" Boa Noite, Oppy " OU Vem Oscar Por Aí !!!

 

Simplesmente excelente o documentário que está na Prime Vídeo " Boa Noite, Oppy" que tem a direção de Ryan White.

O filme mostra o projeto e o desenvolvimento dos robôs gêmeos Spirit e Opportunity desde o seu lançamento à Marte até a parada de seu funcionamento.

Criado por um geólogo que depois de muita insistência, teve o seu projeto aceito pela NASA, os rovers foram lançados com um tempo previsto de 90 dias ( sóis) em marte, com a função de enviar milhares de fotos de planeta vermelho a fim de que cientistas possam verificar a existência de água neutra em marte.

Eles não só duraram 90 dias ( sóis ) como um deles, o opportunity durou 15 anos, trazendo muitas informações aos cientistas e engenheiros da NASA e um vínculo afetivo enorme, como se fossem dois seres humanos que estivessem lá a explorar.

Tudo é muito bonito no filme, que ainda tem uma trilha sonora de babar, pois a NASA utilizava músicas para o despertar dos rovers, você ouvirá desde B52's , ABBA e muitas outras.

A empolgação, o profissionalismo, o dinheiro envolvido, dias e noites sem dormir, e muita gente pensando e analisando sobre o que acontecia dia a dia é muito legal e inspirador de se ver.

Acredito que como no projeto, adolescentes que viram ou souberam do lançamento dos rovers e anos depois tornaram-se parte do projeto trabalhando na NASA, outros assistindo ao filme possam ter esse mesmo desejo.

Muito bom mesmo. Será difícil tirar o Oscar de Melhor Documentário para esse filme no ano de 2023.

Recomendo !

Prime Vídeo .

" The Velvet Underground " OU A Música Perfura O Céu

 

Mais um documentário muito bem produzido e dirigido por Todd Haynes, " The Velvet Underground" apareceu e abocanhou vários prêmios de festivais em 2022.

O filme disponibilizado na AppleTV+ conta a história da Banda, que apareceu em 64, teve alguns nomes diversos em virtude do seu produtor, o famoso Andy Warhol e que na época, não vingou comercialmente.

Hoje, Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Angus Maclise, depois substituído por Moc Tucker é uma referência no rock'n roll, na música alternativa, experimental e moderna.

A Banda teve ainda a participação da modelo alemã Nico e depois de Doug Yule, substituindo a John Cale.

O filme traz muitos vídeos interessantes da época e por isso a riqueza do documentário. Um material valioso, com muita coisa e história de bastidores deles.

Andy Warhol foi fundamental em elevar o nível da Banda por causa de seus dois projetos : Exploding Plastic Inevitable e The Factory.

Muita gente famosa aparecia nesse dois projetos, inclusive o bailarino Nureyev.

Obviamente que brigas e desacordos fizeram com que tudo isso se perdesse em pouco tempo.

A primeira hora do filme traçou muito bem os componentes da banda, suas vidas pessoais, seus inícios, seus dotes musicais e depois os encontros para que finalmente virassem essa Banda.

Fico contente de assistir a esse tipo de documentário mesmo não sendo fã da Banda, pois o que se vê cinematograficamente como documentário é uma aula a se seguir, além da história desse povo que abalou as estruturas na época.    

 

" Passagem " OU Traumas da Guerra e da Vida. Quais os Piores ?

Filme visto por vários críticos de cinema, " Passagem " de Lila Neugebauer , traz o retorno de Jennifer Lawrence às telonas. O filme está no catálogo da Apple TV +.

Lynsey ( Jennifer Lawrence ) se vê em um hospital militar e após sua parcial recuperação, vai para a casa de uma enfermeira, acostumada com militares pós guerra para fazer sua readaptação à vida.

Lynsey tem que aprender a andar, comer, tomar banho, escrever e tudo mais. A responsável por ela é Sharon ( Jayne Houdyshell), que fica por uns bons dias com a moça, a ajuda e recoloca para a sociedade, com limitações.

Lynsey não tem para onde ir e acaba voltando para a casa da mãe em Nova Orleans. Sua mãe Glória ( Linda Emond) é daquelas sossegadas, sem muito afeto, sem muito papo e com um namorado novo.

É o jeito ficar ali até se recuperar e se sentir segura para uma nova fase e quem sabe ser reconvocada para o mesmo serviço militar a quem lhe causou esses traumas: Lynsey estava envolvida em uma explosão que lhe resultou em uma lesão cerebral.

Na casa da mãe, ela começa a se mexer, pegou a camionete que em poucos quarteirões teve problema e levou à uma mecânica.

