encontrar o professor  JJ O Dochartaigh, que ensina música irlandesa em uma escola.

O professor é chamado na delegacia quando Liam O' Hannaidh é preso e somente fala o idioma irlandês e ninguém entende.

Na comunicação entre ele e o professor eles se entendem e mudam o sentido dos fatos, fazendo com que Liam saia da delegacia e o professor fica impressionado com um caderninho que Liam escrevia versos e poesia em irlandês.

Como o professor tinha o seu estúdio, foi direto para lá e viu que aquilo poderia ser um escape fenomenal, e esse menino seria um puta de um artista.

O professor encontrou novamente com Liam e seu amigo de infância e inseparável Naoise O Caireallain.

Os dois desde pequeno aprenderam o idioma com o pai de Naoise, o Arlo, que era um para militar republicano que fingiu sua morte para escapar dos britânicos.

Bom, os dois amigos e mais o professor começaram os trabalhos na música, no hip hop e o resultado vocês têm que ver nesse filme. É impressionante. É de ficar doido só com as letras sem fumar, beber ou usar qualquer tipo de droga.

Eles começam a tocar em um pub de karaoke com 4 pessoas, depois vão crescendo e chamando a atenção das pessoas e principalmente dos jovens.

A imprensa enlouquece e a polícia quer prendê-los a todo custo por apologia às drogas.

A detetive Ellis ( Josie Walker) é a policial que mais quer acabar com essa farra e colocar os três na cadeia.

A missão não será fácil. Nem deles e nem da polícia.

O filme é vibrante, sensacional. Imperdível.


 

" Bandida - A Número 1 " OU Um Trágico Contemporâneo

 


Animei e fui ver o outro filme nacional da Netflix que entrou nesse mês de outubro. Falo de " Bandida - A Número 1" de João Wainer, que traz toda movimentação na favela da rocinha no início de tudo, quando ainda só se traficava a maconha e engatinhava ainda a cocaína.

Amoroso ( Milhem Cortaz) era o chefão do tráfico na Rocinha e tinha suas meninas ao seu dispor em troca de favores e compra das mesmas por dívidas.

Rebeca ainda criança é vendida para amoroso justamente para pagar dívidas e ela cresce nesse meio cruel e aprende todas as manhas de um bandido.

Quando moça, Rebeca torna-se a Bandida ( Maria Andrade), com todo furor e inteligência que Deus lhe deu e ela contribui para a contabilidade, estratégias e organização do crime na Rocinha.

Se envolve com Pará ( Jean Luis Amorin) e por muito tempo os dois reinam no morro, inclusive depois da morte de Amoroso, que Pará assume o reinado.

Mas ela sabe que um dia a casa irá cair para ela também. E esse dia pode ser hoje, amanhã, depois ...

Rebeca torna-se a primeira mulher a chefiar o tráfico em uma favela no Rio de Janeiro. Ela faz história.

O filme é bem interessante e te pega por todo o tempo.

No elenco Natália Lage, Natália Deodato, JP Rufino e Wilson Rabelo.

Destaque para a música nacional nos trazendo aqueles hits chicletes dos anos 80-90.

Valeu, gostei. 

" Abraço de Mãe " OU Vislumbres Epifânicos


 Olha o Brasil aí fazendo filme de terror !  Pois é, temos na Netflix " Abraço  de Mãe " de Cristian Ponce que traz Ana ( Marjorie Estiano) como uma bombeira,  que acaba de revalidar sua aptidão por causa de um problema que teve em uma ação anterior e parte para uma nova ação, um novo chamamento.

Agora o fogo é em uma casa de asilo antiga , com uma denúncia de desabamento por causa dos intensos temporais que assolava o Rio de janeiro em 1996.

Ao chegar no asilo, Ana e seus companheiros enfrentam além do fogo, fumaça e condições desfavoráveis no local, um punhado de coisas estranhas, pacientes com aspecto sombrios, uma atmosfera quase que fantasmagórica.

