segunda-feira, 25 de abril de 2022

" Synonymes " OU Uma Europa Que Morde E Assopra

 


Assisti ao filme " Synonymes ", do diretor israelense Nadav Lapid, que conta a história de um jovem que foge de Israel, abandona o exército, sua pátria e vem  para Paris apenas com uma calça jeans, uma mochila grande e um sonho de conquistar a Europa, falar francês, ser um cidadão diferente do que era em Israel.

A cena inicial é brilhante, interessante, despudorada, mas, fala em muito sobre o que veremos a seguir e o que o diretor quer dizer com a imigração de não europeus à Europa.

Está lá o jovem Yoav ( Tom Mercier), quase morto de frio, salvo por um casal de jovens franceses, no mesmo casarão.

Está formada a história : Caroline ( Louise Chevillotte) e Emile (Quentin Domaire) abrigam o jovem, o salvam da hipotermia e do nada viram um trio de amigos.

Lhe dão roupa, dinheiro, o escutam e encontram com certa frequência.

Yoav somente quer esquecer sua identidade, ser um francês, e encontrar a sua felicidade, ou dignidade digamos assim.

Ele tem um único companheiro : O dicionário francês- hebraico, que com ele profere inúmeras palavras e frases em suas histórias da infância, do exército e de sua vida em geral, o que interessa aos franceses, que o ouvem e tomam como exóticas.

Yoav não se encontra em lugar algum. Não consegue se impor. Vende o seu corpo para um fotógrafo por alguns trocados, tem um romance com Caroline, meio que sem sentimentos, e por consequência há uma certa tensão homoafetiva entre Emile e ele deixada nas sublinhas.

Quando tudo isso passa do limite, Yoav sente que não será mais tolerado pelos amigos e nem pela França.

A porta se fecha ... 

Uma ótima reflexão sobre como acontece esse acolhimento dos europeus aos imigrantes.

Adorei o logo do filme em seu pôster com um y mostrando a torre Eiffel invertida.

Destaque para " Pump Up The Jam " do Technotronic.

Urso de Ouro em Berlim em 2019. No MUBI.

Recomendo !

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