O que dizer do filme " Unicórnio" do diretor Eduardo Nunes , que mais parece algo para sentir , gozar de estar ali vendo aquelas pinturas na tela.
Lembrei- me de O Quatrilho, de A Noviça Rebelde, enfim , de clássicos do cinema, de tão bonita era a fotografia desse filme .
O filme é uma adaptação do livro " Tu Não Te Moves de Ti" de Hilda Hilst, e através do conflito de Matamoros, o diretor tirou muito de seu conteúdo passando para a telona.
É um filme sensorial, sem praticamente fala , se você é do tipo que precisa de filme com diálogos e ação, esqueça Unicórnio .
Mas, se você é daquele que aprecia uma obra prima, uma fotografia ímpar e tem sensibilidade : Assista-o!
Quatro personagens apenas : Maria ( Bárbara Luz), é a menina, que mais aparece no filme, com muita força e luz.
No campo, ficam apenas ela e sua mãe ( Patrícia Pillar), já que seu pai(Zé Carlos Machado), não mais está por ali.
O pai, aparece em cenas com sua filha Maria em um lugar azulejado, fechado, que aliás me remeteu a uma obra de Adriana Varejão em Inhotim ( Os azulejos).
A gente não sabe se aquelas cenas são em uma reclusão, se existe, se é coisa da cabeça de Maria, enfim , mas, são as mais produtivas falas do filme.
Ainda no campo, tem o criador de ovelhas ( Lee Taylor), que se aproxima da mãe e filha e vai comer com elas , e passar as horas intermináveis com as mulheres .
É sem sombra de dúvidas um quadro, uma obra de arte, onde as cores são o personagem principal do longa.
Valeu a pena!
Eu recomendo !
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