Lá, Lynsey conheceu James (Brian Tyree Henry), e deixou o carro lá para conserto.

Foi procurar emprego, e conseguiu o de limpar piscinas.

Teve um segundo contato com James e depois disso tornaram-se mais íntimos, revelando coisas da vida um para o outro.

O que a gente vê é que nem sempre os traumas da guerra são os mais importantes e graves.

A amizade dos dois e os dias que passam juntos é o recheio do filme. Vamos conhecendo em conta gotas, o que cada um tem dentro de si para soltar.

Destaque para a atuação dos dois protagonistas, que pareciam emprestarem apenas a sua respiração aos personagens.

Recomendo !

Na AppleTV +  

 

" Memory Box " OU Filme Indicado Pelo Líbano ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2023.

 Bom filme esse " Memory Box " dos diretores ,Joana Hadjithomas, Khalil Joreige, filme libanês indicado ao Oscar 2023 para tentar uma vaga.

O filme mesclará o presente em Montreal, Canadá, onde moram Téta ( Clémence Sabbagh), Maia ( Rim Turki) e Alex ( Paloma Vauthier).

São três mulheres de gerações diferentes, avó, filha e neta, que através das duas primeiras recomeçam  uma nova vida em outro país, fugindo da Guerra do Líbano de 1980 e das tragédias familiares ocorridas naquela época.

O filme traz o passado na Beirute dos anos 80, em plena guerra com Maia ( Manal Issa ), seu namorado Raja ( Hasan Akil) e Liza, sua melhor amiga, que viaja à Paris e deixa os amigos.

Maia promete à Liza enviar cartas, fotos e tudo o que está acontecendo em Beirute para que ela não perca nada.

Voltando ao presente, uma enorme caixa chega pelo correio para a casa de Maia, e a avó pede para Alex escondê-la no sótão para que não estrague o dia de natal de sua mãe.

Curiosa, Alex vai ver todo o conteúdo dessa caixa através de cadernos, fotos e fitas cassetes que sua mãe enviou à amiga Liza em Paris para tentar conhecê- la um pouco melhor.

Eu não sabia o quanto uma pessoa era capaz de escrever tanta coisa, tirar tantas fotos, gravar fitas e enviar para alguém.

Trinta , quarenta anos depois, isso mexe muito com quem as produziu. São as lembranças de um tempo que marcou e como marcou, através de bombas, mortes, destruição, o amor na adolescência, os amigos e toda uma formação para nos tornarmos quem somos hoje.

É isso que Maia, agora madura, séria, terá que se virar para quando ver tudo isso não se descontrolar, e também a Alex que poderá entender um pouco melhor sua mãe e quem sabe reconectar se com ela de uma forma diferente.

Gostei muito do filme, da fotografia, da história , de conhecer essa Guerra Civil  do Líbano nos anos 80, da trilha sonora, e até de alguns grafismos modernos.

Mas, o que gostei mesmo foi da CAIXA.

Recomendo !

Mas, o que mais gostei mesmo

" Racionais - Das Ruas de São Paulo Pro Mundo " OU Poderoso Movimento Musical

 Assisti ao documentário da Netflix " Racionais - Das Ruas de São Paulo Pro Mundo " , com a direção de Juliana Vicente.

Não conhecia a história por inteiro dos Racionais e achei fantástica. Gostei muito de tudo que vi e ouvi.

Achei a produção do documentário excelente, que não perde para nenhum outro de fora do nosso país.

O filme conta com depoimentos de todos eles :Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock, KL Jay, além de vídeos de shows ao vivos em um monte de lugares e buracos que eles humildemente se meteram com o propósito de divulgarem suas letras e posições.

 É o rap nacional, é a poesia de rua que alcança a periferia, o preto, o pobre e isso é o Brasil.

Não sabia dos fatos de que a polícia sempre estava a fim de qualquer confusão em seus shows para poderem prendê-los sob alguma alegação.

A repercussão que um show deles deu em uma Virada Cultural em São Paulo exatamente por causa de um incidente.

A viagem deles para alguns países do mundo, e o que mais me espanta : A simplicidade que eles ainda têm em falar de todo esse processo e essa carreira de vitória nos dias de hoje.

Gostei muito, aprendi sobre eles e sua história e suas músicas, me tornei fã e acho que todo mundo deveria assistir.

Na Netflix.

" As Nadadoras " OU Fugindo da Síria pelo Esporte e Pela Vida

 Baseado em fatos reais, " As Nadadoras " filme de Sally El Hosaini, está no catálogo da Netflix, e conta a história de duas irmãs que nadam e são treinadas pelo seu pai, que também foi nadador profissional pela Síria, moram em Damasco e são obrigadas a fugir do país diante das atrocidades e aniquilamento que a guerra proporciona aquele país.

