Assisti ao fim do Radu Jude, " Não Espere Muito do Fim do Mundo " , que estreou no MUBI essa última sexta feira.
Com suas duas horas e quarenta e cinco minutos o filme é como se fosse uma corrida de Uber, recheada de conteúdo de um e outro, adicionada aos vídeos engraçados e sarcásticos da motorista Angela (Ilinca Manolache) que com seu vestido todo brilhoso faz dezenas de coisas ao mesmo tempo e no mesmo dia.
O filme permeia entre o preto e branco e o colorido quando volta ao passado de Bucareste, mostrando o dia a dia da taxista Angela também, só que em 1981.
Angela, a dos dias atuais, pega passageiros no aeroporto, nas empresas, leva para gravações, e outros programas em Bucareste.
Ela é direta, falastrona, sem rodeios e não se intimida a quem quer que seja.
As críticas que ela faz em relação ao governo, e à sociedade são sutis e em forma de frases, música, piadas, e assim vamos passeando em Bucareste, e tendo o gosto amargo de quem lá vive.
O filme não é cansativo, pois está em movimento o tempo todo, e a última parte, por mais que seja feita de repetições com a gravação de um vídeo de um trabalhador paraplégico, acaba sendo muito emblemática.
Gosto muito dos filmes desse diretor, que não se preocupa muito com o que quem assiste vai achar.
PS : Nossa, o que achei cansativo, mas entendi o porquê foi colocado, foi a cena com as dezenas de cruzes nas rodovias indicando as mortes que ali aconteceram.
Viva Radu Jude!
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