E é nesse ambiente que Ana traz suas recordações do passado de novo à tona, onde teve problemas com sua mãe( Chandelly Braz).

É hora de Ana provar a ela e à sua corporação o seu trabalho e não deixar que os problemas que a afastaram anteriormente abalem sua mente.

O filme te faz passar essa hora e meia com entretenimento e com claro, uma boa atuação de Marjorie Estiano.

Valeu ! 

" Marcello Mio " OU Decifra-me ou Devoro-te

 

E vamos falar de " Marcello Mio " de Christophe Honoré, que te traz uma linda homenagem ao sempre muito querido e lembrado Marcello Mastroiani.

No filme, a atriz Chiara Matroiani, filha de Marcello, está fazendo um filme com uma diretora, mas de repente, ela encarna na pele o seu pai, faz uma maquiagem, coloca uma peruca para segurar o cabelo, veste um chapéu e um terno e sai pelas ruas de Roma e Paris como se fora ele.

Chiara vive o presente e o passado e nós embarcamos nessa história de resgate e de citações dos filmes e lugares que Marcello esteve.

Caterine Deneuve, a mãe de Chiara, às vezes se junta à ela, mesmo achando isso tudo uma utopia, mas acaba deixando a filha viver e sentir aquele seu momento nostálgico.

O filme ganha muito depois de sua primeira metade e me deixou mais fascinado ainda com sua belíssima trilha sonora.

Na verdade estamos ali por uma poesia, sentindo tudo aquilo que um filho possa sentir por um pai que já foi embora.

Fiquei bem sensibilizado com a transição de Chiara, a naturalidade que representara seu pai e a missão cumprida no final.

O filme está na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Valeu !

" The Remarkeble Life of Ibelin " OU Deixa a Dor por Minha Conta !


Que boa surpresa o documentário que está na Netflix "The Remarkeble Life of Ibelin " que conta com a direção de Benjamin Ree.

O filme traz para todos nós a vida de Mats Steen, jovem norueguês que, mesmo lutando contra a distrofia muscular degenerativa, encontrou na comunidade online de World of Warcraft um lugar onde poderia ser mais do que suas limitações físicas permitiam. 

No documentário podemos sentir uma emocionante jornada de superação e pertencimento, mostrando como o avatar “Ibelin” se tornou uma extensão da alma de Mats.


Mats nasceu bem, mas aos poucos foi apresentando alguns sinais físicos de que não era uma criança com desenvolvimento normal, já que não se sustentava bem com as pernas.

Isso foi um pouco antes de ir para a escola e ser diagnosticado com a Síndrome de Duchenne que aos poucos vai causando uma debilidade muscular podendo levar até a morte.


Assim, Mats foi uma criança mais concisa, com o rosto fechado, sem muitas manifestações.

Ele encontrou nos jogos online uma forma de poder se movimentar e de também se sentir igual aos outros meninos quando através de um avatar ele fosse uma pessoa normal, andando, correndo, lutando, se apaixonando, gritando, chorando e com outros sentimentos que um jogo possa te levar.

Além disso, ele interagia com os usuários do jogo pelas mensagens online. Ele particularmente não enviava nem áudio e nem abria a câmera.

Todos gostavam dele e queriam compartilhar com ele os seus problemas.


Os pais de Mats somente foram descobrir o quanto ele foi amado e também o quanto teve algum tipo de sentimento depois de seu falecimento quando deixou milhares de mensagens de textos e sua senha do jogo para que eles pudessem compartilhar todos esses anos de vida do filho.

Foi muito diferente um filme com essa temática e essa mistura de game e real em um documentário.

Acredito que todos irão se sensibilizar com sua história e quem sabe um dia ser também um avatar, para que possamos também de certa forma sairmos de nosso mundo aqui na terra, cheio de problemas, ódio, guerra e disputas pelo poder e entrarmos em um mundo onde quem comanda suas ações é você.

Na Netflix.  


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

" Pequenas Cartas Obscenas " OU Eles Não Usam Tênis Naique


 E vamos ao gostoso filme inglês " Pequenas Cartas Obscenas " de Thea Sharrock, que traz a desbocada Rose ( Jessie Buckley) como sendo a principal suspeita em enviar cartas obscenas principalmente para a solteirona Edith ( Olivia Colman).

Essas cartas, que são curtas, têm um conteúdo cheio de palavrões, obscenidades, que deixam a mãe de Edith perplexa.

O pai de Edith quer matar a desbocada Rose e manda a polícia à casa dela para prendê-la.

Mas, e as provas?

Na delegacia, Gladys Moss (Anjana Vasan), a policial que se vê atraída para o caso das cartas e se torna virtualmente a única esperança da desbocada Rose (Buckley), acusada pela vizinha carola Edith (Colman) de ser a autora das missivas. Todos os outros policiais homens por eles, já prenderiam Rose. Gladys, não!

A gente percebe que Rose não será a tal da pessoa que envia as cartas, mas no final ficar sabendo que é ...

No mínimo engraçado e com aquele bom e velho humor britânico.

E você, mandaria essas cartas para algum conhecido seu ?

No MAX.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

" Kalak" OU No Gozo dos Pássaros, Não há Solidão


 Eita como esses nórdicos sabem fazer filme! Mais um deles para a coleção e reflexão, claro.

Falo de " Kalak" de Isabella Eklof que está na 48ª Mostra de Cinema Internacional de São Paulo.

Kalak significa na língua local, homens que  são o que mais encontramos por aí, aquele cara que vive com um ar de felicidade, sempre pensando em como sair da próxima enrolação, é o tal cara roleiro, que se você se meter com ele, vira bosta. 

Se for pelo início muita gente já desliga a TV ou sai do cinema, pois o pai abusa do filho. E essa é só uma cena, uma vez, das centenas que devem ter acontecido antes.

Jan( Emil Johnsen)  é dinamarqûes, enfermeiro e casado com August ( Asta Kamma), e o casal tem um casal de crianças.

Eles partem para a Groenlândia a fim de novos horizontes e desafios, e Jan e a família têm que se adaptar com o frio devastador, a comida, o povo e o idioma que é diferente.

Mas Jan parece não se importar muito não e arruma uma saída para tudo, assim como sai às noites para se deitar com as nativas de lá, e quando volta ainda avisa à sua esposa do que fez.

Escroto ! Sim !

O filme vive dando lições, nos mostra a cultura local, tem uma cena no início de uma dança regrada a tintas coloridas sensacional, e também nos ensina a preparar bebidas, como um café com vodca.

Lá para frente, depois de muitas cagadas, e o início de um outro descontrole: O vício por narcóticos, facilitado pelo fato de ser enfermeiro e ter acesso fácil aos mesmos, a filha de Jan sofre um ataque de cães, toma 54 pontos e tem que ser removida para Copenhagen.

Não é que ele mandou a esposa e o filho e ficou lá se viciando cada vez mais em morfina.

Jan se perde de tal forma que também é transferido para Copenhagen para se tratar e acaba voltando para a casa do pai, que tem câncer.

Ainda bem que a diretora nos contempla com músicas para afastarmos de um estado de nervosismo que toda essa situação nos leva.

Muito bom ! 


" Porto Príncipe " OU Há Mais Futuro que Passado


 E vamos ao filme nacional " Porto Príncipe " de Maria Emílio de Azevedo que traz Santa Cantarina como pano de fundo para o seu longa.

E ela traz mais: O problema dos refugiados existente no mundo todo e como o Brasil abraça essa causa.

Nesse caso, ela conta a história de Bastide ( Diderot Senat), Haitiano, que vem de um país devastado por suas guerras civis e desastres como terremotos e outros, além da pobreza já característica dos países do terceiro mundo.

Bastide desembarca em Floripa e Bertha ( Selma Egrei), viúva que mora sozinha em sua chácara, isolada, na serra catarinense, fica sabendo da notícia da chegada desses homens e vai em busca de algúem que possa ajudá-la na recuperação de seu terreno.

Além disso, Bertha é pressionada pelo filho Henrique ( Leonardo Franco), a sair dalí e viver com ele em um apartamento de luxo em Floripa.

Bastide vem com Bertha, e aos poucos vai conhecendo os costumes e o jeito do local, assim como da convivência com Bertha.

Com isso, Bertha se sente mais forte, mais segura e vai alimentando sua alma com os bons papos do bom Bastide.

Ao contrário, Henrique começa a colocar caramingolas na cabeça dela dizendo que Bastide é igual aos outros e que não é decente.

A diretora nos mostra claramente como essas pessoas negras e de outros países incomodam os brancos ricos do nosso país, que claramente vê um aumento no número de pessoas inclinadas aos ideais de extrema direita, principalmente no sul do país.

E em São Paulo, capital que vemos um número assombroso de refugiados e imigrantes pelas ruas vendendo suas mercadorias, será que o pensamento é o mesmo?

Para assistir e discutir com os amigos.

O Pôster do filme é belíssimo!





" Meu Querido Bobby: Era Tudo Uma Farsa " OU Fragilidade, Teu Nome é Mulher.

 


E vamos para mais um título na netflix que tá todo mundo assistindo e comentando sobre o caso de " Catfish".

Trata-se de "Meu Querido Bobby : Era Tudo uma Farsa" de Lyttanya Shannon que traz ao público esse documentário sobre Catfish, que é uma pessoa que cria perfis falsos em redes sociais para enganar pessoas inocentes e fazer com que elas se apaixonem.

Foi o que aconteceu com  a britânica Kirat Assi e de seu relacionamento virtual com “Bobby”, que no início surgiu como um amigo no facebook, já que tanto ele como Kirat estavam namorando naquele momento.

Acontece que depois de um tempo Kirat recebe uma notícia de que Bobby foi alvejado e estaria em coma no hospital.

Logo depois, uma outra notícia dá conta de que ele foi para os EUA através do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.

Acontece que Bobby vem de uma família tradicional e bem posta em Nairobi no Quênia e algo pode ter havido em relação a isso.

Kirat fica transtornada com tudo isso, abala totalmente suas atividades profissionais e também o seu namoro.

Após um tempo, e já com mais de 35 anos, Kirat se vê perdida com o término de seu namoro, e uma nova mensagem de Bobby faz reacender todo o carinho que tinha por ele por aquele tempo todo que conversavam pelo facebook.

Ele teclava do hospital, não falava, ainda teve um AVC que complicou mais ainda o seu prognóstico, mas com o tempo os dois trocavam juras de amor e o compromisso de um relacionamento mesmo que virtual para quem sabe ser pessoal em pouco tempo quando Bobby sair do hospital.

Foram anos de troca de mensagens, Kirat dormia com o facebook e o messenger ligados, acordava com Bobby sem o ver e ouvir uma palvra da boca dele.

Foi então que ele saiu do hospital e foi para o Londres em um ultimato de Kirat.

Ah, preciso falar que Bobby em um relacionamento anterior teve um filho, e Kirat até ajudou a comprar as roupinhas para o filho dele.

E Kirat, envolveu toda a sua família nesse romance, como a mãe, tia, primas, amigas e também os amigos e primos de Bobby que contactava pelo facebook.  

O cara chega no Reino Unido e nada de se encontrar com Kirat, só desmarcando e evitando, até que ela contrata um investigador e ele consegue o endereço do homem em Brighton, no sul de Londres.

Ela foi até la e por fim toda essa história de quase 10 anos teve o seu desfecho.

Muito bem produzido e construído o documentário, te deixando até o final com o desejo de ver como as coisas se encaixariam e essa história toda acabaria.

Valeu. Netflix!