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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

" Família " OU Violência Doméstica na Veia

E nada melhor que assistir a um indicado ao Oscar2026.  Então vamos de " Família " dirigido por Francesco Costabile.

O filme baseia-se no livro de Luigi Celeste com Sara Loffredi, “Non Sarà Sempre Così – La Mia Storia di Rinascita e Riscatto Dietro le Sbarre” (“Não Será Sempre Assim – A Minha História de Renascimento e Resgate por Detrás das Grades”).



Lícia (Barbara Ronchi), uma mulher trabalhadora que sofre com os abusos físicos de seu marido Franco (Francesco Di Leva), leva a vida mesmo assim com seus dois filhos pequenos (Francesco De Lucia, o Gi, de 9 anos, e Stefano Valentini, o Alê, de 11).



O dia a dia da família é de espancamento e as crianças vendo e não podendo fazer nada, até que Licia vai até a delegacia e denuncia o marido.

Eles saem de casa vão morar em outro lugar, o marido tem outro problema criminal, continua na cadeia e os meninos crescem.  

Dez anos depois, os já rapazes, Gi (Francesco Gheghi) e seu irmão mais velho, Alessandro (Marco Cicalesi), seguem seus caminhos.


Gi milita num grupo “camisa negra”, comandado pelo fascista Fulvio (Enrico Borello), e namora a jovem Giulia (Tecla Insolia).

Alê trabalha e vive sem grande emoções. Os dois moram com a mãe, faxineira, num conjunto habitacional popular.



Depois disso, Gi tem problemas com a polícia por suas manifestações fascistas e passa 9 meses na prisão, onde o seu pai, já em liberdade vai visitá-lo.

Depois, esse homem ronda a casa da família até a mulher aceitá-lo de volta.


Aí, é aquele inferno de novo que só vendo para comprovar o que um homem violento e machista é capaz de fazer.

Muito bom o drama italiano, que infelizmente não passou na lista dos 15 indicados para o Oscar 2026.

Na Reserva Imovision.

" Stopmotion " OU Uma Aventura Artística Incomum


 E outro filme que eu queria assistir e que está na Reserva Imovision é " Stopmotion " de Robert Morgan.

Tudo começa com Ella ( Aisling Franciosi) e sua virtuosa mãe Suzanne( Stella Gonet), que é a grande mestre do stopmotion e que talvez esteja fazendo seu último filme por causa de sua artrite severa.

Suzanne conta com a ajuda da filha para mover as peças e fazer toda a programação. As ideias e o roteiro são dela.

Acontece que um episódio neurológico faz com que Suzanne vá para uma cama de hospital em coma e  Ella terá que terminar o filme.

Mas será que é isso mesmo que ela quer ou fazer um filme com suas próprias mãos e ideias?

Ella muda de apartamento e no seu novo local de trabalho conhece uma garotinha que dá pitacos no seu trabalho e sugere novos personagens.

Ella que tem o seu namorado que a ajuda muito fica confusa e já não tem certeza se o que está rolando é o seu filme ou é a sua vida.

O diretor confunde bem o espectador dando vida aos bonecos e aterrorizando a fraca cabeça de Ella.

Gostei bastante.

Na Reserva Imovision.

" A Balsa " OU Estudo do Comportamento Humano

 Achei interessante demais essa história e já estava para assistir a esse documentário há muito tempo.

Agora que tenho a Reserva Imovision, aproveitei e fui assistir. Falo de " A Balsa " de Marcus Lindeen

A história é a seguinte: Nos anos 1970, o antropólogo Santiago Genovés, mexicano, depois de um sequestro em um avião,  elaborou um estudo comportamental baseado nas inúmeras experiências de conflitos bélicos que se seguiram na humanidade, tentando avaliar se o mundo conseguiria enfim viver sem guerra, mesmo se confrontados com seus piores sentimentos. 

