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sábado, 26 de novembro de 2011

"HELL" ou Como admirar o trabalho de ator e diretor

Ontem , sexta- feira, 25/11/2011 , tive o privilégio de assistir a peça " Hell " com Bárbara Paz e Paulo Azevedo , com a direção de Hector Babenco e adaptação do livro de mesmo nome de Lolita Pille , no Teatro do Sesi .


A peça fala do mundo cheio  e ao mesmo tempo vazio  daqueles que estão na camada superior da nossa hipócrita e consumista sociedade , onde Hell  cercada por objetos, roupas e sapatos das melhores marcas , além de sexo, drogas e permanência  no "jet set "dos melhores lugares , não consegue de forma alguma amar e ter vínculos com ninguém .


 No  mesmo patamar , Andrea , o galã e homem desejado por qualquer mulher , também não consegue se desvincular do seu eu e também se aproximar do sentimento mais nobre . Assim , apesar da enorme gama de coisas , bens , o apego ao corpo e às roupas , os dois sofrem e caem no abismo cada vez maior , pois não conseguem de forma alguma ser algo próximo ao que chamamos de " gente " .


A introspecção de Bárbara Paz no personagem ,e  sua interpretação maiúscula nos dá a sensação de realmente estarmos assistindo teatro no perfeito e verdadeiro sentido da palavra . Não dá para ficar sem falar de Hector Babenco , que de forma magistral , dá vida à peça , seja na iluminação , perfeita , diga -se de passagem , no jogo de cena entre os personagens , vide aquela cena dos corpos entrelaçados e a luz somente nas pernas dos mesmos , seja na trilha sonora , que é belíssima .


Enfim , tudo é muito teatral, ou até quem sabe, cinematográfico . Os personagens surgem de portas , ou janelas , ou do nada  e saem da mesma forma que entraram . O próprio efeito do cigarro, usado em cena por Bárbara Paz, dá um aspecto  " noir " às cenas . A maquiagem , a troca de roupa , feita com maestria ,pois qualquer erro, sujaria a cena , os vários tipos de cabelo que a própria personagem cria , o quadro em uma parede, colorido através da luz que também dá um efeito legal . Tudo é muito bem feito e muito bem pensado . Sem contar que a trama , se assim posso dizer é muito contemporânea , pois acredito que as pessoas são mais ou menos assim como os protagonistas , sem generalizar , mas , vazias , com a diferença que a grande maioria não tem todos os bens, roupas de marcas, e não frequentam o " jet set " como os dois frequentavam .Assim, quero parabenizar Bárbara Paz pelo excelente trabalho e que mesmo quando encerrada a peça , parecia ainda estar no personagem, de tão denso que o era  e Hector Babenco pela direção .
Eu recomendo !!!

"Hell " - Trecho da peça  com Bárbara Paz e Paulo Azevedo - Direção de Hector Babenco

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