Que bom assistir a um filme costarriquenho com essa magnitude. Uma poesia na telona, uma libertação religiosa e sexual da mulher, uma interação com a natureza em grandes proporções, o tabu sendo quebrado.
" Clara Sola " de Nathalie Álvarez Mesén, foi um dos finalistas na corrida para os indicados ao melhor filme estrangeiro do Oscar 2022.
O filme através de um povoado, com gente muito simples foca em Clara ( Wendy Chinchilla Araya), uma mulher na base de uns 30 anos, com alguma deficiência cognitiva, que mora com a mãe e sobrinha, além de primos e outros.
Ela, segundo todos tem o dom de receber a Virgem Maria e curar as pessoas, e reuniões com orações e culto à Virgem Maria são realizadas semanalmente na casa dela.
Maria ( Ana Julia Porras), a sobrinha de Clara, fica excitada e entusiasmada com a chegada de Santiago ( Daniel Castañeda) para cuidar de Yuca, a égua branca e favorita de Clara e que dá uns trocados para a família com passeios turísticos pela vila.
Clara tem uma relação muito íntima e própria com Yuca.
Maria e Santiago começam a se tornar mais íntimos mesmo com Maria ainda nem ter atingido os seus 15 anos. Clara que tem um enorme desejo de se tocar, percebe essa relação e a excita mais e mais, o que é considerado impuro e proibido por sua mãe.
As cenas são muito contemplativas e vemos uma Clara cada vez mais integrada com a terra, a água os animais, as plantas, mostrando o poder da mulher com a natureza.
O final do filme é de arrepiar, de suspirar com a libertação, a virada de chave, o renascimento de uma outra mulher, de CLARA SOLA.
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