O POETA PROVISÓRIO
Ao poeta , de tão sozinho
Tudo pouco se lhe importa
E por muito delicado
Faz um carinho na Morte.
(...)
A Morte sorri feliz
Como quem canta vitória
Ao ver o poeta tão triste
Tão fraco, tão provisório.
(De Romance da Amada e da Morte, Montevidéu , 14/10/1958)
Vinicius e Maria Lúcia Proença
O POETA SOLITÁRIO(...)
Resta essa comunhão com os
sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa
angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta
decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma
só morte, um só Vinicius.
(De O Haver, publicado em 1962 no Diário de Notícias e, postumamente, no livro O Jardim Noturno, de 1993)
O POETA
O POETA TRISTESim, Amada, aí tens a tua casa
Feita de praia e mar e sol e ventos
E grandes céus azuis e dunas
brancas
E imensos coqueirais e muito sonho
E muita solidão. (...)
Tua, só tua,imensamente tua
Para que nela vivas sempre nua
Com teu céu, com teu mar,
com tua lua
E o teu triste e amantíssimo Poeta.
(A Casa , dedicado à mulher, Gesse, Itapuã, 19/10/1974)
Vinicius e Gesse
Nenhum comentário:
Postar um comentário