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domingo, 12 de abril de 2015

"TRIBOS" OU O Universo dos SURDOS


Gostei ainda mais de escrever esse POST , porque lancei algumas críticas no meu grupo do TEATRO e as pessoas também se posicionaram com relação à peça  "TRIBOS"  , com um texto da inglesa Nina Raine, que a escreveu bem mocinha , direção de Ulysses Cruz  e um grande elenco.


A peça aconteceu nesses 10 e 11 de abril de 2015 no Theatro Pedro II em Ribeirão Preto , e acontecendo aqui sua 200ª encenação .


A peça fala de um jovem que é surdo de nascença ,Billy ( Bruno Fagundes ) incluído numa família disfuncional e suas dificuldades e barreiras para conviver com sua deficiência .


Começando pelo pai ,Christopher( Antonio Fagundes) , um crítico acadêmico ferrenho que é bem irônico e dentro de sua casa, como ele próprio diz , fala o quer quer e do jeito que quer .


Casado com uma esposa( Eliete Cigaarini) que é aspirante a escritora , que tem uma personalidade bem sujeita aos mandos de seu esposo , tomando por exemplo a hora que receberia sua futura nora , o traje a que lhe foi imposto usar .


Daniel ( Guilherme Magon), o irmão mais velho, que está em uma tese sobre linguagem e seus significados é esquizofrênico e teve ainda o azar de ter tido um romance com uma zinha do interior que virou chacota familiar por muito tempo .


Ruth  (Maíra Dvorek) ,a irmã que canta ópera em pubs e que queria ser cantora lírica não consegue ter luz própria e é com certeza uma fracassada .


Essa família toda heterogênea , faz com que desde o início , Billy consiga se comunicar por meio da leitura labial , e nunca por sinais , e foi assim que ele conviveu e ficou no seu casulo por muitos anos , até conhecer Silvia (Arieta Correa ) , uma filantropa, que está ficando surda aos poucos e não nascera com a deficiência , mas, é filha de pais surdos , e que desde o início aprendera a linguagem das LIBRAS.


Foi paixão à primeira vista e desde  então, Silvia ensina a língua de sinais para Billy .


Quando Billy leva Silvia para conhecer os pais em sua casa , o desastre aconteceu . A família de Billy não aceita a comunicação por  sinais  e isso faz com que o rapaz tenha sua própria decisão .


O espetáculo mostra o universo dos surdos , como poderia ser o dos negros, orientais, gordos , gays, e qualquer outra minoria , que imperasse o preconceito.


São essas tribos , a que a peça se refere ...

A atuação dos atores foi muito boa , com destaque para os papéis de Billy , Silvia e Daniel .


Confesso que entendi perfeitamente que a comunicação entre os familiares de forma indiscriminada e com um tom de voz altíssimo era proposital , para entendermos o que sente um surdo nesse meio , mas, me incomodou um pouco , pois não conseguia prestar atenção no que se falava . Também não sei se era para prestar a atenção e sim perceber a " zona" de desconforto de um surdo .

O mote da peça é muito bom e como disse o próprio Antonio Fagundes " Ser preconceituoso é ser surdo ".


No final da peça, 5 minutos após , o elenco volta ao palco para conversar com a plateia sobre o assunto e a peça . Foi bem ilustrativo . Valeu bastante !


E você , qual a sua TRIBO ?  

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