Fazia tempo queria assistir ao filme "Gabriel e a Montanha" do diretor Fellipe Barbosa, mas, só agora com a exibição do Canal Brasil, tive a oportunidade.
E foi avassalador meu sentimento quanto ao filme. Foi um êxtase muito grande, não sei se é porque sou fanático por viagens, por gente como o Gabriel, pelas pessoas com quem ele se conectou nos países visitados e o modo como tudo isso aconteceu, ou porque o filme foi belíssimo mesmo, muito real, verdadeiro .
Como a grande maioria sabe, o filme foi feito em homenagem a Gabriel Buchaman, economista brasileiro de 29 anos que resolveu através de seus ideias fazer uma viagem de volta ao mundo com ênfase à Africa.
Ele não era um turista normal, ele gastava de 2 a 3 dólares por dia, comia nas casas das pessoas que conhecia, dormia com elas, brincava com as crianças, vivia e aprendia os costumes e o idioma falado no local e assim conquistava todo mundo .
Gabriel acabou morrendo quando iria descer o Monte Mulanje, que estava tranquilo, mas, uma fatalidade, a de que o tempo mudara de uma hora para outra nesse dia e não voltava a firmar , fez com que ele morresse de hipotermia, e seu corpo só encontrado uns 9 dias depois.
O filme é todo de Gabriel, idealizado , pensado e produzido com carinho pelo diretor e amigo de infância Fellipe Barbosa, que estudou com Gabriel desde pequeno, depois fez PUC com ele , e aí sim, seguiram caminhos distintos.
Fellipe entendia tudo dele, seus jeitos, suas ideias, seus pensamentos e acima de tudo , a sua alma.
A mãe de Gabriel deu ok para a realização do filme, e foi então que saiu esse espetáculo de imagens e sentimentos que todos devem assistir.
Gabriel esteve na Europa, Ásia, mas, o filme se baseia 70 dias antes do ocorrido fim, já na África e começa então a nos mostrar essa trajetória.
João Pedro Zappa é o Gabriel, e segundo os mais chegados, ficou bem próximo e honrou muito a todos pela sua atuação.
Gabriel entra nas tribos, interage com todo mundo , faz amizades, veste as roupas dos locais, ganha facão, colares, cajado e até nome .
Segue sua trajetória até encontrar a namorada Cristina ( Carol Abras), que foi fazer uma especialização na África do Sul e depois se encontraria com seu namorado.
Foi bem legal também essa junção, o amor, as DRs principalmente em política dos dois, e os passeios que fizeram .
Cristina vai embora, e Gabriel vai até o final de sua missão que é escalar o Monte Mulanje , para então retornar ao Brasil.
Só que não deu, o destino quis que essa linda história virasse esse lindo filme, que sua mãe lançasse um livro contando as peripécias de Gabriel e fizesse que ele nos inspirasse de alguma forma a levarmos nossa vida de um modo mais simples, mais humano, mais benevolente.
A fotografia do filme é belíssima, dá vontade de conhecer todos esses lugares, sentar com todos essas pessoas , conversar, entender um pouco da vida.
Pessoas essas que Fellipe escolheu dedo a dedo, pois foram as mesmas que tiveram contato com Gabriel e ele fez questão de colocá-las no filme; ou seja, não são atores, são as mesmas pessoas que Gabriel encontrou nesse belo caminho. Fantástico !
A subida ao monte Kilimanjaro é de te inspirar e de te chamar à mesma aventura.
Uma outra coisa que me fez pensar, é de como essas pessoas idolatram a natureza, como os montes, os rios , as pedras , o sol, a chuva , parece que eles se fortalecem com isso , diminuindo um pouco a forma como sobrevivem com tão pouco.
Destaque para a brasilidade de Gabriel que hora estava com a camisa da seleção brasileira, ora estava com a camisa do Flamengo.
E também aos objetos e pertences como a câmera, a luva que Gabriel nos deixou quando foi encontrado e que simbolizam toda essa viagem , esse filme e essa história belíssima de um brasileiro que nos honra muito.
Ah ! Alguns versos de Mário Quintana também podem ser ouvidos no longa.
É um filme imperdível , todos têm que assistir !
Valeu a pena !
Eu recomendo !
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