"Filipe Catto" ou Mais uma Gostosa Voz da MPB

Hoje, quero falar de um cantor  e compositor gaúcho , que se iniciou com a música desde pequeno , devido a formação musical de seus pais, e  que começou a mostrar seu principal atributo, sua voz ,  em 2005 em Porto Alegre,  em um projeto  musical , chamado Sarau Elétrico. A primeira música que gravou foi  “ Glory Box “ do Portishead , dando assim , início à sua carreira .

Seu primeiro CD,  “ Saga “ ,se assim podemos denominar , tem a qualidade de um CD comercial , mas com um número menor de canções  . Filipe Catto , distribuiu o conteúdo desse  primeiro CD pela internet  , através de download.

Sua música nos remete ao lirismo  e está carregada de dramaticidade  e emoção , associando vários ritmos em uma mesma canção . Conheci sua música há quase 3 anos , quando o diretor de uma peça de teatro que eu fazia, num texto de Brecht , colocou uma de suas músicas na trilha sonora da mesma . Sua voz se assemelha a de uma mulher  , o que nos fez perguntar na época o nome da cantora que cantava aquela linda canção , já que a afinação da voz chamava a atenção de todos .
Abaixo , trechos da música saga , que está na trilha sonora da novela gobal , " Cordel Encantado "
“Se eu soubesse que o amor é coisa aguda, que tão brutal percorre início, meio e fim; destrincha a alma, corta fundo na espinha, inebria a garganta, fere a quem quiser ferir”.

 “ e nessa saga venho com pedras e brasa , venho com força , mas sem  nunca me esquecer , que era fácil se perder por entre sonhos e deixar o coração sangrando até enlouquecer...

Particularmente , a música que mais gosto , chama-se “ Roupa do Corpo “  que coloco em vídeo para apreciação .

Deixei meus trapinhos em cima da cama, fiz tudo ligeiro:
Peguei maquiagem, valise e coragem enquanto não vinhas
Peguei o dinheiro da minha passagem, que era só de ida
Não olho pra trás, parti e não vou mais é voltar pra essa vida
Deixei na tua casa uma rosa vermelha e um bilhete dizendo:
"Cuide bem dessa rosa, trate ela melhor do que tratou a mim"
Nem beijei o papel, dobrei, saí no calor do momento
Vou com a roupa do corpo mesmo sem ter pra onde ir
No caminho da rua sambei meia hora em cada esquina
Entrei em boteco, fiz doze amigos do peito e da pinga
Eu bebi, ri, subi em cima da mesa dizendo "Seu moço,
Trás mais uma gelada que a nega aqui hoje teve alforria!"

Quando a noite chegou, subi no bonde correndo
Cantando e batendo com os dedos um samba na palma da mão
Eu não olho pra trás, não, não me arrependo
Vou com a roupa do corpo, não sei bem pra onde mas não paro não