sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

"Malasartes e o Duelo com a Morte" OU Um Pouco da Cultura Brasileira







Assisti ao filme "Malasartes e o Duelo com a Morte" do diretor Paulo Morelli , inspirado nas histórias de Pedro Malasartes.




O filme então mostra as peripécias de Pedro (Jesuíta Barbosa), com suas espertezas e trapaças com todos que vê pela frente , inclusive sua namoradinha Aurea ( Isis Valverde).




No que tange à mulheres, qualquer uma que passe ao seu lado, ele se engraça e esquece que já tem uma.




Mas, quando o negócio é dinheiro, ganhar vantagens com alguma coisa, então ele é mestre.




Assim, um dos primeiros que trapaceou foi Zé Candinho ( Augusto Madeira), que depois virou seu amigo.


Por esse motivo, ele foi escolhido pelo seu padrinho ; A MORTE ( Julio Andrade), para ganhar 3 dons .




Pedro então poderia escolher os dons a hora que precisasse, e escolheu bem , pois foi morto , ou quase isso e pode sobreviver.




Foi levado ao reino da morte, num lugar bem alto, no topo, cheio de magia e também junto às tecelãs, a bruxa ( Vera Holtz) que teciam os fios da vida.




Lá tinha também o assistente da morte ( Leandro Hassum) que achava que iria ser substituído por Pedro .




Na terra, com os mortais, de quem ele mais fugia era do irmão de Aurea, Próspero ( Milhem Cortaz), por causa de uma dívida não paga.




Assim, numa mistura de vida real e ficção e fantasia, o longa transcorre com cenas engraçadas e sotaque bem caipiresco.




Valeu a pena !


Eu recomendo !

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

"Para Sempre Teu, Caio F" OU Documentário Maravilhoso



Há muito tempo queria assistir ao documentário " Para Sempre Teu, Caio F", do diretor Candé Salles, e pintou a oportunidade pois seria exibido no Canal Brasil.


Dessa vez, eu não perderia, esse que é um dos meus escritores prediletos, que fala da vida, da dor, do homem, das verdades, do sentimento como nenhum outro.


Achei muito rico o longa, com depoimentos de muita gente conhecida e não conhecida por mim, além de algumas gravações do próprio Caio Fernando Abreu, fotos e cenas com atores fazendo uma alusão do que seria .


Gostei demais do que vi, do que escutei, e o que tenho a dizer, é que dá vontade de devorar todos os livros, relatos, vídeos e coisas desse belíssimo escritor.


No começo do documentário, fala-se de seu nascimento e infância na cidade de santiago, interior do Rio Grande do Sul, tem vários depoimentos de suas irmãs e depois de um irmão seu, que o acompanhou no hospital por quase todo mês que ficou internado, só não indo no dia de sua morte, já que havia tido uma melhora, o que aconteceu num domingo.


Natalia Lage narrou boa parte do documentário , e o que mais enriqueceu, foram trechos de seus inúmeros contos, declamados e interpretados por Camila Pitanga, Thiago Lacerda, Mariana Ximenes, Caco Ciocler ( Muito bom !) Cauã Reymond, Paolla Oliveira, Carlos Alberto Riccelli, Maria Flor, Edu Moscovis, Alexandre Borges, Guilherme Weber, Fábio Assunção, Pedro Neschling e outros.


Tinha também o depoimento de muitos amigos artistas e escritores, diretores de teatro, editores, escritores e atores , como Regina Duarte , Marcos Breda, Marcelo Rubens Paiva, Bruna Lombardi, Maria Adelaide Amaral, Marisa Orth, Ricardo Blat, Adriana Calcanhoto, Lya Luft, João Gilberto Noll, Ângela Ro Ro, Grace Gianoukas,Cida Moreira, Mario Prata e muitos outros...


A trilha sonora, composta principalmente pela música " Menino Deus" cantada por Caetano Veloso, combina perfeitamente com tudo .


"Teu amor,pensei, podia me salvar.
  Mas não salvou. Teu amor não veio.
  Por isso que morro um pouco nesta tarde suja..."



Valeu a pena !


Eu recomendo !


