" Sauna " OU Entre e Feche Bem a Porta !

 E vamos para o mais assistido no momento pelos cinéfilos e críticos, que é o filme dinamarquês " Sauna ", dirigido por Mathias Broe e lançado em 2025.

 Adaptado do romance de mesmo nome de Mads Ananda Lodahl, o filme tem Magnus Juhl Andersen como Johan, um rapz que vive em Copenhagen, chegando agora na cidade grande, e que pratica sexo casual na sauna gay onde trabalha.

Ele mora com um homem mais velho que lhe arrumou esse emprego na sauna. E sai com o pessoal nas boates da capital para diversão e bebedeira.

Nos tempos livres, fica nos aplicativos de encontros. e inesperadamente encontra uma conexão romântica mais profunda quando conhece William (Nina Rask), um homem trans.

A priori tem um baque, mas logo em seguida cai em si e aceita o fato, apaixonando-se pelo rapaz e fazendo um vínculo forte com  ele.

O problema é que William está no começo de sua transição, preocupado com suas testosteronas, em conseguir se estabelecer como homem trans , e em fazer a cirurgia de retirada das mamas.

Isso atrapalha um relacionamento, pois a pessoa está mais preocupada com ela, mas de qualquer forma, eles seguem e continuam em frente.

Depois de um problema na sauna, Johan acaba saindo de lá e passa a dormir na casa de William, mas logo logo problemas irão acontecer e colocar a relação em cheque.

Eu senti desde o início que isso não iria longe. Acho que o desejo e a natureza das pessoas falam mais alto.

E você o que pensa desse tipo de relacionamento?

" Noel Rosa: Um Espírito Circulante " OU O Símbolo de Vila Isabel

 E tive a felicidade de assistir ao documentário " Noel Rosa: Um Espírito Circulante " de Joana Nin, que traz o bairro de Vila Isabel no Rio de Janeiro.

O filme tem todo o cuidado com a didática, em descrever as músicas, os anos, os convidados, as datas das gravações exibidas, ficou muito legal.

Noel Rosa não chegou aos 27. Morreu em 1937 deixando 250 músicas e uma saudade imensa por onde passou, pelos bares e becos de Vila Isabel.

No documentário, figuras como Cartola, Aracy de Almeida e Marilia Batista, se juntam às de intérpretes atuais, como Dori Caymmi, Moacyr Luz, Mart’nália e Edu Krieger e falam sobre Noel.

Tem as cenas em que pessoas sentam em uma cadeira ao lado de uma estátua sua e uma mesa de bar e conversam com ele, ou cantam para ele. Bem pitoresco.

Com as tradicionais " Fita Amarela e " Com que Roupa " nos deixa a sensação de que tudo foi muito intenso e bom mesmo apenas os 26 anos que viveu.

O documentário não fala nada de sua vida pessoal, além de ele ser um boêmio.

Muito bom ! 

" Um Pai para Lily " OU Clamando por Amor

 Assisti ao filme " Um Pai para Lily "de Tracie Laymon, que traz a jovem Lily ( Barbie Ferreira), cuidadora da Daphne ( Lauren Spencer), que mora sozinha, louca para ter atenção do pai ausente que nunca a procura.

Lily já não tem a mãe, que era viciada em drogas, e cedo saiu de casa, deixando -a com o pai.

Depois, o pai saiu de casa, foi morar sozinho e Lily teve que se virar.

O pai só pensa em namoradas, em aplicativos de namoros, em sair com mulheres, e ganhar bônus para usar em restaurantes.

De vez em quando usa Lily para acompanhá-lo em encontros com mulheres, mas que quase sempre termina em um fiasco.

Ele ( French Stewart) volta a ficar meses sem uma conversa com a filha.

Com tanto abandono, Lily Trevino procura pelo nome do pai na internet em um aplicativo e acha igualzinho.

Começa a enviar mensagens e recebe curtidas e respostas.

Acontece que não é o pai dela e sim um outro Bob Trevino ( John Leguizamo), que mora a 100 km de sua cidade e é casado.

Mas, é tão agradável a troca de mensagens que os dois acabam por continuar a se corresponderem e até se encontram.

De vez em quando o pai verdadeiro de Lily aparece, mas logo some. Ela fica desorientada e muito carente.

