segunda-feira, 13 de maio de 2019

"Preto" OU Companhia Brasileira de Teatro



Fui assistir ao espetáculo " Preto" da Companhia Brasileira de Teatro, no Teatro Minaz, com a parceria do SESC.


A primeira coisa que me chamou a atenção foi a presença da grande atriz, diretora e dramaturga Grace Passô, a qual eu já assisti seus filmes e uma peça.

Queria muito conhecer essa atriz, que com certeza, trará um dia o Oscar para o Brasil .


Com a direção de Márcio Abreu e um elenco poderoso, composto pela sensacional Grace Passô , Renata Sorrah, Felipe Soares , Cassia Damasceno, Nadja Naira  e Rafael Lucas Bacelar , fui então conferir PRETO.

É obvio que o assunto seria a negritude, o preconceito, o ser preto , e a discussão do tema com a plateia.


Só não sabia que esse seria apenas um ponto de partida para a discussão de outros assuntos também prioritários e que emergem como um vulcão em nosso país.

As diferenças ! Sim ... Vamos falar disso também .

A peça começa com uma conferência, onde o ponto de partida é a negritude, mas, logo outros temas vêm juntos...


"Sempre me pedem pra falar disso "

Perguntas e perguntas são jogadas, nunca concluídas, e assim é a peça toda. Inconclusiva , em aberto , pra você pensar, refletir sobre tudo o que viu. Sentir ...

"Me fale sobre você"

Os atores são eles mesmos na peça , não representam um personagem .


Como você se descreve?"

O duo entre Renata Sorrah e Grace Passô em uma cena de sussurro lésbico é inquietante.

"Não é uma imagem que eu vejo, é uma verdade"

Há sempre uma dualidade . O Negro não tem voz ... O branco repete o que o negro diz, pois ele sim tem visibilidade e voz ativa ...


"Uma colcha de Retalhos"

Há dança (vogue), teatro , cinema , tudo junto e misturado.

Em uma cena, Renata Sorrah faz a citação da peça " As Lágrimas" de Petra Von Kant , num duo com Grace Passô.

Têm os microfones...muitos...uma mesa retangular grande . refletores ...


Há briga e amor entre Felipe Soares e Rafael Lucas Bacelar.. Há amor entre Nadja Naira e Cássia Damasceno.

O texto é forte, bom e faz você pensar depois dali. Isso é o que importa . Sair dali e continuar com a peça na cabeça .

PS : Nossa, esqueci de mencionar as cabeças (figurino) que os atores usaram no final da peça. Simplesmente fantásticas ! Pareciam pessoas reais e com sentimento no rosto. Boa sacada de quem as confeccionou .

Valeu a pena!

Eu recomendo !

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