terça-feira, 31 de janeiro de 2023

" Supa Modo " OU Brincando Com a Morte



 Finalmente assisti ao filme do Quênia que foi indicado pelo país para tentar vaga no 91 º Oscar como filme estrangeiro.



Falo de "Supa Modo" de Likarion Wainaina que conta a história da pequena Jo (Stycie Waweru), que está internada em uma ala de crianças com câncer em um hospital da cidade, e que a mãe Kathryn é chamada pelo médico para dizer que a criança tem pelo menos uns 2 meses de vida.

Kathryn resolve tirar a filha do hospital e levá-la para casa para ter o conforto da mãe, da irmã Mwix ( Nyawara).

Mwix tem uma relação muito boa com a irmã e pretende que esses dias sejam muito alegres e felizes, e também do jeito que a irmã Jo gosta : Cheia de super poderes.

Jo é fã dos super heróis, do Jackie Chan, e de outros que fazem com que o mundo seja o dos bons.

A mãe é superprotetora e não quer Jo fora de casa. Elas têm que dar um jeitinho0 para fazerem as estripulias.



Gostei dessa forma de entreter alguém com câncer e fazer com que seus últimos dias sejam alegres e do jeito que ela gostaria que fosse.

As cores, a vila, o figurino, a ilusão do cinema, a assistência de Kathryn ao fazer o parto das mulheres nas casas.



Que bom ter conhecido um pouco do Quênia.

 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

" Todo Dia Aquela Noite" OU O Incêndio da Boate Kiss



 Assisti a minissérie da Netflix " Todo Dia Aquela Noite", sobre a tragédia do incêndio na Boate Kiss, em Santa maria em 2013.

A série é uma adaptação do livro "A História não Contada da Boate Kiss" da jornalista Daniela Arbex, que  foi adaptado por Gustavo Lipsztein e dirigido por Júlia Resende e Carol Minê.

O incêndio matou 242 jovens naquela fatídica noite e trouxe além das mortes, várias consequências aos que sobreviveram e às famílias enlutadas que até hoje lutam por justiça.


Os jovens na maioria da Universidade Federal de Santa Maria, organizaram uma festa para a arrecadação de dinheiro para os seus cursos, e a festa seria na referida boate, a melhor da cidade.

Vimos o fatídico dia, com um tempo antes do acontecimento, os jovens se arrumando, combinando para o encontro na boate, outros vindo de cidades diferentes e assim vai, uma animação só.

Foi nos passado o RX de exatamente como tudo aconteceu, o caos, a saída da boate, a entrada nos hospitais, o caminhão frigorífico, o desespero dos pais e familiares.


A cena dos pais procurando o carro do filho no estacionamento foi a mais emocionante.

Os atores: Paulo Gorgulho como Ricardo, casado com Telma ( Bia Kowarick) dá um show de interpretação e para mim foi o melhor da minissérie. Gosto muito desse artista.

Thelmo Fernandes é Pedro e Débora Lamm, sua esposa Silvana. Ana ( Bianca Byigton), Geraldo ( Leonardo Medeiros) completam o time de pais que perderam seus filhos no incêndio.

Juntos, eles formaram uma associação que luta até os dias de hoje para que os responsáveis sejam punidos pela justiça pela morte das 2423 pessoas.


Outro fato importante é mostrar como os estabelecimentos estão despreparados para o correto funcionamento e o que isso pode trazer de consequências.

A minissérie apesar de criticada pelos familiares, serve de modelo para que casos como esse nunca mais aconteçam aqui e no resto do mundo.

No elenco ainda Erom Cordeiro, como delegado, Flávio Bauraqui, como advogado das famílias, Pablo Sanábio como médico,  Álamo Facó como músico da Banda do dia do acidente, Bruno Padilha, Bruno Sigrist, como dono da Kiss e Leandro Daniel como promotor público.


Destaque para o gauchês, sotaque muito bem representado pelos atores, assim como o vocabulário do gaúcho.

Gostei bastante da produção. Recomendo.
 

 

" Inch" OU Boa Noite Cinderela



Assisti ao curta metragem nacional " Inch" de Ricardo Vieira, Laércio Ribeiro, que traz assuntos interessantes e por que não recorrentes na noite gay.

Depois de uma noite com outros homens, fazendo sexo, um jovem acorda e desconfia que foi dopado.

Ele liga para o seu psiquiatra, mas nada se resolve e a ajuda parece confundir mais que ajudar.

Achei um pouco confuso, mas com boas cenas para uma discussão a seguir.

