quinta-feira, 30 de novembro de 2017

"Nova Dubai" Ou Escatológico , Pervertido , mas Nada Improvável



Estava vendo eu uma lista de filmes de um festival, que aliás, é uma prática minha, e me deparei com esse nome, o que me deu curiosidade e encontrei para assistir.

No começo, pensei até que estivesse errado, que não fosse o filme, mas, sim , era o próprio e fazia parte de um cinema novo , sem amarras, barato, sem pudor nenhum, onde o próprio diretor é o protagonista das cenas, que são de sexo  em sua maioria das vezes.

Portanto, como registro, como conhecimento do que temos , valeu a pena , mas, não é um filme para quem busca uma história com começo, meio e fim , ou algo bonito.

É um filme bem narcisista, de um pouco mais de 50 minutos, meio documentário , meio curta, meio longa, mas, que eu prefiro chamar de ficção, assim , fica difícil de eu fazer um julgamento.


Trata-se do filme " Nova Dubai" do diretor Gustavo Vinagre, que segundo ele, o concebeu após um período de 5 anos vivendo em Cuba e depois ter voltado para o interior de São Paulo.

O título, eu gostei, e na verdade, é o nome que eles dão a um descampado próximo a uma fileira de vários prédios e construções em um bairro na cidade filmada.

E é nesse espaço, nesses prédios e construções que se dá a maioria das cenas e fetiches dos rapazes, entre eles o diretor e seu amigo (Bruno D'Ugo), que fazem sexo oral, oram trepam , ficam na web cam vendo vídeos pornôs , talvez até pela falta que o diretor quando morava em Cuba sentia dessa prática, já que lá tanto a internet quanto o homossexualismo, não se vê com frequência a não ser em lugares escondidos, descampados, construções, em que os praticantes arrumam para não poderem serem vistos por ninguém.


O filme ainda conta com uma parte onde um dos caras (Hugo Guimarães), fala sobre filmes de terror, e suas macabras particularidades.


Na outra intervenção , um outro rapaz, sempre meio deitado fala do insucesso de seu  suicídio .

O filme é totalmente  imoral, com cenas de sexo entre o amigo e o pai do outro amigo, que relatava seus abusos sofridos na infãncia e a migração da família dele para o Brasil, que de certa forma foi um alívio.

Talvez a melhor parte é a cena onde conversam com operários da construção civil e perguntam se queriam morar ali nos prédios que estão construindo , se eles cantam as mulheres que passam por ali e se existe alguma coisa entre eles trabalhadores.

Há até uma cena , fetiche com certeza entre os amigos e o pedreiro .


Quando vão procurar um apartamento para comprar, os dois amigos se deparam com um corretor meio afeminado e estava na cara que alguma coisa iria acontecer ali. Não deu outra. Bingo !

Outra cena bem absurda, é quando um deles fala que a única mulher com que ele sentiu tesão mesmo e teve vontade de transar foi com sua avó, quando os dois estavam sozinhos em casa.

Bem escatológico mesmo, como na cena que o diretor personagem está em cima do viaduto e se masturba até gozar via abaixo.


Um cinema com total desconstrução, sem nexos , sem estar preso à política, religião, ao próprio companheiro, a ninguém.

É isso ...

Nova Dubai .

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