"Maré, Nossa História de Amor" OU Romeu e Julieta do Morro



Do mesmo estilo de Era Uma Vez ... , filme que se passa no Morro do Cantagalo, agora é a vez de "Maré, Nossa História de Amor",com a direção de Lucia Murat e Karolina Specht, que como o próprio título faz referência , se passa na Maré, no Rio de Janeiro.

Os problemas são os mesmos, as diferenças sociais, os traficantes, as armas , o funk, os MC, o baile , as facções dividindo o morro  ,a diferença é que nesse filme , há uma ONG que tenta levar dança contemporânea para a comunidade.


Nessa, a professora Fernanda ( Marisa Orth), se dedica, se arrisca e faz de tudo para ensinar para a moçada, mesmo correndo risco de vida.

A galera tem muito vigor, tesão e vontade de se tornar um dançarino profissional, e assim Analídia ( Cristina lago), Jonathan ( Vinicius D'Black) e outros dão um show de dança e plástica corporal.

Além disso , Jonathan quer ser cantor e MC e sonhar em gravar um CD e ser famoso. Ele é o MC do morro e dá um show de cantoria. Não é à toa, que nesse ano voltou com tudo querendo uma nova chance no The Voice Brasil 2017. Parabéns Vinicius D'Black você é o cara !


Temos então esse núcleo da dança, mas, a favela tem duas facções: Uma comandada por Dudu ( Babu Santana) que é irmão de Jonathan e de Paulo ( Flavio Bauraqui) e faz seguir o bonde e uma outra, comandada pelo primo de Analídia.


O pai dela está preso, e ela nem o considera, pois não gosta de bandido. Sua mãe D Maria ( Elisa Lucinda) faz de tudo para levar a filha na cadeia,mas ela não está nem aí, não quer ver o pai.

O filme então tem aquelas cenas tiros pra lá e prá cá, tem a influência da polícia que mata alguns em troca de dinheiro de alguma facção ou até das duas, mostrando sempre essa parte corrrupta do sistema.


O carregamento e a venda de drogas  e a correria pelas vielas da comunidade.

Fazendo parte do elenco também Maria Eugênia ( Malu Galli) , trabalha no Municipal e tenta sem força ajudar no patrocínio da amiga Fernanda para os meninos da dança.


Com relação ao casal , é como se fora Romeu e Julieta , já que são partes de facções diferentes e uma não pode com a outra.

O final ?

Você já deve imaginar ...


Valeu a pena !

Eu recomendo !


PS : Ótima trilha sonora , principalmente quando de autoria de Vinicius D'Black.
PS1: Destaque para a cena dos carros na ponte, onde eles dançam e cantam .

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

"Era Uma Vez ..." OU Tragédia no Morro


Que interessante , esse filme "Era Uma Vez ..." de Breno Silveira é de 2008, e é como se fosse de ontem, pois retrata fielmente os problemas do morro e das desigualdades sociais, do tráfico e da corrupção na polícia.

Vale muito a pena assistir para quem gosta desses assuntos, e quem quer ver um bom filme, com vistas maravilhosas do Morro do Cantagalo, assim como, conhecer como é uma favela.


O filme que começa mostrando uma simples pelada no morro com crianças e adolescentes, já carregado de violência e competição por quem manda ali no pedaço, tem logo em seguida uma morte .
Passado alguns anos, uma prisão injusta de um outro membro da mesma família do assassinado , e aí, começa a saga de Dé ( Thiago Martins) , que perdeu um irmão baleado e o outro, Carlão ( Rocco Pitanga), está na cadeia, trabalha vendendo cachorro quente num quiosque na Praia de Ipanema .


Dé é aquele cara sensacional, bondoso, que todos gostam, mas, curte uma paixão platônica imensa por uma loirinha que mora num edifício classe A, na Vieira Souto em frente à praia.

Ela tem namorado e um padrão de vida exatamente oposto ao seu, mas, uma briga com um namorado babaca, a deixa perturbada, triste e passa ir à praia com a amiga Cacau ( Luana Schneider).