Assim sendo, criou um dispositivo de convivência “forçada” ao extremo: uma balsa atravessando o Oceano Atlântico por três meses, com um grupo de 10 pessoas escolhidas com propósitos pré-definidos.

Onze pessoas, sendo cinco homens e seis mulheres, de várias profissões e nacionalidades, religiões e culturas diferentes, embarcam em uma balsa para uma jornada de três meses atravessando o Atlântico.

Saindo das Ilhas Canárias e chegando até o México,a viagem faz parte de um experimento científico realizado em 1973 com o objetivo de estudar questões como violência, sexo e comportamento em grupo.

A capitã da balsa era uma sueca, tínhamos também uma mergulhadora, uma médica israelense, um padre angolano, um sociólogo uruguaio, um fotógrafo japonês, uma mulher árabe, um empresário do Reino Unido.

 A convivência dentro da embarcação foi filmada como um diário. E depois gráficos de todos os indicadores dos participantes foi conhecido.

 Mais de 40 anos depois, esse longa documental reúne os sobreviventes em uma réplica da balsa, construída em estúdio, para obter depoimentos dos participantes.

Próximo à sua chegada no mar do caribe, o povo tinha a ideia de que essa balsa era a balsa do sexo, onde essas pessoas estavam confinadas a fazerem sexo entre si, e isso é o que havia sido reportado devido um amigo do Santiago ter dado um spoiler a um jornal.

Interessante.

Na Reserva Imovision.

"Jerrod Carmichael: Don't Be Gay" OU Conhecendo o Stand Up Americano

Com a direção de Ari Katcher, fui conferir um stand up que sempre está nas listas de filmes LGBT do ano.

 "Jerrod Carmichael: Don't Be Gay" está disponível na HBOMAX e o show fala que apesar de se expor que é gay, ele deixa claro que uma coisa ainda o afeta: O racismo.

Relata que teve que fazer terapia e como vê muitos tuítes e comentários na internet o que mais lhe chamou a atenção foi o fato das pessoas questionarem porque um negão desse tem um namorado branco?

Fala também que ainda falta ter a aprovação da comunidade negra, pois mesmo sendo rico o fato de ser gay é um problema para a comunidade.

Fala de sua infância na Carolina do Norte onde sua mãe mora até hoje, como é difícil ser gay, do gosto por waffles e como usava o grindr com uma identidade falsa para encontrar homens.

Como o video clipe da música " How does It Feel " do D'Angelo mexeu com a cabeça dele na época.

E também falou muito de relacionamento aberto, de como ele é sexualizado, gosta de trepar mesmo.

 Enfim, algumas piadas parecem ser racistas mesmo sendo contadas por um negro, e todos riem mesmo no início da frase igual aqui no Brasil.

~Como foi para conhecer, está conhecido.

Na HBOMAX.

" Bone Lake " OU Esconderijos da Aparência/ Filme com Marco Pigossi


 E peguei o filme " Bone Lake " dirigido por Mercedes Bryce Morgan, para ver a segunda atuação do Marco Pigossi em filmes americanos, dessa vez um suspense/terror.

No filme, ele, Diego e sua namorada Sage ( Maddie Hasson) alugam uma bela casa no final de semana para passarem juntos e descansarem de suas atividades.

Diego é escritor e Sage está ajudando a encontrar uma editora para editar o seu livro.

Parece cena de filme quando chegam à casa, entram e logo em seguida um casal aparece dizendo também que alugaram a casa para o final de semana.

Will ( Alex Roe) e sua namorada Cin ( Andra Nechita)  sugeriram tirar na sorte quem ficaria lá ou também dividirem a casa já que tem muitos quartos.

Decidiram pela segunda opção.

A partir daí tudo na vida de Diego e Sage vira um inferno, pois Will e Cin vão fazer de tudo para separa-los, arrumando intrigas, seduzindo-os e fazendo joguinhos sexuais.

É claro que isso não acabará bem.

Detalhe, que na frente da casa havia um lago chamado Bone Lake, pois na década de 50 um assassino em série desovava os corpos nesse lago.

Adorei a cena da banheira.

Foi bom.  



" Adeus, June " OU O Final Vale o Filme !


 E vamos para o filme da Netflix, " Adeus, June " com a direção de Kate Winslet, que traz uma família grande e uma dor que é ter a mãe em estado terminal e paliativo por causa de um câncer.

A excelente Helen Mirren é June a matriarca da família que está doente. Ela passa mal e o filho e o marido a levam para o hospital.


Eles avisam as irmãs que param suas atividades para irem ao hospital ver a mãe e agora terão que se revezarem para um cuidado diário, já que o pai, Bernie ( Timothy Spall) também não está muito bem das pernas.

Já assisti a vários filmes iguais a esse, onde os filhos vêm e cuidam do parente próximo e esse não é diferente. Ou é sim. É Natal e a festa que eles vão preparar para June é qualquer coisa de muito especial e que deixará o filme agradável e querido demais nas últimas cenas.

Connor ( Johnny Flynn) é o filho e ele é bem contido, não conversa muito. É solteiro.

Molly ( Andrea Riseborough) é a terceira filha, casada, com filhos, e que não se dá muito bem com Julia ( Kate Winslet), que também é casada, tem filhos, o marido trabalha fora da cidade e ela tem que dar conta de tudo.

Helen ( Toni Collette) é a mais velha, é toda zen, good vibe e bem alternativa. Anunciou uma gravidez agora para a família.

Os problemas entre os irmãos, um comentário aqui, outro ali, e tudo isso já vimos tanto em filmes, como na vida real.

Mas repito, o final vale a pena. Tem até uma cena queer.

Na Netflix.

sábado, 27 de dezembro de 2025

" A Grande Viagem da Sua Vida " OU Jogos de Simultaneidade


E já foi assistir ao filme " A Grande Viagem da Sua Vida "  de Kogonada, que entrou na HBOMAX.

O filme é uma fantasia que une David ( Colin Farrell) e Sarah ( Margot Robbie) durante uma viagem que os dois fariam sozinhos com um carro alugado + GPS.

Eles se conhecem em um casamento de um amigo em comum. A partir daí se conectam por simultaneidades, pois os dois alugam carros na mesma agência e com GPS.

Acontece que esse GPS é fantasioso e os levará para vários lugares que já estiveram no passado e assim ver se eles mudam alguma coisa que eles sabem que são hoje no presente.

É um jogo de entrar em portas no meio do mato bem interessante parecendo as Crônicas de Nárnia.

Claro que um se interessa pelo outro, mas Sarah não dá o braço a torcer.

Acontece que só por vê-la em cena de tão bonita que é já vale a pena.

Adorei ver todos os convidados do casamento na suposta igreja de sombrinha e guarda chuva por causa da grande água que caía no momento.

E no final temos um filme de sessão da tarde na HBOMax.  

" O Olhar Misterioso do Flamingo " OU O Amor é Uma Conexão Interrompida


 E vamos ao filme chileno indicado para concorrer ao Oscar de 2025. Falo do  " O Olhar Misterioso do Flamingo " do diretor Diego Céspedes, que vem colhendo somente críticas positivas sobre seu primeiro trabalho, especialmente de críticos e cinéfilos.

O filme traz uma cantina no fim do mundo, no deserto chileno, perto de minas e mineiros e longe de tudo e de todos, onde um grupo de travestis sobrevive nessa casa, e à noite diverte os homens daquele jeito: No segredo, sem ninguém saber que eles foram ali.

Mas é tempo de AIDS, e essa peste como eles dizem contaminou as meninas e está contaminando os mineiros também.

O diretor dá um jeito meio fabuloso de contornar essa desgraça social e avançar com os dias como se nada tivesse acontecendo.

E assim Flamingo ( Matías Catalán) e outras meninas sobre cuidados da Mama Boa ( Paula Dinamarca ), a mais experiente levam sua vida nessa pacata vila chilena.

Flamingo, que sempre ganha os concursos como a mais bela, é a que mais está doente, e tem a sua filha adotiva Lídia ( Tamara Cortés), que não sai da barra dela, apesar de ser independente e já se meter com os garotos da vila enfrentando-os sem medo.

Flamingo tem o seu homem, que a deixou por ser infectado e agora cobra que lhe tire dessa praga.

Yovane é uma ameaça à Flamingo ao mesmo tempo em que ela tem o seu desejo por ele.

Mas o amor somente chega mesmo com o ancião Clemente (Luis Dubó), que casa com a mama Boa com a aprovação da filha e das netas.

Mesmo depois de tanta tristeza, teremos mais ainda com o passar do tempo e do adoecimento de todas as travestis da cantina.

Não tem como escapar da história natural dessa doença tão cruel, mesmo com a singularidade e leveza do diretor Diego Céspedes.

  

sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

" Brincando Com Fogo " OU O Destino de Extrema Direitistas Franceses

 E assisti ao filme " Brincando com Fogo", baseado no romance “O que você precisa da noite”, de Laurent Petitmangin, e dirigido pelas irmãs Coulin e protagonizado por Vincent Lindon que lhe rendeu o premio de melhor ator no Festival de Veneza de 2025 e está disponível na Reserva Imovision..

No filme, temos um pai viúvo, Pierre ( Vincent Lindon) e seus dois filhos já adultos jovens:  Fus (Benjamin Voisin) e Louis (Stefan Crepon).

Fus é metalúrgico, joga futebol e tem amigos de extrema direita, que ele acaba se infiltrando cada vez mais e externando todas as suas mágoas no outro.

Louis segue um perfil acadêmico e está prestes a entrar na Sorbonne em Paris.

O pai continua trabalhando na ferrovia, e acolhe os dois filhos com muito amor e carinho. O pai tem tradições mais humanísticas e sociais. É pacífico, bondoso e acredita em um mundo melhor.

Quando vê que seu filho está metido com esse tipo de situação fica enlouquecido e tenta tirá-lo dessa vibe a qualquer custo.

Acontece que Fus é duro na queda, mente para o pai, falta às aulas, e cada dia está envolvido com esse processo extremista.

Por várias vezes o pai vai atrás tentando evitar uma situação mais grave e até consegue, até que a corda realmente estoura e o pior acontece.

Pausa.

Hora de juntar os cacos e ver se sobra alguma coisa na casa de Pierre.

Muito bom o filme principalmente pelo momento de polarização que estamos vivendo em nosso país e eles viveram na sua própria casa.

Na Reserva Imovision.

" Alabama : Presos do Sistema " OU Um Dos Piores Presídios dos EUA

 E esse é um dos documentários que estão na check list dos pré selecionados ao Oscar 2026 : " Alabama : Presos do Sistema " com a direção de Andrew Jarecki e Charlotte Kaufman, está disponível na HBOMAX.

O documentário foi realizado ao longo de vários anos com a ajuda dos próprios presos com celulares próprios gravando o inferno e as condições não compatíveis com os direitos humanos que acontece em um dos presídios do Alabama.

A violência é a principal característica desses presídios, onde os agentes penitenciários batem até a morte do preso como foi o caso bem mostrado de um deles.



Na investigação tudo vai por agua abaixo, não há provas, ninguém quer falar, e a corrupção do sistema é tão grande que os executores ainda são promovidos a cargos superiores.

O que fica? O sofrimento do próprio preso que cumpre pena de 30, 50 anos e do familiar que vê o seu filho ser morto como um animal.

Muito bom documentário que talvez a gente não pense que isso ocorra nos EUA.

Na HBOMAX.