Yusra Mardini ( Nathalie Issa) e Sarah Mardini ( Manal Issa ), são as heroínas sírias, que conseguiram passar pelo Mar Egeu, chegar em Lesbos, passarem pela Hungria e finalmente chegarem à Berlim.

Chegando em Berlim, ficando em um campo para refugiados daquele jeito que todos conhecemos, elas partem em busca de seus sonhos: Foram até um clube da cidade, chegaram á piscina e falaram com o treinador que queriam competir pelo clube dele.

Pronto !

Sven (Matthias Schweighofer) acreditou nas meninas e comprou a ideia. Agora, é vida nova, e até alojamento novo para as duas irmãs que passaram por muitos maus bocados até chegarem naquelas águas limpas.

Yusra e Sarah viajaram com seu primo Nizar ( Ahmed Malek), que também tinha o seu sonho de tocar nas pistas de Berlim o seu som.

Elas deixaram o Baba, a mãe e a irmãzinha, enquanto que Nizar deixou sua mãe em Damasco.

O propósito era que depois de um tempo todos se encontrariam na Alemanha.

O filme mostra o início das meninas com os treinos do pai, e depois a forte guerra, o que motivou a saída delas e de milhões de sírios daquele martírio.

O caminho para se chegar a algum lugar não preciso nem falar, creio que todos sabem e vão poder ter alguns exemplos no próprio filme.

A gente vive isso com os povos de várias nações, incluindo atualmente os ucranianos e do jeito que o mundo está, ninguém está livre desse calvário.

Qual será o próximo?   

" O Milagre " OU Jejum Prolongado de Uma Jovem na Irlanda de 1862.

 

Assisti ao filme " O Milagre " do ótimo Sebastian Lélio, por causa também de Florence Pugh, que faz a personagem Lib Wright, uma enfermeira londrina que é contratada para uma vigilância por 15 dias na casa de uma família onde tem Ana ( Kila Lord Cassidy), uma garota de 11 anos que não come há 4 meses e goza de boa saúde.

Uma comissão de médico, padre, latifundiário e influente da vila onde mora essa família, contrata uma enfermeira e uma freira para vigiarem por 24 horas, revezando entre as duas para enfim fazerem um relatório do que realmente acontece ali.

É um milagre de Deus ? É fraude?

Lib fica alojada em uma taverna local e todos os dias caminha para chegar até a casa da menina.

Ela não acredita que isso seja possível e aos poucos começa a mudar os métodos encontrados na casa, não permitindo nenhum contato entre pais e a menina Ana.

Lib também acaba por saber de uma história triste que tem por trás disso tudo e envolve um irmão de Ana.

Nesse período, Lib conhece o jornalista William Byrne ( Tom Burke), que aos poucos acabam por fazer uma parceria para que quem sabe descubram juntos o que realmente se passa nessa vila.

Não é fácil afirmar nada ao contrário do que pensam e querem os locais, já que movimenta a vila, o comércio e dá lucro a todos, inclusive á família de Ana.

Lembrando que a Irlanda passou por um período de fome e muitas mortes antes desse período e também  com casos desse tipo com adolescentes e seus jejuns prolongados.

Interessante.

Na Netflix.   

" Magnetic Fields " OU Filme Grego que Tenta Vaga na Disputa de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2023.

 Vamos lá ver o que a Grécia tem para nos oferecer como indicado ao filme de Melhor Língua Estrangeira.

" Magnetic Fields " com a direção de Yorgos Gousis, fala de uma mulher que está chegando de ferry boat em uma ilha e um homem que também chega no mesmo ferry boat, com uma caixa metálica, mas que seu carro quebra ao sair e fica sem condução.

Elena Topalidou é Elena e Antonis Tsiotsiopoulos é Antonis.

Elena que é casada, tem filho, é dançarina e adora cantar, foi dar um pivô na ilha, cansada de sua vida, resolve encontrar sua verdadeira identidade.

Antonis, vai à ilha para enterrar a caixa de sua tia que faleceu com o desejo de ser enterrada nesse local.

Como Antonis está com o carro quebrado, Elena oferece uma carona a ele, e aí começa toda a história.

Ela o deixa na cidade, mas vai jantar no mesmo restaurante, senta-se à mesma mesa que ele, e vão para o mesmo hotel passar à noite.

Acabam seguindo juntos não sei pra onde e para o que. Seguem juntos, você viaja com eles, em um ritmo lento e contemplativo, sem emoções ou acontecimentos.