Lá, Dé um dia a salva de um arrastão de trombadinhas, levando -a para casa . Num outro dia, tenta se passar como surfista e morador de Ipanema para impressioná-la, mas, logo é desmascarado por um colega, pura inveja.

Nina ( Vitoria Frate), vai esquecendo o amor perdido e vai gostando de Dé, mesmo sendo ele pobre e morador do Morro do Cantagalo.


Aos poucos entra na vida de Dé, subindo no morro, conhecendo o barraco dele, sua mãe Bernardete ( Cyria Coentro) e confrontando os ideais de seu pai Evandro ( Paulo Cesar Grande) com o envolvimento com um rapaz do morro.

Evandro, que já perdeu a mulher, não quer perder a filha também, e teme essa história de morro.

Chama Dé para uma conversa, oferece dinheiro, mas, vê que o moleque é diferente e tem alma boa, mas, mesmo assim, pede distância de sua filha do morro.


O morro agora tem outro comandante : É Carlão , o irmão de Dé que foge da prisão e quer vingar a morte de seu irmão mais novo. Mata o bro lá de cima  e assume o comando , com todas as regalias e ostentações que já conhecemos.

Detalhe, que no filme, um dos traficantes amigos de Carlão, é Meio Kilo ( Jonathan Azevedo ) , o Sabiá de A Força do Querer. ( Legal , né )  .


Evandro arma com sua filha uma viagem para Europa, para escapar de toda essa violência do Rio de Janeiro.

O que não podia esperar é que na véspera ela vai comemorar no morro, sua festa de despedida com Dé, que juntos também compram uma passagem para o nordeste .

O final da história ? Tanto a mãe de Dé, quanto o pai de Nina tinham medo .


Participação no elenco do sempre muito bom Babu Santana .

Retrato fiel e atual do Rio de Janeiro.

Valeu a pena !

Eu recomendo !

"WC Masculino" OU A Vingança do Professor de Inglês


Vale a pena assistir a esse curta nacional " WC Masculino" , que tem ótimas imagens, está em 4k e muito bem produzido e editado.

A direção está por conta de Mauro Carvalho e Thiago Cazado e o curta começa com o casal Leo ( William Alves ) e Bia (Mel Carneiro) se preparando para receber o amigo de Bia e professor de inglês André (Thiago Cazado) para um jantar.


O encontro acontece, todos estão à mesa, primeiro , os confetes de sempre, e depois as insinuações de André para com o moço já se iniciam .

O bebê do casal está dormindo no carrinho, tranquilo, nem sabendo do que irá acontecer mais adiante.

André relembra Léo , que é médico de uma pinta que tem no pescoço, e pedi para dar uma olhada.

É aí que o cara lembra de tudo , quem é o cara que está na mesa de jantar de sua casa .


O título do filme vem daí, na cena que volta em flashback, onde o médico pega o travesti e o leva para um banheiro forçando a fazer tudo. Não conseguindo êxito, o espanca por várias vezes , deixando -o quase morto.

Tudo isso foi preparado por André, que planejou dar aulas para esposa de Leo e até fazer amizades e entrar em sua casa para ficar frente a frente com Leo.

As cenas do banheiro são de extrema violência e homofobia.


André então agora faz o seu jogo e leva André a aceitá-lo ou terá que contar tudo à sua mulher.

Chega o final do curta e aí, a surpresa ...

Valeu a pena !

Recomendo ! 

"Virgindade" OU Se Eu Pudesse eu voltaria a ser uma criança só pra poder fazer mais do que eu já fiz quando era pequena...



Zapeando o Vimeo , encontrei esse curta metragem nacional e fui assisti-lo.Me surpreendi, pois achei bem inusitado.

O curta "Virgindade" do diretor Chico Lacerda , tem Recife como pano de fundo , e suas ruas, cenas comuns, aleatórias , como se fora o filme todo, pois o que importava era a narração .

Assim, o narrador, contava desde pequeno suas histórias e detalhe por detalhe , o que deixa o curta ainda mais recheado de bons momentos.