No elenco:  Roney Villela como o psiquiatra, Vitor Thiré como o jovem que foi dopado e Cássio Toledo.

" Forget Me Not " OU No Me Olvidéis


 Curta metragem " Forget Me Not " de Noel Alejandro traz um pouco de relacionamentos líquidos.

 Com um telefonema, Léo ( Javier des Leon) fala com Raúl seu último ficante, e a conversa gira em torno de um término daquilo que nem começou.

Léo parece estar pensando em outro caso, e mesmo com as melhores lembranças do que aconteceu com Raúl, parece querer uma terceira via.

No meio do apartamento de Léo, um caixão que estava sendo reparado chama a atenção do rapaz em virtude de sua decisão.

O curta nos traz mais as imagens de Léo e Raúl e deixa o restante para o expectador refletir.  




quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

" The Quiet Girl" OU Se há segredos numa casa, há vergonha nessa casa.




 Assisti ao indicado filme irlandês ao Oscar 2023 como Melhor Filme de Língua Estrangeira, " The Quiet Girl", do diretor Colm Bairéad.

O filme é bem contemplativo, bem lento, e conta a história de Cáit ( Catherine Clinch), uma garota muito tímida, de pouca fala, linda, com seus cabelos longos e filha de um casal que já não dá conta mais da educação de seus 04 filhos e que ainda espera mais um.

A situação financeira é péssima, os tempos para a subsistência da família estão todos descontrolados, o marido chega tarde em casa, sem ânimo algum, e assim descobrimos que eles querem que Cáit seja cuidada por um tempo por um casal mais velho que mora há umas 04 horas dali.

Parece que o pai de Cáit é primo da mulher onde ela ficará. 

Na chegada, percebemos um amor e um cuidado muito grande de Eibhlin ( Carrie Crowley) com a menina. 

A mulher ficou encantada com a doçura da garota, e ensinou o trabalho, a fazer comida, a limpar a casa, a trabalhar no campo e muito mais.

O marido de Eibhlin, Sean (Andrew Bennett) parece não se entusiasmar muito com a menina, mas também o casal perdeu um filho pequeno ali mesmo naquele lugar e carrega essa dor da sua maneira.

O tempo de Cáit parece chegar ao fim, e ela precisa ser levada de volta à sua família.

O final é muito bonito. 


Reflexão e muita conversa sobre o tema que mesmo em uma vila tão distante na Irlanda, parece que pode ser bem comum nas bandas de cá, pelos mesmos motivos e talvez piores.

Valeu ! 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

" Los Agitadores " Ou Horseplay



Bem, como disse um crítico de cinema, e tenho que concordar com ele, talvez esse tenha sido o filme mais descompromissado de Marco Berger.

Eu nunca vi tanto homens pelados mostrando respectivamente pau e bunda como nesse filme.

" Los Agitadores " Um grupo de uns 10 amigos se reúnem para passar as festas de final de ano na casa de um deles, com piscina, rio, mata e uma tranquilidade para que eles possam ter a chamada brotheragem.

Além de beberem, fumarem maconha, usarem cocaína, ácidos e MD, eles pegam no pau um do outro, tiram fotos como se tivessem transando e fazendo sexo um com outro e depois mandam em grupos.

Aproveitam que estão bêbados para explorarem ainda mais esse lado e somente fazem isso pois sabem que todos são heterossexuais.

Em uma quase terceira parte do filme, um grupo de mulheres vão para essa casa e também se divertem com os boys, têm situações de sexo a três, têm situações forçadas de sexo e vão embora.

Mas a melhor cena do filme, é a última, quando ele acaba, mas com um sinal. Um propósito. Algo que o diretor quer nos falar, mas deixa apenas as imagens de algo que, claro com certeza estava intrínseco nessa falácia toda.

Assim, temos uma casa de veraneio, uma piscina, e um monte de homens se divertindo com os seus falos e culos. 

Estaremos de olho no seu próximo filme de verdade Sr.Marco Berger.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

" Bonde " Ou Diversidade e Liberdade na Periferia de SP



 Assisti no Canal Brasil o curta metragem " Bonde " de Asaph Luccas, que tem como ponto a favela de Heliópolis em São Paulo e jovens que se descobrem e querem externar toda essa alegria de ser quem realmente são.

Os personagens são todos negros e Raí ( Eric Oliveira), além de gay, preto, é gordo e sofre por todos esses desafios em sua vida que está só começando.