Mas, em um dia que envia mensagem para Bob e ele não responde, ela perde a cabeça e vai até a sua casa.

Não encontra ninguém. Ela está desolada com a falta de notícias de Bob Trevino.

Ela vem.

Lily finalmente é reconhecida.

Na Netflix.   

 

" Salão de Baile " OU O Modo POSE/VOGUE do Rio de Janeiro

 E depois de muito tempo, assisto um documentário que há muito queria ter visto. Trata-se de " Salão de Baile " de Juru, Vitã.

O documentário nos mostra como está o Ballroom no estado do Rio de Janeiro, e nos apresenta várias casas e mothers ao longo do filme para conhecermos e ver o que podemos encontrar aqui no Brasil.

E olha que impressiona a quantidade de casas e de pessoas envolvidas nesse ritmo, meio, modo artístico, meio de vida, resistência, cultura e dança, que nesse caso a cidade de Niterói tem o prazer de apresentar.

O que começou há 50 anos nos EUA, agora vemos aqui no Brasil e com muita força e qualidade em várias categorias.

Assim, se você não é bom de dança e quer mostrar apenas sua face, seu rosto, você também participa e entra na competição.

O que diferencia esse Ballroom em Niterói é que a preferência é por pessoas pretas, travestis e transexuais.

Entre as casas chamadas para esse documentários estão: House of Alafia, House of Blyndex, House of Bushidö, House of Cabal, The Royal Pioneer Kiki House of Cazul, Casa de Cosmos, Casa de Dandara, Casa dy Fokatruá, House of Império, Casa de Lafond, House of Mamba Negra e House of Raabe, cada uma com sua mother e com sua particularidade.

Vale muito como conhecimento, e inspiração para quem tem isso dentro de si e quer iniciar nessa vibe.

Gostei bastante. No TELECINE.  

" Toxic " OU O Duro Trabalho de Modelar

 E vamos ao filme que ganhou o Festival de Locarno em 2024: " Toxic " de Saulè Bliuvaitè.

O drama Lituano mostra duas jovens que tentam entrar no mundo da moda, dos desfiles, mas que são obrigadas a ter como combo:  a competição, drogas, bullying, exploração sexual e problemas com a comida.

Marija (Vesta Matulytė) e Kristina se unem no meio de tantas outras, e mesmo com seus problemas pessoais e físicos vão à luta para conseguir os seus objetivos.

O ambiente é inóspito. As famílias são desconstruídas. Tudo joga contra às adolescentes de serem alguém ou de se tornarem alguém com mais dignidade.

Mas, elas lutam, vão em frente e mesmo com todas as adversidades da vida e das pessoas que as cercam, tentam entrar nesse outro mundo, que apesar de aceito, também é tóxico.

Um bom recorte para reflexão.

Na MUBI.

" Les Tourtues" OU É Hora do Divórcio !

 E vamos para o filme " Les Tortues " de David Lambert 

O filme é estrelado por Dave Johns e Olivier Gourmet e  como Thom Halford e Henri Janssens, um casal gay que mora em Bruxelas, na Bélgica, cujo relacionamento de 35 anos é ameaçado depois que Henri se aposenta de seu trabalho como policial.

O amor acabou?

Mesmo assim, ainda apaixonado, Thom está pronto para fazer qualquer coisa para reacender a chama e salvar o relacionamento, apesar das grosserias e o mau humor de Henri.

O diretor filmou  nas movimentadas ruas de Bruxelas (particularmente no bairro de Marolles e no centro da cidade).

Quis retratar o lado oposto da maioria dos casais LGBTQIA+, onde Thom foi uma importante figura em boates e Henri era um policial.

Aqui, é o que podemos falar do relacionamento e amor nos 60 +. O que se passa? Como sobrevive?

David Lambert se inspirou em vários filmes icônicos, como "A Guerra dos Roses", que explora a descida de um casal perfeito a uma guerra implacável, ou "O Gato", como Jean-Gabin e Simone Signoret, que inspiraram os personagens Henri e Thom.

Thom e Henri não conseguem aparar as arestas e parecem irredutíveis quanto ao final do relacionamento.

Eles até têm contato com outros homens.

Os advogados estão prontos. O dia está marcado. Será que irá acontecer?

E aí, vai conferir o filme? Um dia também será uma tartaruga!