Assim, a fantasia do colega que colocava luvas , as capas de revistas que via na banca , as de vídeo pornô na locadora, o cinema que foi aos 10 anos e viu o primeiro falo ao vivo quando foi ao banheiro, o amor platônico que criou com os irmãos gêmeos que iam no mesmo ônibus que ele para escola .

Pausa .

Outro furo sensacional no curta, foi a introdução da música "Stood On Gold" - Gorky's Zigotic Mynci com cenas exclusivamente másculas , sem narração alguma .


É de uma natureza ímpar as escolhas das cenas e de um bom gosto na edição tremendo .

Voltamos às histórias do narrador, com tesão ao guia de vídeo, com os termos dos filmes pornôs e as sinopses, às aulas de natação e o banheiro coletivo após, a paixão por Henrique, um gordinho peludo da rua de sua avó, os filmes pornôs que finalmente começara a alugar aos 13 anos e a inocência no cinema quando já havia insinuações e ele nem percebera.

O final, fotos de criança, de sua infância e até adolescência ...


Muito bom !

Valeu a pena !

Recomendo ! 

"Handsome Devil " OU NÃO USE A VOZ DE OUTRO !



Meio que descompromissadamente, assisti ao filme " Handsome Devil" do diretor John Butler, um filme Irlandês que está disponível na Netflix.


No início , me pareceu mais um filme de High-School, mas, com o passar dos minutos vi que continha mensagens fortes nas entrelinhas e fiquei surpreso com o seu final, achando ser esse um filme que trata homofobia e que deveria ser passado por toda escola em sala de aula.


O longa conta a história de NED ( Fionn O'Shea), que perdeu a mãe, e seu pai casou-se com outra mulher e os dois iam para Dubai, deixando o garoto num colégio interno só para meninos.


Contra sua vontade, já que nesse colégio só se fala em RUGBY , e é um esporte que não tem nada a ver com NED, ele sofre bullying e também é acusado de ser gay por todos os colegas, deixando-o numa solidão e isolamento pesado.

Ned é avacalhado o tempo inteiro pelos fortões da escola e até apanha algumas vezes.


Ele está sozinho num quarto, o que lhe dá alguma privacidade, mas, de repente, chega um novo aluno, que já passou por outras escolas, e foi expulso algumas vezes por brigas.

Elé é CONOR (Nicholas Galitzine), que já é avisado de antemão pelo colegas que o seu companheiro de quarto é gay.


Conor é um fera no Rugby e poderá com sua performance ajudar o time a vencer o campeonato, coisa que não faz há muitos anos.

O técnico e durão do time Pascal ( Moe Dunford) fica bem confiante com a chegada de um grande jogador, bruto e certeiro nos arremessos.


Na sala de aula, temos o professor de inglês Dan ( Andrew Scott), que não deixa a peteca cair na classe, frente à zona que os rapazes aprontam e joga duro para ter alguém pelo menos que vá bem em sua matéria.


Um certo dia, pedindo uma redação  para ser entregue , acaba massacrando Ned por ter plagiado uma música e escrito a redação .

Nessa, ele vem com a mensagem mais importante do filme : " não use a voz de outro" .

Ensinamento importante que valeria para todos e não somente para Ned.


No dia a dia, Ned e Conor quase não se falavam, mas, a curiosidade pela música e instrumento musical, fez com que os dois se aproximassem e também o professor Dan, que escolheu os dois para representarem a escola num concurso entre escolas .

Assim, os dois teriam que ensaiar uma música com melodia e voz no banjo para apresentarem no dia do concurso. Isso fez com que a aproximação de Ned com Conor fosse positiva.


Certa noite, após a comemoração de vitória de um jogo, Conor volta sem a turma , Ned , que foi ao cinema também perde o ônibus de volta e têm que ir à pé.

Uma surpresa acontecerá nessa volta e inclui também o professor Dan.

O time de rugby chega a final , mas devido aos últimos fatos reveladores, Conor não aparece para jogar .


É hora do jogo ! Será que o diabo bonito irá transformar os colegas e o professor e todos ganharão com isso ?

Valeu a pena !

Eu recomendo !


Filme para se passar em todas as salas de aula no combate à HOMOFOBIA  e ao BULLYING.