Sua amiga Lua ( Alice Marcone) é constantemente chamada por seus colegas de classe para falar sobre transexualidade e seu universo, mas ninguém a chama para bater um papo, sair um final de semana, tratá-la como uma amiga.

Camis ( Joyce Brito) sofre em casa mesmo, pois sua mãe tem preconceito da própria filha e não quer que ela leve nenhuma sapatão para dentro de casa para que os vizinhos não comentem.

Enquanto ela estiver sob os seus cuidados terá que seguir a regra de casa.

À noite, elas saem e vão em busca de divertimento em uma casa noturna no centro de SP.

Na volta, passam por preconceito e medo, ao serem abordadas por pessoas, machistas e até a polícia.

Quando chegam em casa, tomam uma bela de um ducha juntas. A melhor cena do curta metragem ! 

" Kimi - Alguém Escutando? " OU Como Se Livrar da Agorafobia ?

 


Assisti ao filme da HBOMax " Kimi - Alguém Escutando ", que está em algumas listas de críticos de cinema e jornalistas como melhores filmes do ano.

O filme de Steven Soderbergh traz uma jovem Angela Childs (Zoë Kravitz), de cabelos azuis, que mora sozinha em um apartamento, tem vários voyeurs nos prédios da frente e ela também usa desse artifício para fugir um pouco da rotina de sua agorafobia. Sim, Angela tem medo de sair de casa.

Mas ela tem uma Kimi, um dispositivo análogo à Alexa e consegue se divertir e trabalhar com a mesma.

Angela trabalha com áudios e certo dia ouve algo que identifica como um abuso sexual de uma mulher e vai com isso tentar levar o caso às autoridades.

Para isso precisará sair de casa, mas correrá perigos que ela nem pensa que possa ter. 

A sequência do filme varia entre alguns flashs entre os amigos de Angela do prédio e o perigo que ela corre com a informação que carrega e os envolvidos nesse triste episódio.

Agora são homens de verdade que Angela terá que brigar, mas contará com a ajuda de sua melhor assistente, a Kimi, que conhece a sua casa e seus segredos como mais ninguém.

Ótimo filme que mistura tecnologia e vida real, com ação, sexo e uma pitada de distúrbio psiquiátrico que nos dá um par de horas para uma discussão.

" Boy From Heaven" OU O Islamismo e Seus Desdobramentos Escusos



 Como estava querendo assistir a esse filme! Sabe, eu sinto que tenho uma queda por filmes de língua árabe, talvez pela ascendência de minha avó que nasceu na Síria.

Lamento de não ter aprendido a língua, e acredito que por meio dos filmes posso ter um contato um pouco maior com algo que me pertence.

Falo de " Boy From Heaven " filme que o Egito escolheu para tentar uma vaga no Oscar 2023 e que ganhou o Festival de Cannes em 2023 como melhor roteiro.

A direção do filme é de Tarik Saleh e vemos a câmera passear pelas ruas do Cairo , pela Mesquita de Muhammad Ali, que por sinal já pisei ali por duas vezes.

O filme começa com Adam ( Tawfeek Barhom), que mora em uma vila pequena com o pai, que é pescador e ele o ajuda na pesca o no ganho da família. Tem dois irmãos e não tem mãe, que faleceu.

Adam recebeu uma carta de aceitação da famosa instituição islâmica do Cairo Al- Azhar, e tem que deixar a família para seguir o seu caminho.

Adam vai para o Cairo, toma o seu lugar no quarto coletivo com outros e começa seus trabalhos.

Aos poucos as coisas vão acontecendo e Adam é escolhido para ser um informante de Ibrahim ( Fares Fares), um homem do estado que quer saber detalhes de várias coisas que acontecem lá em Al- Azhar.

Adam faz muito bem o seu trabalho, e muda várias determinações de momento, como a escolha do Imã, e a descoberta de alguns dissidentes de Al-Azhar.

O único problema é que o estado após concluir suas buscas, termina também com quem as informa.

Adam terá que escapar dessa rotina, e vingar a morte de seu amigo Zizo, morto antes dele ser o informante.

“Sua alma ainda é pura, mas cada momento neste lugar irá corrompê-la.”

No final Adam nos contará o que aprendeu no Vaticano Islâmico do Cairo...

 

" Tár " OU Cate Blanchett Simplesmente Brilhante ! Perfeita !



 Demorei um pouquinho para assistir ao filme " Tár " de Todd Field, por causa da longa duração : 02 horas e 38 min de duração.

Mas, aproveitei a sexta feira livre e vamos lá : Não suportei a primeira hora do filme, pois me senti totalmente ignorante e leigo no mundo complexo da música clássica.

