quinta-feira, 6 de outubro de 2022

" Dahmer: Um Canibal Americano" OU Tudo Vem Após Uma Família Disfuncional



 

Assisti o grande sucesso pesado da Netflix no quesito de crueldade: " Dahmer: Um Canibal Americano" , criada por Ryan Murphy, ela tem Evan Peters no papel do serial killer Jeffrey Dahmer.

A série tem 10 episódios e mostra a infância conturbada do Jeffrey, o bullying na escola, seus gostos esquisitos, a mãe totalmente ensandecida, o pai, egoísta, sempre trabalhando e dando pouca assistência em casa. 

Jeffrey presenciou desde pequeno várias brigas entre os pais, e várias tentativas de suicídio da mãe com barbitúricos e sedativos.

Ele ainda teve outro irmão, que ficou com a mãe, que separou do pai quando Jeffrey tinha 17 anos, que passou a morar sozinho.

O pai, Lionel ( Richard Jenkins) ensinava o garoto a dissecar animais mortos encontrados na estrada, a abrir peixes, e na escola ele adorou dissecar um porco.

Jeffrey bebia muita cerveja. Uma atrás da outra, mas drogas, não.

Ele começa a praticar os seus crimes contra homens levando- os para seu apartamento, dando bebida batizada, eles dormiam e Jeffrey começava o serviço. Cruel. Muito cruel mesmo.

Como Jeffrey tinha o problema de abandono, ele guardava as suas vítimas com ele dentro de seu apartamento. O cheiro ? Muito forte, a ponto da vizinha Glenda ( Niecy Nash)  o questionar sempre.

O que me chamou a atenção logo de cara foi a trilha sonora da série, muito típica dos anos 70,80 e 90 e um contraponto interessante com a cena dos crimes.

Nossa, tá pesado conseguir finalizar a série. As peripécias de Jeff Dahmer são terríveis, cruéis e inimagináveis.

A cada episódio, volta-se nos casos em que ele matou cada um e de forma diferente. Detalhe: Ele sempre guarda a carteira de identidade deles.

“Cheguei a planejar montar um altar com 10 crânios e esqueletos diferentes. Era a minha maneira de lembrar a aparência deles, a beleza física deles. Eu também queria manter... se eu não pudesse mantê-los lá comigo inteiros, eu pelo menos poderia manter seus esqueletos.” – Jeffrey Dahmer

Fiquei chocado com a morte de um surdo muito querido, que até criou um vínculo com ele, se comunicavam por bilhetes, até que quando foi à sua casa, e também foi algo diferente de todos, e ele tinha ido embora. Mas retornou porque esqueceu suas chaves.

E a polícia não dando a mínima às denúncias de suspeita de algo estranho no apartamento de Jeff, pelo fato de que ele é branco. Pelo fato de estar em um bairro de negros. Pelo fato de a denunciante ser negra. Pelo fato de as vítimas serem negras.

A série também entra no campo do tribunal, e mais uma vez fica clara a xenofobia e o racismo, fazendo prevalecer o privilégio da raça branca.

E o pai dele, que agora está casado com outra mulher ? Sempre na margem, para não saber que o filho é além de vagabundo, inútil, alcóolatra, um homossexual.

Muito cruel, muito pesada, acredito ser uma série bem pior que qualquer filme de terror. Te angustia assistir. 

E ele levando os homens para a casa de sua avó, e depois de dopá-los leva os para o porão para desossa- los.

“O assassinato foi um meio para um fim. Essa foi a parte menos satisfatória. Eu não gostava de fazer isso. É por isso que tentei criar zumbis vivos com ácido úrico na broca [na cabeça], mas nunca funcionou. Não, matar não era o objetivo. Eu só queria ter a pessoa sob meu controle total, não ter que considerar seus desejos, poder mantê-la lá o tempo que eu quisesse.” – Jeffrey Dahmer

Depois da sentença final, e obviamente de mais de 100 anos de condenação, Jeff se aclama na prisão e engraçado, que mesmo ali condenado, quando o pai vai visitá-lo na cadeia, ele se rende ao filho, como se ele não tivesse matado 17 jovens.

“Agora acabou. Isso nunca foi um caso de tentar se libertar. Eu nunca quis liberdade. Francamente, eu queria a morte para mim. Este foi um caso para dizer ao mundo que fiz o que fiz, mas não por motivos de ódio. Eu não odiava ninguém. Eu sabia que estava doente ou mal ou ambos. Agora eu acredito que eu estava doente. Os médicos me falaram sobre minha doença, e agora tenho um pouco de paz. Eu sei quanto mal eu causei... Graças a Deus não haverá mais mal que eu possa fazer. Acredito que somente o Senhor Jesus Cristo pode me salvar dos meus pecados... Não peço nenhuma consideração.” – Jeffrey Dahmer"

Há uma grande reflexão de Lionel, o pai, como sendo o responsável pelo estilo de vida do filho, mesmo assim, ele não muda seus hábitos e seu jeito de ser: egocêntrico, relapso, ausente e individualista.

Lionel até lança um livro com a história do filho e ainda sugeria um filme, que não deu certo.

A mãe de Jeff aparece no final, toda tresloucada, com vergonha de tudo e ainda em litígio com Lionel.

Não se fala mais nada do irmão menor de Jeff e nem ele aparece em alguma cena.

Achei a série muito bem produzida pela Netflix, e percebi que cada episódio um diretor era o responsável pela direção do mesmo.

Muito bom. Precisa de um bom estômago. Assistam ! Evan Peters merece um prêmio por sua atuação ímpar.

  


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