E vamos para " Dias ", Filme Taiwanês de Tsai Ming-Liang exibido na 43ª Mostra de Cinema Internacional de São Paulo.
Logo no início temos a seguinte frase : “Este filme está intencionalmente sem legendas”, afirma o letreiro inicial, mas temos sim algumas palavras ou frases proferidas pelos personagens, mas de tão claras o diretor preferiu deixar o filme originalmente, sem intervenção e nem tradução de nada, assim poderia ser universal.
Não é um filme para qualquer um, já vou avisando, e para os mais apressados, para os que querem que algo aconteça, ou alguma ação o u diálogo, esquece. Essa é a intenção do diretor.
Segundo Bruno Carmelo, crítico de cinema, esse ritmo lento pode se revelar insuportável para os espectadores angustiados dos tempos de hoje. Na sessão de imprensa durante o Festival de Berlim, os jornalistas se levantavam e saíam às dezenas, alguns deles irritados. Os outros corriam para checar as suas mensagens nos telefones celulares sempre que uma cena se esticava um pouco mais do que de costume.
Vemos um homem mais maduro, Kang (Lee Kang-Sheng), em sua casa, com dores nas costas, ele procura ajuda e ao mesmo tempo um jovem, Non (Anong Houngheuangsy), que mora sozinho em sua casa e também prepara o seu almoço/jantar com o que tem, de forma minuciosa e precária, pois sua casa tem apenas o espaço físico e mais nada.
Depois de várias dessas cenas, quando vemos a solidão e precariedade dos dois personagens que sofrem com suas dores, vamos ao encontro da massagem.
Essa cena é bonita e com certeza o expectador , a verá com outros olhos esperando algo novo dentro do roteiro.
Acabado o contrato, os dois voltam para as suas rotinas e assim seguem os dias.
Contemplação. Realidade. Solidão. Dores. Sexo combinado. Novos tempos.
Diferente.
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