Powered By Blogger

terça-feira, 30 de novembro de 2010

"O Estrangeiro" /Albert Camus ou A Indiferença e descrença nos valores predominantes da sociedade



Albert Camus ( 1913-1960) , nasceu em Mandovi , na Argélia, então  colônia Francesa. Seu primeiro romance publicado foi " O Avesso e o Direito " (1937 ) . Foi professor de filosofia, jornalista e ativista da resistência Francesa. Ele exprime uma concepção desesperada da vida humana, inserida pelo efeito do acaso num mundo exterior hostil e odioso , competindo ao indivíduo traçar sua trajetória se puder, nesse esgoto e  forjando por si próprio novos valores , encontrar os caminhos da liberdade.
O Estrangeiro (1942)  , obra -prima da literatura existencialista, romance que integra a trilogia do escritor sobre o absurdo da condição humana .


É nesse estado que vive o escriturário Mersault , o protagonista de O Estrangeiro. Ele leva uma vida aborrecida e apática. Mesmo a morte da Mãe não o tira da paralisia ,colaborando ainda mais com a ideia de niilismo e certa despreocupação com a vida .



“Hoje, minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: "Sua mãe falecida: Enterro amanhã. Sentidos pêsames".Isto não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem. O asilo de velhos fica em Marengo, a oitenta quilômetros de Argel. Tomo o autocarro das duas horas e chego lá à tarde. Assim, posso passar a noite a velar e estou de volta amanhã à noite. Pedi dois dias de folga ao meu chefe e, com um pretexto destes, ele não me podia recusar. Mas não estava com um ar lá muito satisfeito.Cheguei mesmo a dizer-lhe "A culpa não é minha".


Numa tarde em uma praia , ao caminhar , ele se envolve em uma briga e , em meio a um delírio causado por uma insolação, acaba matando um homem. Preso, permanece indiferente à sua sorte e ao crime que cometeu. Acaba sendo condenado à morte. A pena de morte imputada à Mersault pela fria máquina do Estado parece ainda mais cruel e intolerável do que o crime do indivíduo. Segundo Camus , a única saída para o absurdo da vida  reside na revolta individual.


Caetano Veloso-O Estrangeiro

Um comentário: