Então vamos falar sobre " Aftersun" de Charlotte Wells, que estreia no MUBI, filme que foi o vencedor da 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e passou pelo Festival de Cannes e segue ganhando prêmios em festivais.
O filme em memórias de Sophie ( Celia Rowison Wall), que aparece em raras cenas com sua companheira, é um deleite.
Sophie ( Frankie Corio) passa o filme de suas férias com seu pai Calun ( Paul Mescal), já separado de sua mãe, em um verão na Turquia.
O hotel era simples, a cama pequena, mas mesmo assim, eles aproveitam demais o tempo que lhes foi conferido naquele momento.
Eles fazem os passeios com outros turistas, comem, bebem , cantam , dançam, nadam, conversam sobre a vida e as coisas que acontecem na viagem , o pai chora, se lamenta pela sua condição financeira e pelo que passou em sua infância, de estar sozinho, e de não poder dar uma viagem com um hotel melhor à filha.
Sophie, por outro lado, é curiosa, parece já adulta, observa tudo que acontece à sua volta, quer imitar, está descobrindo sua sexualidade, conversa de igual para igual com seu pai, faz o papel como se fora sua esposa na viagem e tem muita personalidade.
É difícil vermos um recorte tão bonito de um tempo entre pai e filha juntos assim. Achei muito singelo, pueril.
O filme tem alguns takes do pai em discoteca, com aquela luz piscando, e parece que isso não lhe traz uma boa recordação, não foi um bom momento de sua vida.
Não sabemos nada da mãe de Sophie, e nem como o pai está nesse momento atual.
É um filme lento, não é para muitos, mas de uma sensibilidade enorme. Parece um documentário feito com aquelas vídeo câmeras que o pai usa na viagem.
Se eu fosse pai, gostaria de ser como ele, no tratamento com a filha.
Valeu !
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