E é sobre isso que Lydia Tár ( Cate Blanchett) uma maestra renomada e titular da orquestra Sinfônica de Berlim e Eliot Kaplan ( Mark Strong), um outro maestro conversam por um bom tempo em uma mesa.

Não entendia nada o que eles conversavam. Só achava muito chato.

O filme foi melhorar depois de audições de Lydia com alunos aspirantes ao cargo de maestro, quando nos mostra onde vive, um de seus apartamentos, com a esposa Sharon (Nina Hoss) e a filha Petra ( Mila Bogojevic).

A relação de patrão com a assistente Francesca ( Noemie Merlant) chama a atenção dessa característica  forte de Lydia.

Aos poucos vamos vendo que a moça não é fácil e tem as respostas na ponta da língua.

O ensaio para a apresentação trouxe várias tretas e personagens novos, o que pode mudar muito a rotina de Lydia.

Nesse mesmo tempo, uma ex aluna aparece morta. Parece que suicidou-se.

Lydia Tár terá que mudar. E até de lugar.

A atuação de Cate Blanchett é simplesmente primorosa. É impressionante o nível de excelência dessa atriz.

O filme vale principalmente por ela.   

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

" O Menu" OU Comer e Morrer




 Estava ansioso pela chegada do filme " O Menu" na Starplus para vê-lo e foi uma surpresa agradável sim.

Achei o filme diferente, uma pegada boa e uma história interessante, no filme de Mark Mylod.

Seguinte: Convidados vão chegando a um pier de onde sai um pequeno barco com destino à uma ilha isolada onde lá tem o restaurante e o chef do momento. Para isso os convidados são restritos, há uma lista nominal e parcialmente intrasferível, e o valor é de U$1250 por pessoa.

O restaurante é o famoso Hawthorne, que antes de chegar ao mesmo, os convidados fazem um passeio pela ilha à pé, com a supervisão da assistente Elsa ( Hong Shau).

Eles entram no local, tomam assento em mesas e começa o show do mestre Julian Slowik ( Ralph Fiennes).

O menu é perfeito e servido em diversos pratos com toda a pompa e exclusividade.

Um dos convidados, está o " casal " Tyler ( Nicholas Hout) e Margot ( Anya Taylor Joy), que por sinal não estava na lista, e entrou no lugar de uma agora ex namorada de Tyler, já rompendo em parte com o propósito do lugar.

Havia um ator de filmes ( John Leguizamo) que estava com sua acompanhante Felicity (Aimee Carrero) e que não viviam em um bom momento no relacionamento.

Outro casal era de críticos de restaurantes, que eram o top dessa classe e estariam ali mais uma vez para avaliar o chef e a casa.

Um casal de pessoas mais velhas, que também ao chegar na casa levanta uma suspeita devido à coincidência de ele ter visto alguém conhecido.

Havia um grupo de três amigos sentado em uma mesa, e uma senhora, que o chef dizia ser sua mãe sentada sozinha.

Tudo começa a ficar esquisito quando um dos cozinheiros assistentes faz o seu show particular. A partir daí o show promovido pelo chef Slowik está em ação. Ele dá sua versão e avisa a todos o que será servido em todos os sentidos.

Reviravoltas acontecerão, tanto quanto aos casais quanto em relação aos acontecimentos.

Vi muita crítica em relação ao final, mas foi o que o diretor pensou e aceito sem problemas.

Recomendo o filme e gosto mais uma vez da atuação de Anya Taylor Joy , que vai se tornando uma queridinha dos filmes e diretores.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

" Warsha" OU Surpreendente !



 Assisti ao curta metragem franco-libanês que foi um sucesso em Sundance, ganhando o Prêmio de Melhor Curta pelo Júri, e está cotado para disputar o Oscar 2023.

Falo de Warsha de Dania Bdeir, que retrata uma obra na construção civil em Beirute e trabalhadores sírios estão lá para engrossar a mão de obra.

Dizem que o operador de grua troca com frequência por causa de ser uma grua não muito boa e os mesmos vão para o beleléu...

Mohammad ( (Khansa) um desses trabalhadores sírios, que guarda um retrato de uma moça vestida em um véu vermelho, se prontifica a ser o próximo a enfrentar a grua.

Ele sobre o elevador, sobe escadas, e chega no reservado da grua no alto de Beirute, vendo toda aquela imensidão lá de cima.

Lá, Mohammad respira, fuma um cigarro e surpreende a todos nós expectadores.

Sensacional !