Elena precisava fazer algo diferente na vida, estava cansada de seguir normas.

Antonis, tinha problemas em enterrar a tia. 

Para quem quer imaginar, refletir e pensar algo e o que o diretor queira passar.

Acredito sempre em algo bom no filme para eu subtrair: Nesse caso o idioma grego, que é diferente, as frases disparadas pelos dois estranhos, e os olhares quase que inertes dos dois.

Não podemos esquecer da pedra que Elena carregava consigo no carro e que a colocava sempre quando estacionava.

Será que era também algum simbolismo ?

" Arremessando Alto " OU Boa Aparição de Adam Sandler

 

Fui assistir ao filme " Arremessando Alto " de Jeremiah Zagar por causa das críticas  relativamente boas a respeito de Adam Sandler. O filme é produzido por LeBron James.

Sabia que era um filme de esporte e de fãs do basquetebol, mas mesmo assim fui conferir o filme que está na Netflix.

Adam Sandler é Stanley Sugerman, e tem a função de ser um olheiro em um time de ponta no basquete da NBA.

Ele é casado com Teresa Sugerman ( Queen Latifah), e foi um jogador de basquete meio que frustrado.

Ele viaja o mundo procurando jogadores altos e talentosos. Vê muita gente e coisas bizarras por aí à fora.

Quando acha que realmente encontra o jogador perfeito para o seu time, e após muita pressão para isso, investe o próprio dinheiro para bancar Bo Cruz ( Juancho Hernángomez), um espanhol.

O filme tem vários lances do esporte, jogos, o dia a dia dos bastidores, o que rola por trás, o dinheiro, as apostas, o tapete puxado e muito mais.

Sandler se dá bem em seu papel e isso é que chama a atenção de um filme que já vimos em outras oportunidades e não tem nada de tão atraente.

De qualquer forma, vale a dica. 

" Desvirtude " OU Uma Doença Crônica Que Não Cura.

 

Assisti ao curta metragem " Desvirtude " de Gautier Lee, baseado na música " En Tu Mira " do Baco Exu do Blues, que conversa mais uma vez sobre o racismo.

Desvirtude : Falta de virtude; pecado, erro, defeito.

Dessa vez, os alunos fazem uma reunião para discutirem o TCC, e a própria coordenadora profere frase racista, onde Kenia ( Evelynn Santos ), que é negra, faz parte e não gosta nenhum pouco do que ouviu.

O que vemos após esse episódio, são as mesmas desculpas e argumentos que sempre ouvimos, mas que hoje não dão mais para suportar e aceitar.

Vendo mais um filme sobre o tema, já não sei mais aonde caminhar e para onde enxergar uma saída para esse grotesco e sujo preconceito que as pessoas enraizaram e não conseguem se desvencilhar.

Acredito ser na educação desde cedo de pequenas crianças para uma conscientização e uma personificação adequada e justa para todos.

Essas pessoas já viciadas, só punindo mesmo.

No MUBI.    

" BROS " OU Mais Que Amigos

 

Assisti o tão comentado " BROS "  do diretor Nicholas Stoller, filme que seria lançado com uma premissa de uma comédia/romance, com a diferença que seria protagonizado por dois homens gays.

O início do filme é bem bacana e com tiradas bem irônicas e divertidas de Bobby ( Billy Eichner), um homem com os seus 30 anos, que tem o seu podcast, escreve livros, e faz parte de uma organização LGBTQ + , onde é o curador do novo museu de Nova York voltado exatamente à comunidade queer.

Bobby, a única coisa que sabe fazer é ir em seus aplicativos de encontros, marcar a data e o horário e fazer sexo. O resto é um vazio e uma melancolia muito grande.

Certo dia, em uma boate, conhece despretensiosamente, um advogado, que mexe com testamentos e heranças .

Aaron ( Luke Macfarlane) é um bonitão sarado, que adora um sexo à três ou quatro, e bem machista, não gostando de relacionar-se seriamente e nem de frescurinhas da comunidade.

Eles acabam tendo um vínculo, que cresce a cada dia , saem juntos, ficam juntos, fazem sexo e acabam definitivamente formando um casal.

Aaron ainda tem a presença constante dos pais em sua vida, e eles sempre vão à Nova York, mas tem que lidar com a acidez de Bobby e com palavras e frases muito batidas proferidas pelo " namorado ".

Uma história normal, não sei qual a intenção e a chamada para algo diferente , mas nada de novo no cenário.

A se destacar a trilha sonora, e as piadas e analogias feitas por Bobby com celebridades e pessoas famosas.

Valeu !